Autoria: UOL.com.br
24 janeiro 2013
O vereador Pedrinho ADL (PRB) e o membro do Conselho Tutelar Arnaldo
Feijó, ambos de Barra do Piraí (RJ), são acusados de fraudar uma adoção
em novembro do ano passado.
Ao
receber uma criança de quatro dias para a adoção, Feijó encaminhou a mãe
e o bebê para o gabinete do vereador, na Câmara Municipal, em vez de
mandá-los para o Juizado da Infância e da Juventude da cidade. Os dois
estão respondendo a um processo que corre em segredo de justiça no
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
A Secretaria de
Assistência Social de Barra do Piraí abriu um inquérito administrativo
para investigar a conduta de Feijó. “Assim que soubemos do caso, nós
afastamos imediatamente o conselheiro e ele perdeu o cargo, pois deveria
ter encaminhado a criança para o juizado e não para o vereador. Em
seguida, abrimos o inquérito e encaminhamos tudo para o Ministério
Público, que está tomando as devidas providências. Mais do que isso, eu
eu não posso falar”, explicou a secretária Rosimar Benício.
Segundo
Feijó, no início de dezembro de 2012, uma mulher, que não teve a
identidade revelada, procurou o órgão para deixar seu filho para adoção e
foi recebida por ele. Segundo o conselheiro, ele sabia que um casal de
Minas Gerais, amigo do vereador, estava interessado em adotar uma
criança.
“Eu liguei para o Pedrinho e encaminhei a moça para o
gabinete dele na Câmara. A família que queria a criança era boa. A
menina é professora e o marido é trabalhador. O abrigo para onde eles
mandam a criança é ruim, não tem estrutura para um neném de quatro dias
de vida. Esqueci a lei e agi só com o coração”, justificou Feijó, 56.
“Eu sabia que era proibido, mas tem horas que a gente tem que colocar a
emoção na frente”, disse.
O menino foi levado pelo casal adotivo
para a cidade de Santa Rita do Jacutinga, em Minas Gerais. O vereador
Pedrinho se diz “totalmente inocente” e alega que o assunto foi
levantado por opositores políticos por ele ter sido o vereador mais
votado nas últimas eleições municipais de Barra do Piraí.
“Isso tem
cunho político. Eu fiz tudo com ordem do Conselho Tutelar. Não foi certo
porque não passou pela Justiça, mas foi tudo com a melhor das
intenções. Aquele abrigo não é lugar para a criança”, explicou Pedrinho,
que é pedagogo e especialista em educação. “Eu só entreguei a criança,
não houve pagamento nenhum. O único dinheiro envolvido foram R$ 30 que
eu dei para a mãe biológica comprar uma cinta pós-cesariana”, afirma.
A mãe não foi encontrada pela reportagem, mas, de acordo com o
conselho, ela está lutando para ter o filho de volta. A criança está no
abrigo, para o qual deveria ter sido levada inicialmente, onde aguarda
uma decisão da Justiça.
http://www.boainformacao.com.br/2013/01/esqueci-a-lei-diz-conselheiro-acusado-de-fraudar-adoo-em-barra-do-pira-rj/
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