Silvana do Monte Moreira, advogada, sócia da MLG ADVOGADOS ASSOCIADOS, presidente da Comissão Nacional de Adoção do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família, Diretora de Assuntos Jurídicos da ANGAAD - Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Presidente da Comissão de Direitos das Crianças e dos Adolescentes da OAB-RJ, coordenadora de Grupos de Apoio à Adoção. Aqui você encontrará páginas com informações necessárias aos procedimentos de habilitação e de adoção.
domingo, 29 de abril de 2012
Devolução de crianças adotadas é comum, diz membro da OAB
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STJ Especial: Tribunal decide casos de devolução em casos de adoção
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Projeto de Lei determina isenção de IPTU para quem adotar criança ou adolescente
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quinta-feira, 26 de abril de 2012
Campanha de Adoção Tardia
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Projeto precisa de padrinhos afetivos
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MT: Projeto de Adalto de Freitas estabelece adoção de irmãos
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quarta-feira, 25 de abril de 2012
Suplemento Globo a Mais
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LIVRO: MINORIAS SEXUAIS - DIREITOS E PRECONCEITOS
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terça-feira, 24 de abril de 2012
Pais adotivos devem pagar R$ 15 mil por ter rejeitado filho em Uberlândia, MG
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Justiça condena casal a indenizar menor adotado e depois devolvido a abrigo em Minas Gerais
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Comissão de Adoção Internacional abre inscrições para seminário sobre convivência familiar -
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
Freiras suspeitas de vender crianças em Espanha
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Mais freiras suspeitas de vender crianças em Espanha
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Bebê abandonado em sacola está em abrigo para adoção em Fortaleza
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Barra Mansa lança ‘Programa Família Acolhedora’
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Bebê é abandonado na casa de dona de fábrica de biscoitos em Penedo
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Mariska fala pela primeira vez sobre o processo de adoção
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Filho de Tom Cruise participa do drama com Will Smith
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Veja os famosos brasileiros que são do time da adoção
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DESAFIO DE ADOTAR UMA CRIANÇA QUE PRECISA DE CUIDADOS ESPECIAIS EM SANTA CATARINA
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PROJETOS DE LEI DA DEPUTADA LUZIA FERREIRA APOIAM A ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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sexta-feira, 20 de abril de 2012
Juizado da Infância em Porto Seguro realiza curso preparatório para Adotantes
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Critérios dificultam o caminho da adoção em Sorocaba, SP
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Justiça vai decidir se criança abandonada no Macuco irá para adoção
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TJ NEGA TENTATIVA DE ADOÇÃO À BRASILEIRA EM PROL DA FILA DO CADASTRO ÚNICO
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quarta-feira, 18 de abril de 2012
Livro sobre adoção tardia divulga dados do Cadastro do CNJ
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segunda-feira, 16 de abril de 2012
ENTREVISTA: MINISTRO CEZAR PELUSO, PRESIDENTE DO STF E DO CNJ
ENTREVISTA: MINISTRO CEZAR PELUSO, PRESIDENTE DO STF E DO CNJ
15/04/2012
Agência Estado
Convidado a opinar sobre CEZAR PELUSO, que deixa a Presidência do STF esta semana e se aposenta em setembro, José Carlos Moreira Alves, que foi ministro da Corte por quase 30 anos, o descreve como "um magistrado que se baseia na lei para julgar" — expressão que, no linguajar severo e crítico do ministro aposentado, tem significado especial.
Nesta primeira parte da série de entrevistas e textos sobre Peluso, começa a entrevista em que o ministro mostra suas características incomuns. O que será reforçado pelas falas e depoimentos de diversos personagens, dos filhos a desembargadores e juristas, que se seguirão.
Nascido em Bragança Paulista (SP) em 3 de setembro de 1942, Antonio CEZAR PELUSO— cursou o ginásio no Seminário Diocesano São José, de São Vicente, Estado de São Paulo, entre 1955 e 1958. O sonho de ser padre foi trocado, nos tempos do Curso Clássico, realizado no Colégio Estadual Arnolfo Azevedo, de Lorena (SP), e no Instituto de Educação Canadá, de Santos (SP) (1959 a 1961): agora, queria ser professor de Letras Clássicas — latim, grego e português. Sensato, acolheu a recomendação familiar e se formou em Direito pela Faculdade Católica de Santos (1962-1966).
Fez o curso de especialização em Filosofia do Direito, sob orientação do professor Miguel Reale, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1967) enquanto advogava na Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) até chegar à idade mínima de 25 anos, exigida então para prestar concurso de ingresso no Judiciário paulista (janeiro de 1968). Sua estreia como juiz substituto aconteceu na 14ª Circunscrição Judiciária de Itapetininga, na época conhecida como "o ramal da fome", pela pobreza de suas cidadezinhas. Dali foi para São Sebastião, no litoral, sua primeira entrância, ficando de 27 de novembro de 1968 a 18 de fevereiro de 1970.
A segunda entrância, exercida de 19 de fevereiro de 1970 a 1º de agosto de 1972, foi em Igarapava, de onde se removeu para a capital, como juiz substituto da Capital, 3ª entrância, promovido por merecimento, onde permaneceu de 2 de agosto de 1972 a 15 de dezembro de 1975.
A seguir foi juiz de Direito da 7ª Vara da Família e das Sucessões da Capital, entrância especial, promovido por merecimento, no período de 16 de dezembro de 1975 a 10 de novembro de 1982. Durante esse tempo, exerceu também a função de juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, convocado pelo Conselho Superior da Magistratura, no período de 1º de janeiro de 1978 a 31 de dezembro de 1979.
Esse período à frente da 7ª Vara da Família foi de muitos estudos e dedicação. Fez o mestrado em Direito Civil sob orientação do professor Silvio Rodrigues, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, seguido pelo Doutorado em Direito Processual Civil, sob orientação do professor Alfredo Buzaid, também na USP (1972 a 1975), emendando com outra especialização em Direito Processual Civil, sob orientação do professor José Manuel de Arruda Alvim Neto, na Faculdade Paulista de Direito da PUC-SP.
