segunda-feira, 13 de março de 2017

Casal americano adota quatro irmãos brasileiros de Recife (PE) (Reprodução)


DA REDAÇÃO – Um casal americano do estado de Iowa adotou quatro irmãos – Leandro, Cristiano, Enzo e William – em Recife (PE) e trouxe os meninos para a cidade de North Liberty, onde vivem. As crianças, com idades entre dois e seis anos, estavam em um orfanato na periferia da capital pernambucana e haviam sido negligenciadas pela mãe. Os pais adotivos, Brandon e Jennifer Pratt, aceitaram o desafio de criar as crianças, que não falavam uma palavra em inglês e vinham de uma realidade completamente distinta da que vivem agora.

Em entrevista exclusiva ao AcheiUSA, Brandon Pratt disse que escolheu o Brasil porque sua cunhada é casada com um brasileiro de São Paulo e eles queriam estabelecer uma cultura brasileira/americana entre as crianças. “Nós queremos que os meninos estejam conectados com o país que nasceram.
Sabemos que é difícil, mas adoraríamos que as crianças continuassem a falar português, mesmo que tenham que reaprender a falar a língua um pouco mais tarde”, disse. Ele acrescentou que as crianças estão preparando uma apresentação na escola sobre o país em que nasceram. “Nós vamos mostrar fotos do Brasil e levar comida brasileira para a escola”.

O casal tomou a decisão de adotar uma criança há três anos. “Nós optamos por adotar irmãos, pois sabíamos da dificuldade do processo de adoção e queríamos passar por tudo isso de uma só vez”, explicou Brandon. No início foi difícil encontrar irmãos pequenos, então, quando apareceu a oportunidade de adotar as quatro crianças, eles não pensaram duas vezes. “Sabíamos que essas crianças eram para ser nossas. Deus colocou essas crianças no nosso caminho”.

Burocracia
Adotar crianças no Brasil é um processo difícil e burocrático para brasileiros e para estrangeiros é ainda mais complicado. Quando eles decidiram que queriam crianças brasileiras, contrataram uma agência de confiança que os ajudou com o processo de adoção. Todo o processo durou em torno de dois anos e meio.

Quando o processo foi aprovado em outubro de 2016, o casal passou 30 dias com as crianças para um período obrigatório de adaptação. “Depois desse período, passamos outros 28 dias para tirarmos os vistos e passaportes das crianças. Ficamos 58 dias no Brasil e chegamos em casa no dia 22 de dezembro”, contou Brandon ao AcheiUSA.

Apesar de não falarem inglês, os garotos se adaptaram muito bem à nova realidade, segundo o pai. Imersos na cultura americana, eles aprenderam rapidamente o idioma e hoje adoram ir para a escola, andar no ônibus escolar e passear na cidade. “Estamos sempre atentos para oferecer aos meninos a maior quantidade de experiências possíveis. Nós vimos um grande progresso no idioma logo que chegamos aos EUA. Eles são meninos fáceis de lidar e a adaptação está sendo bem mais fácil do que imaginávamos”.

Valeu a pena?
Brandon conta que todos os amigos próximos adoram os meninos e fazem de tudo para ajudar. “Quando o mais velho, Leandro, encontra alguém, ele já se apresenta e fala o nome e a idade de todos os seus irmãos. Ele sabe que as pessoas são curiosas”, brinca. O casal pretende criar os meninos em Iowa onde nasceram e foram criados. Brandon é empresário do ramo de restaurantes. “Queremos viajar bastante, fazer esportes e todas as coisas que as famílias normais fazem”.

Quando indagado se todo o esforço em adotar as crianças valeu a pena, Brandon afirma que se essa pergunta fosse feita há alguns meses atrás, seria difícil responder porque o processo é muito difícil e doloroso. Mas depois que tudo passou, ele diria que faria tudo de novo e que adotaria crianças brasileiras novamente. “Eu encorajo todas as famílias que queiram adotar uma criança, que olhem com carinho para o Brasil. As crianças brasileiras são incríveis. Eles são abertos à ideia de família e a cultura é maravilhosa, fácil de lidar, o que torna a adaptação das crianças bem mais fácil. O orfanato de onde nossas crianças vieram é muito bacana também, eles ensinaram as crianças os princípios e valores cristãos”.


Reproduzido por: Lucas H.


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