Mundo
Mais freiras suspeitas de vender crianças em Espanha
Publicado às 18.14
O caso da venda de crianças em Espanha viu o número de arguidos aumentar, esta segunda-feira. Entre as acusações, há o nome de uma outra freira da mesma congregação que principal acusada.
Até esta segunda-feira, apenas o nome da Irmã Maria Gómez Valbuena tinha surgido implicado nas mais de 1500 denúncias que implicam freiras espanholas no rapto e venda de crianças, entre as décadas de 50 e 70.
A Maria Valbuena junta-se, agora, o nome de uma outra freira, acusada de cúmplice nos crimes. "Se denunciaram a irmã Maria, mais razão teriam se acusassem a irmã Juana Alonso, que levava e trazia crianças entre a Península Ibérica e as Canárias", disse Liberia Hernandez, dada para adoção em 1962, citada pelo "El País".
A mulher, que tinha na altura oito anos, foi vendida a um casal de Alcoy sem o consentimento da mãe. Liberia Hernandez tinha sido levada para a casa de acolhimento da congregação para ficar lá temporariamente, devido à falta de condições da mãe para sustentar os sete filhos.
Na sua acusação, Liberia chamou para testemunhar uma outra irmã da congregação, Mercedes Sanchez, que corroborou a versão de Hernandez.
A freira Mercedez afirma lembrar-se da mãe de Liberia agarrada às grades do pátio da casa de acolhimento a perguntar pela filha.
"Durante anos foi à casa perguntar pela filha. Não a abandonou", disse Sanchez, acrescentando que "a irmã Juana a despachava e dizia para esquecer, que a filha Liberia estava melhor com o outro casal".
A detetive de Tenerife Carmen Almendral investiga esta e outra dezena de denúncias contra esta casa de acolhimento e a Irmã Juana Alonso.
"É um nome que se repete, tal como o de outras freiras", afirma Carmen, dizendo que existem algumas irregularidades por verificar.
Mercedez Sanchez, que abandonou a congregação, decidiu contar tudo o que sabia depois de ler as declarações da freira Juana Alonso ao "El País", em março de 2011, nas quais negava conhecer Liberia.
Apesar de ter negado conhecer Liberia, Juana Alonso admitiu ter um acordo com uma mulher em Bilbao, que dispunha de uma rede de apartamentos onde acolhia grávidas solteiras, com o intuito de ficar com as crianças mal estas nascessem.
A irmã Juana afirma que o esquema estava "muito bem organizado", tendo ido "mais de uma vez a Bilbao buscar crianças" com o intuito de as vender a casais.
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