Por merecimento também, deixou a Vara da Família para entrar no Segundo Tribunal de Alçada Civil, na 5ª Câmara, onde permaneceu de 11 de novembro de 1982 a 13 de abril de 1986, quando foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, na 2ª Câmara de Direito Privado (14 de abril de 1986 a 25 de junho de 2003), tornando-se membro efetivo do Órgão Especial do TJ-SP até o fim de sua atuação, quando foi indicado para o Supremo Tribunal Federal.
Como desembargador, dirigiu e revitalizou a Escola Paulista da Magistratura e, entre outras iniciativas, criou a revista Diálogos&Debates .
CONJUR — Como foi o seu tempo de formação? O senhor inicia sua vida profissional em plena vigência do Regime Militar.
CEZAR PELUSO— Sim, em 1964 eu estava com 22 anos. E cursava o segundo ano da faculdade de Direito, era presidente e orador especial do Centro Acadêmico Alexandre de Gusmão. Um grande diplomata do Império português, santista como José Bonifácio. E que foi o urdidor do Tratado de Madri, de 1750, que estabeleceu os limites de fronteiras entre os domínios coloniais portugueses e espanhóis, tornando o Brasil maior do que era até então.
CONJUR — Como avalia hoje a ideologia daquele período?
CEZAR PELUSO— Foi um período de paranoia da classe média brasileira contra o risco do regime comunista no Brasil. Desde criança, escutava que o comunismo tirava a propriedade de todo mundo... Foi uma intoxicação cultural que deixou apavorada a classe média. E ela recorreu a tudo, desde os quartéis até os padres, igreja e jornais. Neste clima de paranoia, a Folha de S.Paulo chegou a ceder caminhonetes para cumprir algumas missões da OBAN [ Operação Bandeirante, centro de investigações montado pelo Exército em 1969 para o combate a organizações de esquerda ]. E a classe média foi para as ruas na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Criou um forte movimento popular contra a classe operária, contra o governo, sobretudo contra o PTB e os partidos de esquerda. Foi um total pavor contra a possibilidade da introdução do regime socialista e comunista do Brasil. E aí se orquestraram as condições para a chegada do golpe militar.
CONJUR — E como o senhor se situava nessa época?
CEZAR PELUSO— Eu era uma pessoa de classe média, nem era classe média-alta, era média-média. Com um entorno familiar com essas mesmas preocupações, participei do medo que a minha classe alimentava.
CONJUR — O senhor flertou com a esquerda?
CEZAR PELUSO— Pelo contrário, ganhei a eleição do Centro Acadêmico Alexandre de Gusmão contra a chapa de esquerda. Naquela época, veja, meu pai era jornalista. Primeiro foi locutor de rádio em Bragança Paulista. Largou um belo emprego que tinha na Caixa Econômica para vir trabalhar na Rádio São Paulo, que ficava numa esquina da Avenida Angélica, era uma das melhores emissoras da capital. Ele produzia novelas, tinha um programa às 7 horas da manhã chamado Terra Simples Terra , que era sobre músicas do interior. Nasci em Bragança, como o Cásper Líbero. Meu pai exerceu depois um jornalismo diferente, criou um jornal que circulava entre os prefeitos e cidades do interior. Os prefeitos faziam propaganda de suas obras no periódico criado por ele, publicavam anúncios, pagavam e distribuíam esse jornal. Ele trabalhou também para outros jornais.
CONJUR — E o senhor ainda mantém laços com Bragança Paulista?
CEZAR PELUSO— Ainda tenho parentes que moram lá, mas fiz toda a minha trajetória longe dali.
CONJUR — Aí o senhor foi para o seminário?
CEZAR PELUSO— Fui para o seminário quando tinha 10 anos de idade porque o irmão do meu pai era bispo de Lorena, Luiz Gonzaga Peluso (1907-1993), que depois foi o primeiro bispo de Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo. Naquele tempo, a figura do bispo era uma figura super-respeitada. Eu dizia que queria ser bispo, fui para o seminário e fiquei quatro anos. Quando saí, fui morar com meu tio bispo em Lorena e fiquei dois anos ali, fazendo o secundário, na época o Clássico. Estudava em estabelecimento do estado, fiz ótimas amizades, ganhei o Concurso Euclides da Cunha, uma promoção cultural de alta visibilidade no estado de São Paulo. Concorri com um grande número de candidatos. Em São José do Rio Pardo, quando fui para participar da maratona euclidiana, cheguei a conhecer um homem que conviveu com Euclides da Cunha, o Paschoal Artese, um grande jornalista daquela cidade. Convivi também com um oculista que era o maior conhecedor de Euclides. Fiquei hospedado na casa dele quando fui participar do certame em São José do Rio Pardo. Ganhei desse oculista muitos livros do Euclides da Cunha. Na época estava com 17 anos [ completaria 18 poucos dias depois da 48ª Semana Euclidiana ] , e concorri representando o Colégio Estadual Arnolfo Azevedo, de Lorena.
CONJUR — Então o senhor leu Euclides da Cunha? [risos]
CEZAR PELUSO— Sem dúvida, Os Sertões é um livro difícil, mas Euclides tem vários outros livros, como Peru versus Bolívia, Contrastes e Confrontos e À Margem da História. Ele foi um homem importante, inclusive com atuação no Ministério das Relações Exteriores, em que trabalhou ao lado do Barão do Rio Branco. Ele percorreu os limites do Brasil, um homem polivalente. Personalidade fascinante, disputou com o maior filosofo brasileiro, o Farias Brito, a cátedra de lógica do Colégio Pedro II e ficou em segundo lugar, sendo nomeado para o cargo. Muitos anos depois, o professor Miguel Reale produziu um comentário sobre a tese do Euclides nesse concurso para a cátedra de lógica. Mas nos tempos do secundário, os professores cobravam muita leitura. Todos os clássicos brasileiros, das Memórias de um Sargento de Milícia, de Manuel Antônio de Almeida, às Memórias Póstumas de Braz Cubas, além dos outros livros do Machado de Assis, os do José de Alencar. Mas o Euclides foi uma marca.
CONJUR — Voltando para questão ideológica, o senhor participou de um grupo de estudos criado pelo Dom Paulo Evaristo Arns. Qual a preocupação daquelas reuniões?
CEZAR PELUSO— Era um grupo que se reunia para refletir sobre os acontecimentos do Brasil daquela época. Nunca fomos ativistas. Era um grupo de reflexão e de estudos, não de militância.
