domingo, 7 de maio de 2017

Grupo de apoio à adoção promove encontro em Feira de Santana (Reprodução)

06/05/2017

Um encontro foi promovido pelo grupo de apoio à adoção Nascidos do Coração (Nascor), na tarde deste sábado (6), na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O objetivo do evento foi dar mais visibilidade ao tema no município e compartilhar experiências de pessoas envolvidas no processo de adoção.

O administrador e servidor público Vidal Campos da Silva informou que o grupo realiza palestras mensalmente em Salvador e pessoas de Feira de Santana viajam para a capital a fim de participarem dos eventos.

“Essa palestra já acontece em Salvador uma vez por mês desde 2012 e agora houve uma solicitação de pessoas que estão em processo de adoção em Feira de Santana, visto que na Bahia toda, o único grupo de apoio à adoção é a Nascor e as pessoas saem de Feira para participar das palestras em Salvador para esclarecer sobre essa temática e tirar alguns preconceito”, afirmou Vidal da Silva.

Segundo ele, hoje foi a primeira reunião em Feira e a ideia é que a partir de agora as palestras aconteçam uma vez por mês no município.
Burocracia
De acordo com o servidor público e integrante da Nascor, atualmente no Brasil existem cerca de 73 mil pessoas aptas para adotar uma criança e apenas uma média de 6 mil crianças no Cadastro Nacional de Adoção.

“Essa conta não fecha por um conjunto de fatores, que faz com que essas crianças permaneçam nos abrigos, como o perfil dos adotantes, pois 80% das pessoas que pretendem adotar querem crianças brancas, que sejam meninas de 0 a 3 anos, e se considerarmos Salvador, que é a capital mais negra fora do continente africano, essa é uma realidade totalmente diferente. Então o perfil é um fator determinante. Outra questão também muito importante é a falta de servidor no judiciário”, afirmou.
Ele destaca que existe um processo burocrático para se realizar uma adoção, mas que ela é necessária, uma vez que é feita uma investigação da família adotante. No entanto, Vidal da Silva ressalta que a quantidade de servidores é insuficiente para dar andamento aos processos.

“Nós temos muitas queixas nesse sentido por conta da burocracia, de pessoas que já estão no cadastro nacional de adoção há dois ou três anos e não conseguem adotar. No entanto, a burocracia é necessária, mas a falta de pessoas para dar andamento no processo no judiciário talvez faça com que as pessoas desistam dessa caminhada. E a gente tem que observar que um mês pra uma criança dentro de um abrigo é diferente pra uma criança aqui fora, por conta de estímulos e vários fatores”, alertou.
Para o servidor, deve haver a mudança no pensamento da sociedade em relação à adoção, como a ideia de que ter um filho adotado é diferente de um ter um filho biológico, mas também a melhoria da situação do Judiciário e do Cadastro Nacional da Adoção, que não está tendo a efetividade que deve ter.

Vidal da Silva afirma que ainda não tem dados em relação aos números da adoção em Feira de Santana, mas que irá pedir uma audiência com o juizado do município e se colocar à disposição da Vara da Infância enquanto sociedade civil organizada para o que for preciso.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

Original disponível em: http://m.acordacidade.com.br/noticias/176700/grupo-de-apoio-a-adocao-promove-encontro-em-feira-de-santana.html

Reproduzido por: Lucas H.



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