domingo, 15 de abril de 2012

SERVIDORA QUERIA ADOTAR BEBÊ, MAS UMA CRIANÇA DE 11 ANOS MUDOU OS PLANOS DA FAMÍLIA MARIA MATHEUS

SERVIDORA QUERIA ADOTAR BEBÊ, MAS UMA CRIANÇA DE 11 ANOS MUDOU OS PLANOS DA FAMÍLIA MARIA MATHEUS 15/04/2012 O menino foi abandonado pela mãe e o padrasto não quis ficar com ele. Em razão da idade, a possibilidade de conseguir uma família adotiva não era muito grande. A maioria das pessoas que pretende adotar busca crianças de até três anos. Felipe já tinha 11. Com um padrinho ou madrinha afetivo no entanto, ainda que continuasse morando em abrigo, teria a chance de receber o carinho de uma família ao menos aos finais de semana. O menino passou o fim de semana seguinte com a família de Carmeni. Dias depois, começaram as férias escolares e ele ficou na casa dela. Nada diferente dos demais afilhados que a funcionária pública acolheu nos últimos 12 anos, exceto pelo fato de que, desde o início, o menino gerou uma inquietude na mulher. Ela não queria deixá-lo voltar a viver no abrigo. “Você sabe que aquela criança não é sua. Ela vai voltar para família ou você vai ficar com ela até ser adotada. Mas com o Felipe foi diferente. Quando eu pensava que quando acabasse as férias eu teria que devolver ele, me dava pânico. Eu continuaria vendo ele, nos encontraríamos todos os finais de semana. Mas eu queria algo diferente para o Felipe. Queria cuidar dele, colocá-lo numa boa escola”. Logo no início das férias, Felipe fez uma pergunta difícil ao marido de Carmeni, Rubens Monteiro. Uma pergunta que afasta do Projeto Padrinho muitas famílias que têm vontade de acolher uma criança aos finais de semana, mas nem pensam em um dia adotar. “Quando terminar minhas férias, vocês vão me devolver?”, questionou o garoto. “Vamos deixar para pensar nisso no final das férias?”, respondeu Rubens. A FAMÍLIA CRESCEU No final das férias, era hora de levar Felipe de volta ao abrigo. Carmeni e Rubens decidiram cuidar de Felipe de outra forma, como família acolhedora. Assim, o menino poderia morar na casa deles até que alguém o adotasse. “Procuramos a Rosa (psicóloga da Vara da Infância e Juventude) e dissemos que queríamos ser família acolhedora. SEM MEDO DE AMAR Quando a Rosa disse que ele poderia ser adotado por outra família, mesmo estando com a gente como família acolhedora, eu percebi que não poderia de jeito nenhum deixá-lo”. Há duas semanas, Rubens anunciou a Felipe que o casal queria adotá-lo. “Meu marido olhou nos olhos dele e disse: você tem noção de que se um dia eu for seu pai eu nunca mais vou deixar de ser? Mesmo que eu dia você fale ‘não quero mais ser seu filho!’, nunca mais você vai deixar de ser meu filho. É isso que você quer?”. Era exatamente isso que Felipe queria. “Ele me contou que quando soube que estava para adoção, orou dizendo: ‘Deus, eu quero uma família. É tudo o que eu preciso’. Quando Deus tem um projeto na vida de alguém, ele vai costurando as coisas devagarinho, devagarinho. Eu queria uma menina bebê e veio ele. Ele é tudo o que a gente queria, ele é tudo o que a gente nunca imaginou”, disse a mãe, emocionada. O processo de adoção de Felipe está em andamento e o documento deve sair nos próximos dias. Em breve, Carmeni e Rubens terão, oficialmente, mais um filho, além dos dois biológicos. Felipe mudou para uma escola particular. Quer fazer curso de inglês, defesa pessoal, futebol, e tem todo o apoio dos pais. “Ele é muito inteligente, gosta de estudar e vamos dar todas as oportunidades que ele quiser”. Carmeni pretende continuar participando do Projeto Padrinho como madrinha afetiva. “O Projeto Padrinho é um projeto lindo, que todo mundo pode ajudar, de uma forma ou de outra”, garante. Ela ainda quer adotar uma menininha, futuramente. “Vou começar tudo de novo”, disse, rindo. NÃO AO PRECONCEITO Esse é só um dos inúmeros exemplos de adoções bem sucedidas, um exemplo que mostra que não há motivo para medo ou preconceito. Na semana passada, um adolescente de 15 anos, filho adotivo, matou dois irmãos usando a arma do pai, policial civil. A tragédia na família Vilar preocupou autoridades e especialistas. O temor é que esse crime isolado reforce na sociedade o proconceito sobre adoção. “Foi uma fatalidade que poderia ter acontecido com filhos biológicos, enfim, com qualquer pessoa. A pessoa pode entrar em surto e fazer um ato bárbaro desse”, disse a psicóloga Rosa Aquino, da Vara da Infância e Juventude. Carmeni abre os braços para menino de 11 anos que conheceu no projeto padrinho Foto: Paulo Ribas/ Correio do Estado - http://www.correiodoestado.com.br/

2 comentários:

Na Bagagem Mais 50 disse...

O Coração faz sempre uma grande e a melhor escolha! Parabéns à família!

Na Bagagem Mais 50 disse...

O Coração faz sempre uma grande e a melhor escolha! Parabéns à família!