CONJUR — Como juiz, o senhor fez um trabalho de ativista muito grande, inclusive a criação dos centros integrados da cidadania.
CEZAR PELUSO— Isso foi na época do Mario Covas, mas aí houve uma colaboração com um governo sério no qual a gente acreditava que poderia fazer alguns avanços. Mas nunca fui um ativista político. Os encontros realizados nesse grupo liderado pelo Dom Paulo Evaristo Arns eram para reflexão. Ouvíamos, por exemplo, o Leonardo Boff falar e depois discutíamos juntos. Chamávamos gente importante para expor ideias nesses encontros.
CONJUR — O senhor conheceu o teólogo Joseph Comblin?
CEZAR PELUSO— Sim. Tivemos uma reunião com ele nesse grupo de estudos e ele falou uma coisa tão interessante para nós, que marcou muito: "Vocês já repararam como se come na Bíblia" ? Discorreu sobre a representação da comida e de como os textos bíblicos dão relevo para o fato de as pessoas comerem. Ele estava comentando o Velho Testamento. Nesse período, convivemos com várias pessoas ligadas à teologia da libertação, que eram convidadas para esses debates, como o grande teólogo peruano Gustavo Gutiérrez, além do próprio Leonardo Boff.
CONJUR — Na reportagem da revista Piauí sobre o Supremo, foi citado seu interesse pelo Fulton Sheen... [risos]
CEZAR PELUSO— O Fulton Sheen era arcebispo de Nova York, mente arejada, e naquela época era mais ou menos como o Padre Marcelo hoje. Ele escrevia muito bem. Sofri influências desses intelectuais, gostava de ler seus livros.
CONJUR — Chegou a ler Thomas Merton?
CEZAR PELUSO— Opa! Homem Algum é uma Ilha , A Montanha dos Sete Patamares ... Li toda a literatura religiosa dessa época. Ainda tenho uma biblioteca grande de livros sobre Teologia da Libertação.
CONJUR — O senhor sempre foi religioso?
CEZAR PELUSO— Minha família sempre foi muito religiosa. Sou religioso hoje tanto quanto era naqueles tempos. Vou à missa.
CONJUR — O senhor teve problemas com a ditadura?
CEZAR PELUSO— Nunca. Nunca hostilizei, mas nunca deixei de cumprir o que tinha de fazer. Está certo, está certo. Está errado, está errado. É certo que havia ali um general, superintendente da Petrobrás, e um delegado da polícia, que deram muito trabalho. Um dia o delegado invadiu a casa do secretário da Câmara de Vereadores sob o pretexto de pegar as fitas de gravação de uma sessão, quando um dos vereadores teria atacado a revolução. Só que o rapaz deu um couro no delegado e caiu fora, fugiu da cidade. E o delegado foi atrás dele. Naquela época, a lei em vigor, por um decreto-lei baixado pelo presidente Castelo Branco, criava o crime de abuso de autoridade. Essa medida foi baixada pelo Castelo por causa dos excessos praticados por militares e policiais naqueles primeiros anos do Regime Militar. Essa lei previa que para o promotor fazer a denúncia por abuso de autoridade não havia necessidade de instaurar inquérito. O promotor era o meu compadre, foi promotor de Caraguatatuba, o Antonio de Pádua Assis Moura. O vereador estava fugido e não podia voltar para a cidade, pois o delegado iria prendê-lo. E ele escreveu para o promotor contando tudo, que o delegado invadira sua casa à noite e sem um mandado. Era o caso típico de abuso de autoridade e o promotor me avisou que iria denunciar esse delegado. Eu disse: "Não faz isso, pois se fizer, eu recebo a denúncia". Ele denunciou. E eu recebi a denúncia! [risos]
CONJUR — E isso gerou consequências, certo?
CEZAR PELUSO— O delegado e o general botaram os militares todos em movimento, vieram representantes do Tribunal Militar de São Paulo e pediram a avocação da ação penal para trazê-la para São Paulo. Eu estava na minha primeira entrância, era um juiz novo, tinha apenas três anos de magistratura. As nossas garantias estavam todas suspensas naquela época, sob o governo do marechal Costa e Silva. Eu ainda novato, os militares em cima, querendo tirar o processo, o delegado de polícia fazendo pressão. Pedi uma audiência com o corregedor e vim a São Paulo falar com ele. O corregedor era o doutor Hildebrando Dantas de Freitas, homem seriíssimo, mas que se encontrava de férias. No lugar dele estava outro desembargador, cujo nome obviamente não irei declinar, o mais velho da Seção Criminal. Cheguei e me apresentei e relatei o que estava acontecendo. Para surpresa minha, ele em vez de dizer que eu havia cumprido a minha função, comentou: "O senhor não acha que foi imprudente em receber essa denúncia?" Respondi: "O senhor me desculpe, mas acho que é o caso de receber a denúncia. E vim aqui comunicar essa decisão". Fui embora. Fiquei louco da vida. Quando o Hildebrando retornou das férias, voltei para contar o caso. "Já fui juiz, o senhor cumpre a sua função e eles que cumpram a deles", foi a resposta. "O senhor fez muito bem". Não fizeram nada. Mas tiraram o processo de lá.
CONJUR — Ficou por isso mesmo?
CEZAR PELUSO— Vou contar uma história que já é folclore. Quando fui a São Sebastião, em 27 de novembro de 1968, para azar do regime militar, eles nomearam como interventor um armador de navio de São Vicente, o Mansueto Pierotti, que é hoje nome do Estádio de Futebol daquela cidade. E ele chegou como interventor a São Sebastião e a primeira coisa que fez foi ir até a minha casa. "Doutor, vamos trabalhar em conjunto, faço apenas as coisas que o senhor me instruir. Acabou a farra". E eu respondi: "Então, a primeira coisa que quero é que o senhor tire esse delegado daqui". E uns quinze dias depois aquele delegado foi removido. Não acontecia nada em São Sebastião que o prefeito não viesse falar antes comigo. Ele era um homem muito sério. E dizia coisas interessantes. "O senhor toma cuidado, se o senhor vir mendigo em frente à calcada de sua casa, pode ter certeza de que é gente do SNI".
CONJUR — Depois o senhor foi juiz de Igarapava.
