ATE, Grupo de Adoção Tardia e Especial, aproxima Judiciário e adotantes.
Grupo já juntou 64 crianças a novas famílias.
Do Ação
Em alguns casos é mais difícil encontrar uma família adotiva. Quase não há pretendentes para crianças mais velhas ou com algum problema de saúde. Os pais que aceitam essas crianças normalmente não deixam claro no cadastro. Para fazer uma ponte entre eles existe em São Paulo o ATE, Grupo de Adoção Tardia e Especial.
A fundadora do grupo Carla Penteado e Marcelo têm três filhas adotadas. A história dessa família especial começou há oito anos, quando Carla fez uma festa de Natal para as crianças de um abrigo.
“Eu brinquei com todas as crianças o dia todo. No final do dia, eu entrei no berçário. Quando eu fui pegar a Marcela, a moça falou que ela teve paralisia cerebral e não ouvia, não via e não sentia. Eu falei que quem não sente é boneca. Aí eu peguei a menina no colo e cantei no ouvido dela. Ela nunca tinha chorado. Quando eu a coloquei no berço, ela chorou”, diz Carla.
A decisão de adotar foi rápida, mas o casal enfrentou resistência e preconceito. “Quinze dias depois a gente estava no juizado com todos os documentos. Mas isso não foi visto com bons olhos. O adotante especial é ansioso porque simplesmente ele vê um filho doente no abrigo, sem cuidado”, explica Carla.
A adoção deu tão certo que Carla e Marcelo resolveram aumentar a família. Para trocar experiências com pessoas em situação parecida, Carla criou uma comunidade numa rede social. Assim surgia a ATE, Adoção Tardia e Especial. A ideia era acompanhar pessoas interessadas em adotar crianças especiais. Mas o grupo acabou fazendo a ponte entre o Judiciário e os adotantes.
“As varas não conseguem na prática adotantes para crianças especiais. Toda vez que surge uma criança especial, a primeira palavra que me surge na mente é Carla, sem nenhuma dúvida. É uma pessoa que se dispôs a organizar algo que ela sentiu que estava correndo totalmente solto”, diz a juíza Cristiana Toledo.
O grupo já juntou 64 crianças a novas famílias. “Chega até a ser engraçado pensar que o grupo da Adoção Tardia e Especial fura fila porque para esse tipo de criança não tem fila, tem buraco na fila. A gente tem que correr atrás do pretendente”, explica a juíza.
Foi graças ao trabalho do grupo que Karen Isler adotou o pequeno Moisés. “A gente já tinha a Kariely e a gente queria ter mais um filho, mas a gente não queria bebê. Por isso, a gente partiu para a adoção. Daí eu pensei na adoção especial. Aí eu procurei a Carla, que me tirou várias dúvidas e me fez algumas perguntas para ver se eu estava realmente preparada para ter um filho especial”, diz.
Hoje, Moisés está com um ano e três meses. É uma criança cheia de vida, cercada de carinho e de cuidado, mas a história dele teve um começo difícil. O bebê foi adotado por um casal que desistiu de ficar com ele quando descobriu que o menino era especial. Ao saber da história Carla procurou Karen.
“O preparo foi mais psicológico. Eu confesso que tinha muito receio de enfrentar uma situação assim. Eu não sabia como era. O trabalho que ele dá, qualquer filho dá”, compara o pai adotivo Alessandro Isler.
Silvana do Monte Moreira, advogada, sócia da MLG ADVOGADOS ASSOCIADOS, presidente da Comissão Nacional de Adoção do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família, Diretora de Assuntos Jurídicos da ANGAAD - Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Presidente da Comissão de Direitos das Crianças e dos Adolescentes da OAB-RJ, coordenadora de Grupos de Apoio à Adoção. Aqui você encontrará páginas com informações necessárias aos procedimentos de habilitação e de adoção.
sábado, 10 de março de 2012
Casal cria a rede que incentiva a adoção de crianças especiais
Postado por
Silvana do Monte Moreira
às
14:13
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