Grande Recife // adoção
Muito além da tragédia familiar. A do preconceito
Publicado em 27.02.2012, às 15h35
Existem no País em torno de 40 mil crianças esperando adoção
Ilustração: NE10 Inês Calado Do NE10
Um homicídio motivado, ao que tudo indica, pelo uso abusivo de drogas. Mas o assassinato do bispo Edward Robinson de Barros Cavalcanti, de 68 anos, e de sua esposa, Miriam Nunes Machado Cotias Cavalcanti, 64, trouxe à tona também o tema da adoção. Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 29, foi acusado de matar os pais adotivos a facadas na casa onde moravam. A tragédia familiar gerou vários comentários positivos e negativos sobre a realidade da adoção.
» Navegue no especial Adote uma nova ideia
O professor Guilherme Lima Moura, integrante do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção no Recife (Gead), critica a relação do crime com o tema adoção. "Existem alguns mitos, como herança genética. Geneticamente, não há determinação de caráter. A falta de adoção é que aumenta essa chance de distúrbio. Não é a adoção que constrói o cidadão problemático, mas a falta dela, devido ao abandono", afirma.
Pai de quatro crianças adotadas, Guilherme graante que esse medo nunca foi levado em consideração, mas reconhece que muitos casais que estão na fila de adoção têm esse receio. "Uma das funções do Gead é dar essa orientação. As pessoas chegam com muitas dúvidas. Tentamos mostrar que a presença dos pais em casa e o ambiente serão imprescindíveis na construção desse caráter", diz.
A psicóloga Suzana Schettini, presidente do Gead, se mostra receosa com a repercussão do assassinato. "Todo processo de adoção entra em julgamento. A adoção é uma instituição coberta de preconceitos e se fazemos uma relação direta com a delinquencia, ampliamos esse preconceito. Será que se o filho fosse de sangue isso não aconteceria?", questiona.
Em seu consultório, Suzana recebe muitos casais que apresentam esse medo. "É como se fosse um fantasma. Nós trabalhamos muito isso. A criança se organiza dentro de uma relação afetiva. Temos medo dos genes do outro como se apenas os nossos fossem bons. Em relação ao filho que vem de outra família, se instala um fantasma. Posso dizer, com certeza, o fato dele ser adotivo não determinou o ato, mas provavelmente sua relação com as drogas", ressalta Schettini.
REPERCUSSÃO - A matéria no NE10 sobre a morte de Dom Robinson e sua esposa, Miriam Cavalcanti, gerou comentários diversos. Uma das internautas, que se identificou apenas como Priscila, disse "Revoltante, adota-se filhos de outras pessoas, que foram abandonadas, dá amor... educação, e no final, o agradecimento, é o de matar? É por essas e outras que prefiro os animais de 4 patas que pessoas.. !"
Já Renata relembrou a tragédia ocorrida no último dia 18 de fevereiro, quando a idosa Arlete Souza Negrão, 64, foi morta a facadas pelo seu vizinho, o universitário Herbert Lucas de Abreu Mendes, 22. Além de esfaquear Arlete, o jovem também atacou a própria irmã. "Que tragédia!! Casos como esses têm sido vistos com uma frequência cada vez maior. Vide o caso ocorrido próximo ao período de carnaval, em Parnamirim, em que um filho biológico, consumidor de drogas, tentou matar a mãe biológica e acabou matando uma vizinha e depois sendo morto por outro morador do prédio. As drogas estão acabando com famílias inteiras. Triste, muito triste mesmo!! (Sic).
Para o advogado Ivan Rocha, que tem três filhos biológicos e está na fila da adoção, esse tipo de notícia não o assusta nem o desestimula. "Essa decisão já está consolidada na nossa família. Acredito que esse tipo de crime tem muito mais a ver com a criação e escolhas da própria vida do que com adoção."
Filha caçula de quatro irmãos, a professora de português Ana Lúcia Machado Maia, única dos filhos adotada, tem uma experiência positiva com a família que a acolheu e vê com cautela essa adjetivação. "Fico preocupada com a notícia. Foi o que mais chamou minha atenção. Será que o crime aconteceu por que o rapaz é filho adotivo? Implicitamente, pode levar às pessoas a ter esse tipo de pensamento", afirma.
"Existem tantas crianças precisando de um lar no Brasil. Se retomamos essa discussão, só prejudica quem tem o desejo de adotar", reforça Ana Lúcia. Segundo a presidente do Gead, existem no País em torno de 40 mil crianças esperando adoação.
"Esta é uma terrível tragédia. Lamento profundamente. Mas espero que ela não alimente outra tragédia: a do preconceito", destaca o professor Guilherme Lima Moura, que também assina a coluna Atitude adotiva no NE10.
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2012/02/27/muito-alem-da-tragedia-familiar-a-do-preconceito-329021.php
Muito além da tragédia familiar. A do preconceito
Publicado em 27.02.2012, às 15h35
Existem no País em torno de 40 mil crianças esperando adoção
Ilustração: NE10 Inês Calado Do NE10
Um homicídio motivado, ao que tudo indica, pelo uso abusivo de drogas. Mas o assassinato do bispo Edward Robinson de Barros Cavalcanti, de 68 anos, e de sua esposa, Miriam Nunes Machado Cotias Cavalcanti, 64, trouxe à tona também o tema da adoção. Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 29, foi acusado de matar os pais adotivos a facadas na casa onde moravam. A tragédia familiar gerou vários comentários positivos e negativos sobre a realidade da adoção.