CEZAR PELUSO— É a última cidade na rodovia Anhanguera antes da divisa com Minas Gerais, na beira do Rio Grande. Atravessa 30 quilômetros e já está em Uberaba. Foi a minha segunda entrância, exercida de 19 de fevereiro de 1970 a 1º de agosto de 1972. Nas cidades do interior, o juiz faz de tudo, à moda antiga. Lá em Igarapava, por exemplo, eu lidava com todo mundo, o promotor, delegado de polícia, todos operavam no mesmo prédio. O cidadão chegava com uma queixa ou dúvida e era encaminhado na hora para a sala ao lado, falava com o delegado, ou com o promotor, com o juiz. Cuidei com especial carinho de um orfanato, criado pelo juiz que me precedeu. Guardo boas recordações daqueles tempos. Depois, vim para a capital, na terceira entrância.
CONJUR — O senhor é conhecido como autoridade em Direito de Família.
CEZAR PELUSO— Não é bem assim, mas foi mais ou menos assim [risos]. Quando fui nomeado juiz substituto, quem me recebeu não foi o juiz titular da comarca, mas um juiz que morava em Itapetininga, mas era magistrado de uma cidade vizinha, Angatuba. Seu nome era Paulo Soares Hungria. Era bem mais velho do que eu, muito simpático. Eu era um garoto, tinha 25 anos. Muitos anos depois, eu estava voltando para São Paulo, para a terceira entrância, tinha sido indicado para a Vara Cível, que era tudo o que eu queria. E com certeza seria nomeado. Então o amigo Paulo Soares Hungria me liga com um pedido: "Vou me aposentar daqui a uns dias e estou adoentado, ainda não sou juiz de entrância especial e queria saber se o senhor não se incomodaria em falar com o secretário da Justiça dizendo que abre mão de sua promoção para ele me nomear". Como poderia negar uma coisa dessa a quem me recebera tão fraternamente quando era ainda substituto? Prometi falar com o secretário. Assim fiz, liguei para o secretário de Justiça, na época o Dr. Manuel Pedro Pimentel, e disse que gostaria de não ser promovido em benefício do Soares Hungria. Foi uma ousadia, pois nem o conhecia. "Estou num lista de promoção, mas existe o Dr. Paulo Hungria, que está adoentado e gostaria de ser promovido agora. Queria que o senhor levasse em consideração, e abro mão da minha promoção". Ele respondeu "Vou levar em consideração o que o senhor está falando". Foi muito seco, e pensei "estou frito". No final o secretário nomeou o Paulo Hungria.
CONJUR — E o senhor ficou na lista de espera.
CEZAR PELUSO— A vaga seguinte era para a Vara da Família, pensei comigo: "O que irei fazer lá? Não quero ir para lá. Agora vou ter de aprender a lidar com esse troço e vai ser um problema". Sucedi o eminente Dr. Carlos Teixeira Leite. No começo foi um sofrimento, mas fui aos poucos me adaptando. Pensei que seria mais difícil essa rotina de ouvir pessoas em crise, com problemas graves, mas acabei gostando, me aprofundando cada vez mais. Dediquei-me absurdamente. Ouvia as pessoas com paciência, marcava audiência prolongada com os demandantes. O casal conversava, conversava, volta daí a dois meses. Aprendi uma coisa importante na área do Direito de Família: aprendi a ouvir, pois as pessoas vão lá como se fossem a um psicólogo, também em busca de conforto.
CONJUR — Além de aprender, o senhor inovou, pelo que dizem.
CEZAR PELUSO— O fato é que comecei a estudar muito, fiz diversos cursos, me interessei por assuntos correlatos. Fiquei oito anos na Vara da Família. E ali o juiz não pode decidir sozinho sobre os problemas: por mais erudito e preparado que seja, ele não tem o conhecimento necessário de áreas específicas, necessárias no trato com as pessoas. Tem de se cercar de psicólogos, de assistentes sociais. Foi quando resolvi criar um grupo de estudos, reunindo especialistas de diversas áreas. Esse grupo, pioneiro no Brasil, se chamou Instituto Brasileiro de Estudos Interdisciplinares de Direito de Família e congregava juízes, procuradores da área de família, advogados, psicólogos, psicanalistas e assistentes sociais. No começo era um grupo pequeno, 25 ou 30 pessoas, e chegamos a fazer reuniões aqui em casa. O objetivo era entender como aplicar o Direito usando o conhecimento dessas áreas afins, tratando a família em sua globalidade. Isso foi importante e, a partir daí, mudou-se o enfoque do Direito de Família no Brasil. O instituto se tornou conhecido, difundido. Começaram a surgir núcleos em outras regiões: o Rio Grande do Sul criou um, outro em Minas Gerais — e este deu origem ao Instituto Brasileiro de Direito de Família. MAS MINHA GRANDE PREOCUPAÇÃO COMO JUIZ DE FAMÍLIA ERA QUE AS PESSOAS FICASSEM FELIZES. TRABALHANDO EM UM CONFLITO FAMILIAR A GENTE VÊ MIL COISAS. NAQUELES CASOS ONDE NÃO ERA POSSÍVEL FAZER NADA, SEMPRE ME PREOCUPAVA QUE AS PESSOAS SAÍSSEM TRANQUILAS.
CONJUR — Houve algum caso paradigmático?
