quinta-feira, 29 de setembro de 2016

UFSM também é espaço para inclusão de menores em acolhimento institucional (Reprodução)

27/09/2016

O Grupo de Apoio e Incentivo à Adoção de Santa Maria (Gaia-SM) promoveu nesta segunda-feira (26) a aula inaugural do Adote Ação Politécnico. O projeto tem como finalidade o treinamento e aprimoramento profissional de 10 adolescentes na faixa etária dos 14 aos 18 anos que estão em situação de acolhimento institucional. 

O Adote Ação Politécnico surgiu de um convênio que a ONG Gaia-SM firmou com a UFSM. Abraçaram essa ideia também o Juizado da Infância e Juventude e o Ministério Público de Santa Maria. É um projeto de extensão que se tornará um curso de formação inicial continuada no próximo ano.

Serão oferecidos cursos profissionalizantes de auxiliar de padaria, auxiliar de topografia e auxiliar de paisagismo. Também serão ministradas aulas de reforço em disciplinas específicas para que os participantes possam realizar provas do EJA no Ctism. 

Os jovens participantes provêm do Lar de Mírian e Mãe Celita e de uma das unidades da ONG Aldeias Infantis SOS, instituições de adoção de Santa Maria. O projeto tem validade de seis anos e será renovado indefinidamente se houver liberação do Juizado da Infância e da Juventude.

As atividades começaram no dia 15 desse mês e vão até 15 de dezembro, no Colégio Politécnico. Serão realizadas nos seguintes setores: Politécnico, Floricultura, Fruticultura, Agroindústria, Geoprocessamento, PET da Educação Física, Teatro, Planetário, Jardim Botânico e ginásio do Colégio Politécnico para as atividades esportivas. As atividades que permeiam o projeto incluem os trabalhos desenvolvidos pelas equipes de Geoprocessamento, da Agroindústria, da Fruticultura e do Paisagismo do Colégio Politécnico.

O programa de aprendizagem gratuito é executado por professores, alunos e servidores técnico-administrativos do Colégio Politécnico. A professora assistente do Politécnico Michele Monguilhott sublinha a importância do trabalho voluntário exercido pelos alunos e demais envolvidos no projeto.  As atividades retornam em março do próximo ano, junto ao início do semestre letivo da UFSM.
Crianças que vêm de famílias onde sofriam abusos, violências, contato com drogas e afins são retiradas da família pela Justiça para que se redefina sua situação familiar. Enquanto ocorre o afastamento temporário da criança — que pode ser curto ou longo dependendo do caso — os responsáveis por ela recebem acompanhamento psicológico. Quando o processo termina, a criança volta ao seu lar. Infelizmente, na maioria dos casos, o quadro comportamental dos pais, principalmente, continua o mesmo. É nesse momento que crianças e adolescentes entram em situação de abrigo institucional, pois foram retiradas de suas famílias por não estarem em um ambiente seguro e harmonioso. 

De acordo com o grupo Gaia-SM, devido à demora da Justiça brasileira e à pouca aceitação por pretendentes a adoção, os adolescentes ficam em uma espécie de limbo social até completar 18 anos de idade, quando são convidados a deixar os abrigos e ganham as ruas como sua nova morada. Abandonados à própria sorte e sem a conclusão do ensino fundamental e/ou médio, ficam sujeitos ao submundo das drogas, do crime e da prostituição. 

O projeto Adote Ação Politécnico objetiva ampliar a perspectiva de vida aos adolescentes atendidos. Busca, através do acesso à educação, oferecer os meios para que estes tenham a profissão que desejam, podendo ascender socialmente sem a marginalização que enfrentam de parte da sociedade. 
Na segunda, durante a aula inaugural, estiveram presentes organizadores do projeto Adote Ação Politécnico, alguns dos adolescentes participantes do programa, representantes da ONG Gaia-SM, entre outras instituições públicas e privadas, além de estudantes e professores. Um vídeo com um pouco mais de 30 minutos mostrou as metas do projeto e tudo o que foi conquistado até agora em paralelo a informações relacionadas à adoção no âmbito nacional. O evento aconteceu no auditório do Colégio Politécnico.

As barreiras para a adoção universal

Segundo o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), 80% dos casais que estão na fila de adoção têm preferência por crianças até os seis anos de idade. Dentro dessa especificidade, a procura por meninas brancas, de olhos claros do zero aos três anos se destaca. Os grupos de apoio à adoção vêm lutando para ampliar essa visão que acaba por excluir milhares de crianças e adolescentes no processo de adoção.

“A oportunidade de amar e acolher tem que ser para todos, sem que a cor da pele ou a idade se torne uma barreira”, explica Daniela Ramos, presidente do Gaia-SM.

Original disponível em: http://site.ufsm.br/noticias/exibir/ufsm-tambem-e-espaco-para-inclusao-de-menores-em-a

Reproduzido por: Lucas H.

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