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O professor Guilherme Lima Moura, integrante do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção no Recife (Gead), critica a relação do crime com o tema adoção. "Existem alguns mitos, como herança genética. Geneticamente, não há determinação de caráter. A falta de adoção é que aumenta essa chance de distúrbio. Não é a adoção que constrói o cidadão problemático, mas a falta dela, devido ao abandono", afirma.
Pai de quatro crianças adotadas, Guilherme graante que esse medo nunca foi levado em consideração, mas reconhece que muitos casais que estão na fila de adoção têm esse receio. "Uma das funções do Gead é dar essa orientação. As pessoas chegam com muitas dúvidas. Tentamos mostrar que a presença dos pais em casa e o ambiente serão imprescindíveis na construção desse caráter", diz.
A psicóloga Suzana Schettini, presidente do Gead, se mostra receosa com a repercussão do assassinato. "Todo processo de adoção entra em julgamento. A adoção é uma instituição coberta de preconceitos e se fazemos uma relação direta com a delinquencia, ampliamos esse preconceito. Será que se o filho fosse de sangue isso não aconteceria?", questiona.
Em seu consultório, Suzana recebe muitos casais que apresentam esse medo. "É como se fosse um fantasma. Nós trabalhamos muito isso. A criança se organiza dentro de uma relação afetiva. Temos medo dos genes do outro como se apenas os nossos fossem bons. Em relação ao filho que vem de outra família, se instala um fantasma. Posso dizer, com certeza, o fato dele ser adotivo não determinou o ato, mas provavelmente sua relação com as drogas", ressalta Schettini.
REPERCUSSÃO - A matéria no NE10 sobre a morte de Dom Robinson e sua esposa, Miriam Cavalcanti, gerou comentários diversos. Uma das internautas, que se identificou apenas como Priscila, disse "Revoltante, adota-se filhos de outras pessoas, que foram abandonadas, dá amor... educação, e no final, o agradecimento, é o de matar? É por essas e outras que prefiro os animais de 4 patas que pessoas.. !"
Já Renata relembrou a tragédia ocorrida no último dia 18 de fevereiro, quando a idosa Arlete Souza Negrão, 64, foi morta a facadas pelo seu vizinho, o universitário Herbert Lucas de Abreu Mendes, 22. Além de esfaquear Arlete, o jovem também atacou a própria irmã. "Que tragédia!! Casos como esses têm sido vistos com uma frequência cada vez maior. Vide o caso ocorrido próximo ao período de carnaval, em Parnamirim, em que um filho biológico, consumidor de drogas, tentou matar a mãe biológica e acabou matando uma vizinha e depois sendo morto por outro morador do prédio. As drogas estão acabando com famílias inteiras. Triste, muito triste mesmo!! (Sic).
Para o advogado Ivan Rocha, que tem três filhos biológicos e está na fila da adoção, esse tipo de notícia não o assusta nem o desestimula. "Essa decisão já está consolidada na nossa família. Acredito que esse tipo de crime tem muito mais a ver com a criação e escolhas da própria vida do que com adoção."
Filha caçula de quatro irmãos, a professora de português Ana Lúcia Machado Maia, única dos filhos adotada, tem uma experiência positiva com a família que a acolheu e vê com cautela essa adjetivação. "Fico preocupada com a notícia. Foi o que mais chamou minha atenção. Será que o crime aconteceu por que o rapaz é filho adotivo? Implicitamente, pode levar às pessoas a ter esse tipo de pensamento", afirma.
"Existem tantas crianças precisando de um lar no Brasil. Se retomamos essa discussão, só prejudica quem tem o desejo de adotar", reforça Ana Lúcia. Segundo a presidente do Gead, existem no País em torno de 40 mil crianças esperando adoação.
"Esta é uma terrível tragédia. Lamento profundamente. Mas espero que ela não alimente outra tragédia: a do preconceito", destaca o professor Guilherme Lima Moura, que também assina a coluna Atitude adotiva no NE10.
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2012/02/27/muito-alem-da-tragedia-familiar-a-do-preconceito-329021.php
Um comentário:
Faltou informar que o laudo toxicológico prova que Herbert Lucas não usava drogas lícitas nem ilícitas. Que este mesmo laudo toxicológico já estava de posse do delegado e o mesmo não divulgou seu resultado no dia desta entrevista com a imprensa de pernambuco por que o mesmo agiu de má fé e estava o tempo todo a favor do criminoso assassacino Joao Francisco de Lima Cruz e que os Pais já tinham representado este delegado juntamente com o delegado de plantão da DHPP junto a Corregedoria de Policia pelos seus atos, que todoa imprensa de Pernambuco divulgou o resultado do laudo toxicológico apenas no m~es de junho que foi quando os pais de Herbert conseguiram uma cópia deste resultado. Que o assascino esta respondedo por porte ilegal de armas, fato que o delegado ignorou durante o inquerito. faltou divulgar ainda que os pais de herbert recorreram contra a decisão do ministerio público de apenas indiciar o assascino por porte ilegal de armar não dando nenhuma explicação, nenhum cometario a respeito do cruel assascinato de Herbert Lucas que naquele dia precisava era de muita ajuda e não de ser asassinado por uma pessoa que lhe viu crescer, que sabia de sua indole, que era estudante e um menino exemplar e que todos estão enganados achando que o audito por ser audito vai destrituir dinheiro para a imprensa sensacionalista, para os péssimos representates da lei. Engana-se que acha que erla vai se sai bem junto a justiça pois atéw onde eu sei a familia de herbert vai mostrar ao brasil e a ao mundo que são os verdadeiros criminosos deste estado. faltou divulgar a verdade, para isto voce tem que pesquisar antes de cometer esta iresponsabilidade
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