CEZAR PELUSO— Muitos, mas vou comentar um. Tive uma ação de investigação de paternidade, uma baiana, família inteira da Bahia, essa moça deveria ter mais ou menos 35 para 40 anos. ELA ESTAVA REGISTRADA COMO FILHA DO TIO. O pai não quis assumir a paternidade e o irmão se apresentou no registro civil como pai. ACONTECE COM ESSE ASSUNTO DE ADOÇÃO QUE NÃO ADIANTA ESCONDER, POIS A PESSOA CAPTA. A MENTE DO ADOTADO CAPTA, E ESSA SENHORA SABIA QUE NÃO ERA FILHA DO TIO. ELA ENTROU COM UMA AÇÃO CONTRA OS DOIS. ELA SOFRIA DE UMA BRONQUITE CRÔNICA QUE CHAMAMOS DE ASMA PSICOGÊNICA: A PESSOA, QUANDO FICA NERVOSA, TEM AGUDAS CRISES DE ASMA. PARA ELA ERA UM SOFRIMENTO IMPRESSIONANTE. BOM, AO JULGAR O PROCESSO, OUVI TODO MUNDO. NÃO HAVIA ERRO. O PAI FALOU COM TODAS AS LETRAS, NA FRENTE DELA. FOI ALGO MUITO DOLOROSO ESSA AUDIÊNCIA PARA RECOLHER AS PROVAS. SÓ QUE HOUVE UM PROBLEMA JURÍDICO, ELA HAVIA PERDIDO O PRAZO DE DECLARAR A PATERNIDADE, NÃO PODIA MAIS MEXER NO REGISTRO. AÍ O MUNIR CURY, UM BRILHANTE JURISTA E PROMOTOR, DISSE QUE IRIA ARGUIR A DECADÊNCIA: "NÃO IREI DEIXAR VOCÊ SENTENCIAR NO MÉRITO, POIS PASSOU DO PRAZO". PODE ARGUIR O QUE QUISER, PENSEI. MAS COMIGO NÃO IRÁ PASSAR EM BRANCO. DEI UMA SENTENÇA, UMA LONGA SENTENÇA, RECONHECENDO A PATERNIDADE, QUE ESTAVA PROVADA POR TODOS OS FATOS E DEPOIMENTOS, ELA É FILHA LEGÍTIMA DO FULANO E NÃO DO BELTRANO, E TERMINEI AFIRMANDO: "MAS, INFELIZMENTE, NÃO POSSO DECLARAR ISSO NA SENTENÇA PORQUE HOUVE DECADÊNCIA". O BRILHANTE DR. WALTER MARIA LAUDÍSIO, O ADVOGADO DA DEMANDANTE, ME DISSE QUE NÃO IRIA RECORRER DA SENTENÇA: "ISSO É O SUFICIENTE PARA A MINHA CLIENTE", CONTOU. PASSADOS SEIS MESES, O LAUDÍSIO ME PROCUROU E DISSE: "ELA FICOU BOA DA ASMA". VEJA, VOCÊ ESTABELECE UMA VERDADE OFICIAL QUE É IMPORTANTE PARA A PESSOA, E ESSA DECISÃO TEM A CAPACIDADE DE MELHORAR UM PROBLEMA FÍSICO.
CONJUR — O senhor faria um paralelo entre esse episódio da baiana com o da Comissão da Verdade?
CEZAR PELUSO— São circunstâncias talvez de outro âmbito, não sei o que realmente essa comissão quer. Precisaria ser uma situação muito mais correlata. A verdade histórica do que ocorreu no país durante o regime militar todos sabem como foi. Há sempre um componente ideológico por trás disso. Mas o fato é que esses episódios da Vara da Família marcam muito. Senti-me até um pouco frustrado em sair da Vara de Família para ir para o tribunal. "Que pena, não vou poder mais tratar desses temas..."
Leia a continuação da entrevista nesta segunda-feira (16/4).
http://noticias.r7.com/
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Mãe de coração: conheça a história de dona Bárbara, mãe de oito filhos adotivos
13.04.2012
O Jornal da Paraíba (JPB 1ª Edição) contou a história de D. Bárbara, mãe de oito filhos adotivos.
Se entregar o filho para adoção é uma experiência muitas vezes dolorosa, cheia de lágrimas né é? .... receber em casa e e no coração o filho adotado, é uma festa, uma alegria só ...
Muitos casais buscam, por meio deste ato de amor, realizar o sonho de ser pai, de ser mãe. A repórter Larissa Pereira esteve na casa de uma família assim, gente constituída pelo amor, cheia de filhos do coração ...
ASSISTA AO VÍDEO:
http://g1.globo.com/videos/paraiba/jpb-1edicao/t/edicoes/v/mae-de-coracao-conheca-a-historia-de-dona-barbara-mae-de-oito-filhos-adotivos/1902630/
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O DIREITO DA CRIANÇA DE TER UMA FAMÍLIA
13/04/2012
Joana Neitsch
Famílias temporárias deveriam substituir os abrigos para crianças, até tal ponto que tais instituições fossem extintas. Para embasar essa argumentação, o juiz Sérgio Luiz Kreuz recorre à Constituição Federal e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, mas também ao conhecimento de causa, de quem, há quinze anos, está à frente da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Cascavel, no Oeste do Paraná. Para chegar a essa conclusão, ele considerou os detalhes da vida das crianças em “casas de acolhimento” – como agora são chamadas estas instituições. Para Kreuz, aliás, a denominação “abrigo” combinava mais...
Em seu livro “Direito à convivência familiar da criança e do adolescente”, lançado no último dia 30, o autor procura demonstrar que se a família biológica não está apta para acolher as crianças, deveria ser providenciada uma unidade de estrutura semelhante. O que não pode, diz ele, é deixar a criança depositada em um abrigo. Para o autor, ainda que o processo de passar apenas um tempo com a família provisória possa ser doloroso, é muito mais traumático para criança ficar excluída da possibilidade de convívio em um ambiente familiar.
Em seu livro, o juiz apresenta um histórico sobre a posição da criança na família, o embasamento jurídico para alternativas aos abrigos, como as famílias temporárias, e relata essa experiência na prática.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS:
“Direito à convivência familiar da criança e do adolescente”, de Sérgio Kreuz. Editora Juruá, 186 páginas.
http://www.gazetadopovo.com.br/
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domingo, 15 de abril de 2012
Paternidade Socioafetiva
A legislação brasileira sofreu inúmeras mudanças nos últimos anos. E na opinião de especialistas em Direito de Família, houve uma evolução. A paternidade socioafetiva, que decorre das mudanças sociais e, constituída a partir da afetividade é um exemplo. E para discutir o assunto, o Fórum desta semana convida a desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Maria Berenice Dias e o advogado Sérgio Camargo, especialista em Direito de Família.
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SERVIDORA QUERIA ADOTAR BEBÊ, MAS UMA CRIANÇA DE 11 ANOS MUDOU OS PLANOS DA FAMÍLIA MARIA MATHEUS
SERVIDORA QUERIA ADOTAR BEBÊ, MAS UMA CRIANÇA DE 11 ANOS MUDOU OS PLANOS DA FAMÍLIA
MARIA MATHEUS
15/04/2012
O menino foi abandonado pela mãe e o padrasto não quis ficar com ele. Em razão da idade, a possibilidade de conseguir uma família adotiva não era muito grande. A maioria das pessoas que pretende adotar busca crianças de até três anos. Felipe já tinha 11. Com um padrinho ou madrinha afetivo no entanto, ainda que continuasse morando em abrigo, teria a chance de receber o carinho de uma família ao menos aos finais de semana.
