AMOR QUE ULTRAPASSA GÊNEROS
05.12.2013
Crianças precisam de famílias estáveis e seguras para crescer. E isso
se faz por meio de uma relação de amor e carinho, seja por um casal de
homens, mulheres, ou um homem e uma mulher. Entretanto, para os casais
homossexuais terem os seus filhos, é necessário um longo processo de
cartório, entrevistas e decisões judiciais, que se não forem enfrentadas
com entusiasmo e objetivo, podem ser perdidas.
Alguns estudos
demonstram como essa relação também pode trazer benefícios para as
crianças. Publicado no American Journal of Orthopsychiatry, em 2007, uma
análise com 46 adultos filhos de pais gays mostrou que 28% desses
filhos sentem-se mais tolerantes ao passar por distintas situações da
vida. Ou seja, eles não foram criados com os estereótipos básicos “você
não pode fazer isso, isso é coisa de menino”, “isso é coisa de menina”,
o que faz com essas crianças cresçam com uma cabeça livre de
preconceitos e conceitos já estabelecidos pela sociedade num geral.
Além disso, o Instituto de Adoção Evan B. Donaldson (EUA), em 2011,
descobriu que 60% dos pais gays adotavam crianças de diferentes raças
das suas, 25% tinham mais de três anos e metade das crianças tinham
necessidades especiais. O que é de grande importância, pois, são essas
distinções que fazem com que essas crianças permaneçam por mais tempo em
orfanatos.
E diferente do que se imagina, as crianças são as menos
prejudicadas nessa relação. Os casais homossexuais, mais do que um casal
tradicional, para serem pais, precisam escolher serem pais. E quando
decidem, precisam levar esse desejo até o fim. Passando por obstáculos,
críticas e preconceitos. Tornando-os mais fortes para aguentar tudo e
dessa forma, construindo um amor ainda maior pelos futuros filhos.
LEI
Desde 2009, quando o Conselho Nacional de Justiça mudou o padrão da
certidão de nascimento tradicional “pai e mãe” para o termo “filiação”, o
caminho para o registro de crianças por casais do mesmo sexo começou a
se abrir.
Até em 2011 com o reconhecimento das uniões homoafetivas
como entidades familiares pelo STF e a obrigatoriedade de todos os
cartórios realizarem o casamento civil homoafetivo, regulamentado pelo
CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em maio deste ano, o caminho para a
adoção regulamentada por lei se abriu.
A lei brasileira não trata da
adoção por casais do mesmo sexo em específico, ou seja, a lei que se
aplica aos casais heterossexuais é a mesma que vigora para os casais
gays. E não poderia ser diferente, afinal, o princípio da igualdade
assegura que todos somos iguais perante a lei. Entretanto, deve-se, a
partir disso, apenas assegurar que essa lei seja aplicada para todos.
http://www.claudiagraichen.com.br/amor-que-ultrapassa-generos/
Nenhum comentário:
Postar um comentário