quarta-feira, 21 de março de 2012

Representantes de veículos de comunicação de Jaboticabal, Barrinha, Taiaçu e Taiúva assinaram termo de compromisso pela ética na abordagem do tema adoção.

Bom Dia - Quarta Feira, 21 de Março de 112

Representantes de veículos de comunicação de Jaboticabal, Barrinha, Taiaçu e Taiúva assinaram termo de compromisso pela ética na abordagem do tema adoção.

Jornalistas assinam termo de compromisso

Representantes de veículos de comunicação de Jaboticabal, Barrinha, Taiaçu e Taiúva assinaram termo de compromisso pela ética na abordagem do tema adoção. Cerca de 20 veículos assinaram este compromisso, entre eles o Jornal Cidades, a rádio comunitária Nova FM, entre outras.

- A idéia é fazer com que cada órgão de imprensa repense o tema, e não o trate com leviandade com intuito básico de obter sensacionalismo. As vezes os profissionais do ramo acabam se levando pelo quanto pior melhor, apostam na desgraça para tentar obter mais audiência, sem pensar nas conseqüências. Como temos plena consciência da seriedade deste tema, resolvemos assumir este compromisso - ressalta o jornalista Rogério Constantino

- Sei que nossa decisão foi correta pois obtiemos total apoio do Juiz da Infância da Criança e do adolescente e de diversas entidades, mostrando que estamso no caminho certo em adotar este compromisso



Veja o que diz o compromisso



Compromisso pela ética na abordagem do tema adoção

(art. 39 do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA)

Jaboticabal, SP, em 16 de Março de 2012



Nós, representantes de veículos de comunicação de Jaboticabal, Barrinha, Taiaçu e Taiúva(cidades do Estado de São Paulo/Brasil) com o objetivo de utilizarmos da poderosa ferramenta de divulgação de informação de massa de forma a dar a ela uma finalidade útil e não somente de apelo comercial, viemos, por meio deste abaixo assinado, propor uma reflexão e a assunção de um compromisso formal técnico quanto a abordagem do tema ADOÇÃO em suas infinitas possibilidades de desenvolvimento de pautas em todos os meios de comunicação em que possamos atuar.



A iniciativa parte do princiípio de que, como poderoso instrumento de influência da população, os meios de comunicação de massa podem se transformar em estímulo à mudança das estatísticas que expõem as dificuldades do Brasil em construir a cultura da adoção. Conforme dados do Conselho Nacional de Justiça - CNJ(in Notícias-CNJ-21/12/2011 - www.cnj.jus.br) a maioria das crianças aptas à adoção tem mais de sete anos; porém, a maior parte das pessoas inscritas no cadastro de pretendentes à adoção tem preferência por crianças entre um e dois anos de idade. Portanto, há urgência na necessária quebra dos mitos e fantasias que cercam a adoção de crianças maiores (ou seja, acima de três e quatro anos) ou adolescentes na medida em que muitas pessoas pensam erroneamente que a criança mais velha traz consigo a herança de comportamentos desastrosos de seus pais biológicos (ex: drogadição, violência, criminalidade).



Em nossa vivência profissional, ao acompanharmos os trabalhos das equipes de diversas entidades e instituições ligadas aos processos de adoção (Programa de Acolhimento Institucional; Grupos de Apoio à Adoção; Vara da Infância e Juventude; Ministério Público, e outros) tomamos consciência do quanto o preconceito culturalmente cristalizado por usos e costumes da nossa sociedade são transferidos muitas vezes para o desenvolvimento das pautas jornalísticas, causando retrocessos, rupturas e desmantelo de construções de laços de afetividade e aproximação de pais e filhos que poderiam adotar-se mutuamente.



Cada ruptura dessas faz voltar à estaca zero o investimento imensurável de horas de trabalho, conhecimento e de atuação de profissionais especializados na área da infância e juventude, esforços conjuntos e tempo, muito tempo, aliás, irrecuperável.



O preconceito com respeito à adoção faz confundir o compromisso entre pais e filhos - de mão dupla - com uma equivocada ação caritativa. Impregnada desse conceito enfermo, a palavra "ADOÇÃO" ou as palavras "FILHO ADOTIVO" são continuamente utilizadas sem o devido cuidado (na maioria das vezes pela mera repetição da prática do dia a dia) transformando-se em verdadeira forma pejorativa em textos e matérias em toda a mídia.



A questão se torna ainda mais grave quando as palavras tomam destaque em pautas que divulgam crimes atrelando a ação criminosa ao fato da criança, jovem ou adulto ter sido um "filho adotivo", o que caracterizaria de forma indireta uma "ingratidão" pela "caridade" de ter sido adotado, contribuindo para uma visão preconceituosa deste tema.



Neste contexto, casais ou pessoas inicialmente inclinadas à adoção (assim como seus familiares) terminam envolvidas por esse discurso que na maioria das vezes conduz a uma interpretação preconceituosa e pejorativa, declinando de sua potencialidade em adotar, especialmente em relação às crianças maiores ou adolescentes. O resultado é o aumento do número de crianças e adolescentes em abrigos sem a chance de serem educadas numa família onde teriam também a chance de ensinar a amar para serem amados: afinal, o amor é adotivo!



Após esta reflexão, e tendo a consciência do poder que a imprensa tem e sabendo do quanto podemos utilizá-la de forma útil, colaborando para a expressão do bem na sociedade, propomos o seguinte:



1º) Que nós, como autores do que é divulgado na imprensa, reconstruamos em nós o conceito da PALAVRA ADOÇÃO dando a ela o significado da relação pais e filhos tão somente. E essa relação independe da consaguinidade;



2º) Que, a partir da internalização deste conceito em nós, tratemos os filhos como filhos, já que, terminado o processo de adoção, a adoção em si já foi finalizada. E , por esse motivo, O FILHO É APENAS... FILHO! (ressalte-se que a lei não permite qualquer observação do vínculo adotivo na nova ceridão de nascimento expedida - art.47, 4º. do ECA);



3º) Que, a exemplo de outros termos que, por força de lei ou mesmo por tratos cordiais no meio da imprensa, deixaram de ser utilizados, acordamos neste documento que as PALAVRAS "ADOÇÃO" ou "FILHO ADOTIVO" não sejam utilizados como isca de atração para matérias especialmente as que tratam de crimes.


Tendo em vista todas essas questões, nós abaixo assinados estamos de acordo e assumimos este compromisso ético profissional, com o apoio e reconhecimento de vários integrantes da Rede Social de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente.

JORNAL CIDADES

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