O menino passou o fim de semana seguinte com a família de Carmeni. Dias depois, começaram as férias escolares e ele ficou na casa dela. Nada diferente dos demais afilhados que a funcionária pública acolheu nos últimos 12 anos, exceto pelo fato de que, desde o início, o menino gerou uma inquietude na mulher. Ela não queria deixá-lo voltar a viver no abrigo. “Você sabe que aquela criança não é sua.
Ela vai voltar para família ou você vai ficar com ela até ser adotada. Mas com o Felipe foi diferente. Quando eu pensava que quando acabasse as férias eu teria que devolver ele, me dava pânico. Eu continuaria vendo ele, nos encontraríamos todos os finais de semana. Mas eu queria algo diferente para o Felipe. Queria cuidar dele, colocá-lo numa boa escola”.
Logo no início das férias, Felipe fez uma pergunta difícil ao marido de Carmeni, Rubens Monteiro.
Uma pergunta que afasta do Projeto Padrinho muitas famílias que têm vontade de acolher uma criança aos finais de semana, mas nem pensam em um dia adotar. “Quando terminar minhas férias, vocês vão me devolver?”, questionou o garoto. “Vamos deixar para pensar nisso no final das férias?”, respondeu Rubens.
A FAMÍLIA CRESCEU
No final das férias, era hora de levar Felipe de volta ao abrigo. Carmeni e Rubens decidiram cuidar de Felipe de outra forma, como família acolhedora. Assim, o menino poderia morar na casa deles até que alguém o adotasse. “Procuramos a Rosa (psicóloga da Vara da Infância e Juventude) e dissemos que queríamos ser família acolhedora.
SEM MEDO DE AMAR
Quando a Rosa disse que ele poderia ser adotado por outra família, mesmo estando com a gente como família acolhedora, eu percebi que não poderia de jeito nenhum deixá-lo”.
Há duas semanas, Rubens anunciou a Felipe que o casal queria adotá-lo. “Meu marido olhou nos olhos dele e disse: você tem noção de que se um dia eu for seu pai eu nunca mais vou deixar de ser? Mesmo que eu dia você fale ‘não quero mais ser seu filho!’, nunca mais você vai deixar de ser meu filho. É isso que você quer?”. Era exatamente isso que Felipe queria.
“Ele me contou que quando soube que estava para adoção, orou dizendo: ‘Deus, eu quero uma família. É tudo o que eu preciso’. Quando Deus tem um projeto na vida de alguém, ele vai costurando as coisas devagarinho, devagarinho. Eu queria uma menina bebê e veio ele. Ele é tudo o que a gente queria, ele é tudo o que a gente nunca imaginou”, disse a mãe, emocionada.
O processo de adoção de Felipe está em andamento e o documento deve sair nos próximos dias. Em breve, Carmeni e Rubens terão, oficialmente, mais um filho, além dos dois biológicos. Felipe mudou para uma escola particular. Quer fazer curso de inglês, defesa pessoal, futebol, e tem todo o apoio dos pais. “Ele é muito inteligente, gosta de estudar e vamos dar todas as oportunidades que ele quiser”.
Carmeni pretende continuar participando do Projeto Padrinho como madrinha afetiva. “O Projeto Padrinho é um projeto lindo, que todo mundo pode ajudar, de uma forma ou de outra”, garante. Ela ainda quer adotar uma menininha, futuramente. “Vou começar tudo de novo”, disse, rindo.
NÃO AO PRECONCEITO
Esse é só um dos inúmeros exemplos de adoções bem sucedidas, um exemplo que mostra que não há motivo para medo ou preconceito. Na semana passada, um adolescente de 15 anos, filho adotivo, matou dois irmãos usando a arma do pai, policial civil. A tragédia na família Vilar preocupou autoridades e especialistas.
O temor é que esse crime isolado reforce na sociedade o proconceito sobre adoção. “Foi uma fatalidade que poderia ter acontecido com filhos biológicos, enfim, com qualquer pessoa. A pessoa pode entrar em surto e fazer um ato bárbaro desse”, disse a psicóloga Rosa Aquino, da Vara da Infância e Juventude.
Carmeni abre os braços para menino de 11 anos que conheceu no projeto padrinho
Foto: Paulo Ribas/ Correio do Estado - http://www.correiodoestado.com.br/
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III CAMINHADA PELA ADOÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES - RIO DE JANEIRO
27 de maio de 2012, às 9h30m esperamos todos na Praia de Copacabana para levantarmos nossa TSUNAMI ADOTIVA.
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quinta-feira, 12 de abril de 2012
PALESTRA SOBRE ADOÇÃO NOS DIÁRIOS ASSOCIADOS
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quarta-feira, 11 de abril de 2012
Campanha Laços de Amor para incentivar a adoção de crianças maiores
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Programa BOM DIA PARAÍBA
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terça-feira, 10 de abril de 2012
Menor recolhida em abrigo para adoção deve ser devolvida à mãe biológica
DECISÃO
Menor recolhida em abrigo para adoção deve ser devolvida à mãe biológica
Uma menina que foi levada a um abrigo para adoção deve ser devolvida à genitora. A decisão é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a busca e apreensão da menor.
Segundo o processo, a menina havia sido entregue pela mãe a um casal, para adoção informal – a chamada “adoção à brasileira”. A pedido do Ministério Público estadual, a Justiça deu ordem de busca e apreensão da menor, para que ela fosse recolhida a um abrigo e colocada à adoção de acordo com os procedimentos legais.
A mãe chegou a manifestar sua concordância com a medida, mas se arrependeu nove dias após o abrigamento da criança e tentou recuperá-la. O tribunal estadual negou habeas corpus impetrado pela genitora, sob o fundamento de que houve consentimento espontâneo, não havendo assim nenhuma ilegalidade na busca e apreensão da menor.
A mãe então impetrou habeas corpus no STJ, alegando que se arrependera após o recolhimento da criança ao abrigo. A relatora, ministra Nancy Andrighi, concedeu liminar para garantir a permanência da filha com a mãe.
