segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Pais fazem ensaio fotográfico para incentivar ao ato da adoção no Amapá (Reprodução)

18/2/2018

Tendo como cenário a Fortaleza de São José de Macapá, um grupo de pais adotivos promoveu um ensaio fotográfico com o intuito de sensibilizar para a causa da adoção no Amapá. Eles querem mostrar a necessidade de modificar a cultura da adoção, de modo a favorecer as crianças que esperam por uma família em abrigos. As fotografias serão usadas ao longo do ano em atividades e encontros.
Os registros foram feitos por três fotógrafos cedidos pelo Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) e ocorreram no sábado (17), com a participação de mais de 60 voluntários da Sociedade Amapaense de Apoio à Adoção (Saad). São pais que querem declarar que adotar uma criança ou jovem é um ato exclusivamente de amor e não de caridade.
“Precisamos mais deles do que eles de nós, é assim que pensamos e sentimos. Quando você faz por caridade, faz um dia, dois, depois cansa, por amor não, é para sempre e envolve laços de família. Eles são nossos filhos legítimos”, expressa emocionada Ana Carolina Cruz.
Ela tem ao todo cinco filhos, sendo três biológicos e dois adotivos, um deles é o pequeno Guilherme, de 3 anos. A outra adoção é de uma menina, mas o processo ainda está em andamento.
Katiane Figueira é a presidente do grupo e ela conta que o trabalho é para proporcionar encontros. Ela própria diz que não se imaginava mãe adotiva, mas o conceito mudou quando Nikolas Benjamin, de 3 anos, entrou na vida dela e do marido.
“Nunca tive nenhum contato com a adoção, mas a ideia surgiu na minha vida e do meu marido. Nos cadastramos, ficamos na fila de espera no cadastro nacional e quando meu filho foi colocado em meus braços, aos 10 meses de vida, eu senti como se minha bolsa tivesse estourado”, conta.
Katiane menciona que a espera gera expectativa e têm crianças que podem esperar por anos em abrigos por conta da burocracia, mas também, muitas vezes, porque o perfil exigido pelos pais adotivos não representa a realidade dos menores que estão nos abrigos.
A maioria quer bebês, por isso, outra meta da campanha é chamar a atenção para a adoção tardia, de crianças acima dos três anos.
A enfermeira Eunice Ramos e a auxiliar de produção Maiara Pereira aguardaram um ano na fila pela nova integrante da família. Elas eram companheiras quando adotaram Maynara Sofia, que hoje tem 3 anos. Mas, mesmo depois de separadas, a filha recebe cuidados, atenção e amor das duas mães.
“O amor que reservamos para a Sofia é infinito. Eu conheci a mãe biológica dela no hospital e ela disse que ia abandonar a Sofia, a partir daí eu quis ficar com ela e decidi junto com Maiara que iríamos lutar por ela. Foi um longo processo judicial, mas valeu a pena. Sofia é um laço de amor, veio pelo amor e vamos continuar criando com amor. A gente compartilha tudo, cada momento dela”, relata Eunice.
A enfermeira cita que o principal medo das pessoas em relação à adoção tem a ver com a maioria das crianças serem frutos de famílias desestruturadas, de mães que foram violentada, que são usuárias de drogas ou que vivem no mundo da prostituição.
“Isso gera medo, mas eu penso que a criação é que vai definir o caráter do seu filho. Filhos biológicos também dão trabalho. A criança é o que você ensina e dá a ela. Se você der amor, ela retribui com amor. Eu sei que a minha filha vai ser uma grande mulher e vai poder traçar o caminho que ela escolher”, ressalta.
No Amapá, até junho do ano passado, 56 crianças e adolescentes estavam disponíveis para 190 famílias cadastradas como pretendentes, de acordo com o Cadastro Nacional de Adoção. No país, são mais de 7 mil crianças aguardando um encontro e quase 40 mil famílias que desejam adotar.
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Reproduzido por: Lucas H.

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