No julgamento do mérito do habeas corpus, a relatora disse que, embora o tribunal estadual tenha se baseado nas circunstâncias fáticas para manter a criança em abrigo, mesmo diante do arrependimento da mãe, não se pode ignorar a literalidade da Lei 12.010/09, a nova Lei de Adoção. O texto diz que a criança só não deve ficar com sua família natural em caso de “absoluta impossibilidade”.
Sem perigo
Ainda de acordo com a relatora, se não havia perigo de violência física ou psicológica ou qualquer violação dos direitos da criança, como reconhecido pelas instâncias ordinárias, o arrependimento da mãe biológica já lhe garante a custódia da filha. “Inexistindo maus tratos ou negligência e havendo retratação quanto ao consentimento para a adoção, deveria ter sido dada plena aplicação à regra que prioriza a permanência da criança com sua família natural”, disse a ministra.
Nancy Andrighi apontou que um casal interpôs agravo regimental contra a liminar deferida por ela, alegando que havia conseguido a guarda da menor no curso de processo de adoção. Contudo, a relatora destacou que essa questão extrapola os limites do habeas corpus e não poderia ser analisada no julgamento de seu mérito.
Como não há situação de risco para a criança, continuou a ministra, “a sua busca e apreensão com acolhimento institucional, no curso de qualquer ação em que se discuta a custódia física da infante, representa evidente afronta ao melhor interesse do menor”.
Portanto, concluiu, mesmo que o juiz entendesse que o procedimento de adoção deveria prosseguir, “a oposição da mãe biológica a essa determinação já lhe garantiria a custódia física de sua filha, até o curso final de uma ação qualquer que desse contornos definitivos à desvinculação legal entre mãe e filha”.
O número deste processo não é divulgado em razão de sigilo judicial.
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Núcleo do TJ afasta possibilidade de adoção ter motivado crime
09/04/2012 14:53
Núcleo do TJ afasta possibilidade de adoção ter motivado crime
Por Diana Gaúna
A assistente social do núcleo de adoção do Tribunal de Justiça, Carmem Regina, rejeita a hipótese do fato de que E.G. ser filho adotivo tenha motivado o crime. O presidente do CRP (Conselho Regional de Psicologia), médico psiquiatra Carlos Afonso, declarou que seria irresponsabilidade emitir opinião sobre casos dos irmãos assassinados por filho adotivo, sem uma avaliação do menor e da família. No último sábado (7), Rodrigo dos Santos Vilar, 21, e Waquíria dos Santos Vilar, 22, foram assassinados pelo irmão mais novo, E.G., 15, no bairro Moreninha II.
Para Carmem, não há como saber quando esse tipo de tragédia vai acontecer e citou o caso da filha biológica, Suzane Louise Von Richthofen, que matou os próprios pais em São Paulo, em 2002. “Isso não pode ser definido como casos de filhos biológicos ou adotivos, não existe regra. Cada caso é um caso”, explicou.
Segundo a assistente social, as crianças que estão esperando por uma adoção sempre tem um histórico de abandono, maltrato ou negligência, e na grande parte dos casos não tem como saber o histórico da família para apurar possíveis transtornos mentais. “Algumas crianças a gente conhece a família, mas em muitos casos elas são encontradas abandonadas”, afirmou.
Carmem citou ainda que a questão da resiliência, ou seja, a superação dos problemas sempre vem em primeiro lugar. “Tem uma senhora aqui em Campo Grande, que adotou duas crianças em tempos diferentes e ela foi abandonada na infância. Então, a resiliência fez com que ela transformasse o abandono dela em uma forma de ajudar as outras pessoas”, concluiu.
Avaliação psiquiátrica sobre assassinato só poderá ser feita após ouvir menor e família
De acordo com Carlos Afonso, a avaliação do meio, como família, pessoas conhecidas e do próprio menino, é que poderão criar um quadro afirmativo do que realmente aconteceu durante o surto ocorrido no sábado. “Pode ser que ele tenha esquizofrenia, transtorno mental, psicopatia, mais o que vai acontecer é muito subjetivo. Tem pessoas que tem transtorno mental, por exemplo, e medicadas, levam uma vida normal. Agora, ser adotivo, com certeza não tem implicação nenhuma com a questão”, afirmou.
Carlos fez questão de salientar que é importante lembrar que por mais que uma criança tenha assassinado os irmãos, o que é irreparável, as motivações não podem ser entendidas como as de um adulto. “Nós só saberemos após ouvir a família e ele”, concluiu.
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
Campanha da Rede Globo "ADOÇÃO"
Campanha da Rede Globo e angaad - associação nacional dos grupos de apoio à adoção, estrelada pela atriz Cristiane Torloni. "Solidariedade a gente se liga em você"
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quinta-feira, 5 de abril de 2012
São 37 mil crianças em busca de pais
São 37 mil crianças em busca de pais
Apesar de a Lei da Adoção limitar em dois anos o período de permanência de meninos e meninas em abrigo, a quantidade de menores sem família só aumenta
Publicado em 02/04/2012 | KATIA BREMBATTI
É de mês em mês que um dado desanimador cresce no Brasil: a quantidade de crianças e adolescentes vivendo em abrigos, após o afastamento do convívio familiar. Em maio do ano passado, quando os dados passaram a ser inspecionados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), eram 30,5 mil. Em agosto de 2011 somavam 33 mil casos e atualmente são 37.240 meninos e meninas que estão sem família.
O aumento pode ser consequência de ações mais efetivas de conselhos tutelares, como a intervenção de casos por maus tratos. Mas o fato é que ativistas na área de adoção esperavam que dois fatores fossem capazes de forçar a diminuição dos números. Um deles é a criação da Lei Nacional de Adoção, de 2009, que limita em dois anos o período de permanência em abrigos; o outro é o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), criado em 2008.
ONG quer a criação de uma 4.ª vara
Por acreditar que boa parte da demora no processo de adoção é consequência da falta de condições adequadas no Judiciário, a ONG Recriar quer que uma quarta Vara da Infância e da Juventude seja instalada em Curitiba e, ainda, mais estrutura seja disponibilizada para as varas existentes. Um documento com duas mil assinaturas foi entregue ao presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Miguel Kfouri Neto, o qual se comprometeu a estudar a possibilidade. A ideia do abaixo-assinado partiu do casal Rebeca e Homero Cidade, que está na fila para adotar um grupo de irmãos.
O TJ-PR informou que as Varas da Infância e Juventude do Paraná contarão com mais 75 servidores, sendo 60 deles analistas e 15 técnicos judiciários e que, em três anos, devem ser mais 200 profissionais. A juíza Maria Lúcia de Paula Espíndola, da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Curitiba, defende mais estrutura, porém discorda que Curitiba deve ganhar mais uma vara judicial exclusiva para adoção. “Hoje contamos com nove pessoas no cartório e em 2010 eram apenas três. Melhorou e vai andar mais rápido daqui para frente”, explica. A quantidade de psicólogos e assistentes sociais também aumentou. Hoje a equipe é formada por seis psicólogos, três assistentes sociais, três estagiários, dois motoristas e quatro assessores.
Justiça
Mudanças para agilizar o processo no sistema judicial de Curitiba
Algumas alterações já ocorreram no sistema judicial da capital paranaense. Agora existem três Varas da Infância e da Juventude. A terceira trata dos processos de menores em conflito com lei. A primeira e a segunda cuidam de medidas de proteção a menores, de acompanhamento em abrigos, de destituição do poder familiar e de encaminhamento para adoção.
Até janeiro de 2012, o trabalho era separado entre as duas Varas. A primeira era responsável pela destituição familiar e a segunda pelo processo de adoção. Por resolução do Tribunal de Justiça do Paraná, desde o começo do ano ambas têm a atribuição de cuidar do processo todo: retirada da família original, acompanhamento no abrigo e encaminhamento para adoção, dividindo entre elas o número de procedimentos. O entendimento agora é de que o juiz responsável pela destituição do poder familiar deve ser o mesmo que encaminha para adoção.
Conta que não fecha
Para cada seis pessoas dispostas a adotar um filho, há uma criança à espera de novos pais. Se há mais pretendentes do que meninos e meninas aptos à adoção, por que ainda existem menores na fila? Além de fatores como cor da pele, gênero e idade, um dos empecilhos é que muitas crianças têm irmãos e a maioria dos pretendentes não quer essa adoção conjunta. A lei de adoção não permite a separação de irmãos, levando em consideração, principalmente, manter o vínculo familiar existente.
Dê sua opinião
O que poderia agilizar o processo de adoção no Brasil?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Estima-se que, quando não havia acompanhamento constante dos casos de abrigamento, aproximadamente 80 mil crianças e adolescentes viviam em instituições no Brasil. O número nos dias atuais teria caído a menos da metade, contudo, por outra triste realidade: as meninas e os meninos atingiram 18 anos e tiveram de deixar os abrigos, sem terem ganhado novos pais. O Paraná ocupa a quinta posição no ranking de números de abrigados, com 2.943 em 131 casas de acolhida.
Aumenta também os registros de crianças e adolescentes aptos à adoção. Eram 4.427 em março de 2011 e são 5.049 atualmente – 14% a mais. O acréscimo até pode ser considerado positivo, porque em mais casos de abrigamento a Justiça agiu, concluindo o complicado processo de destituição do poder familiar e permitindo que se começasse a procura por novos lares para eles.
Estrutura
Para a ONG Recriar, que auxilia pessoas interessadas em adotar, a falta de estrutura suficiente acarreta numa angustiante demora, tanto para as crianças e jovens quanto para os candidatos a pais. Um levantamento em Curitiba apontou que a habilitação de pretendentes a adotar demora cerca de um ano e, depois, são em média mais dois anos de expectativa para quem quer adotar grupos de irmãos; três anos para a adoção de uma criança acima de seis anos e cerca de cinco anos para a adoção de um bebê de até um ano de idade.
A juíza Maria Lúcia de Paula Espíndola, da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Curitiba, discorda do cenário apresentado pela ONG. A juíza assegura que o processo de habilitação – em que os pretendentes a pais cumprem as exigências judiciais, como apresentar documentos e participar de cursos e entrevistas – leva em torno de oito meses. “Esse período é essencial para que haja um amadurecimento da decisão de adotar e da percepção do que representa assumir a criança. Às vezes, a família chega aqui querendo um bebê, mas com o passar do tempo entende que o que considerava essencial não é mais”, diz. Ela também garante que, se um casal quer adotar um grupo de irmãos, o processo leva menos de um ano.
Casal conseguiu adotar porque buscou sozinho
O casal Sandra Mara e José Henrique Volpi tinha tudo para concluir o processo de adoção rapidamente. Juntos há 17 anos, os dois psicólogos, que não faziam exigências quanto a gênero, idade e pré-existência de doenças, aceitavam também adotar irmãos. Contudo, mesmo depois de concluído o processo de habilitação, eles não foram incluídos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). “Descobrimos que o nosso processo estava parado no cartório há uns seis meses”, conta Sandra Mara. Em setembro de 2009, ela e o marido iniciaram o processo de adoção. Seis meses depois estavam aptos. Mas nada do telefonema que tanto esperavam do Judiciário.
Foi quando foram informados sobre um casal de irmãos, de 8 e 4 anos, em Santa Catarina, que estava no cadastro para adoção. Rafael e Angélica estavam prestes a serem encaminhados a algum país estrangeiro por causa da suposta falta de interessados no Brasil.
A questão é que, para adotar o casal de irmãos, José Henrique e Sandra Mara deveriam estar no CNA, mas não estavam. “Só ficamos sabendo do caso em Santa Catarina porque uma amiga que sabia da nossa procura nos informou”, relata Sandra. O contato aconteceu em maio de 2010. O CNA foi criado em 2009 justamente para vencer as barreiras geográficas dentro do próprio país.
A psicóloga conhece outros casos de famílias paranaenses que recorreram ao sistema de Santa Catarina porque não aguentaram esperar o desenrolar do processo por aqui. “É muita expectativa. É um tempo doloroso demais. E também é ruim para a criança que está em um abrigo esperando uma família. A demora não deveria ser maior do que um ano”, acredita. Agora, felizes com os dois filhos, Sandra defende a chamada adoção tardia. “Foi muito mais fácil lidar com crianças que tinham consciência de que estavam sendo adotadas. Costumamos dizer que foi uma adoção mútua. Elas também nos adotaram”, resume.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1240006&ch=
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