segunda-feira, 15 de maio de 2017

Ter "estrelinhas" no nome do pai. Quando uma mãe decide que o filho será apenas dela (Reprodução)

12.05.2017

Luís tinha 8 anos quando foi apresentado a Eugénia Carvalho e David Bowman, um casal luso-americano que se tinha inscrito para adotar um filho. Eugénia garante que David desistiu a meio do processo. Ele rejeita e assegura que foi traído pela mulher que acabou por adotar o menino individualmente. A batalha por uma criança no próximo episódio de "Vidas Suspensas". Segunda-feira depois do Jornal da Noite, na SIC

2008. David Bowman, um informático norte-americano, deixa para trás a vida em Massachusetts, EUA, para se estabelecer com a mulher - a investigadora Eugénia Carvalho - em Coimbra.
O casal, que se conhecera do outro lado do Atlântico, queria construir uma família e decidiu inscrever-se nas listas de adoção.

O processo estava já numa fase avançada quando surgem as primeiras brechas na relação. David nunca conseguiu encontrar trabalho em Portugal. Terá sido essa a origem dos desentendimentos que originaram o pedido de divórcio feito por Eugénia.

Nessa altura, já tinham conhecido um menino de oito anos. O filho por que tanto esperavam, estava à distância de algumas semanas de trâmites burocráticos. A relação entre a criança e o casal estava criada. Faltava apenas um papel que oficializasse um lugar que já sentiam ser seu: o de pais.

Mas o divórcio que estava eminente estabelecia um novo cenário e implicava uma reavaliação do processo. Estávamos então em junho de 2010 e casal decide desistir da adoção.

Filho apenas de mãe

David assegura que esperava tudo menos o que viria a acontecer. Dias depois de cancelarem a candidatura, Eugénia toma a decisão que acabaria por aprofundar ainda mais o fosso que se vinha cavando entre o casal: decide avançar sozinha.

O apelido 'Bowman' é substituído por "estrelinhas" no nome do pai. David acaba afastado de um processo de adoção que segue o seu curso.

Luís foi então morar com Eugénia e também com David. Durante dois anos chegam a viver os três num apartamento em Coimbra. "Parecia uma família a sério", recorda David. "Até ao dia em que ela saiu com o Luís". Eugénia e Luís levaram a roupa que tinham no corpo, uma mala e desapareceram sem aviso prévio. David desconhecia que Eugénia tinha planeado mudar-se com a criança para os EUA. A mulher acreditava que seria na terra onde chegou a estar emigrada, que encontraria o espaço que não teve durante os anos que partilhou com o ex-marido.

Passaram cinco anos. Mãe e filho continuam a viver nos EUA. David mantém-se em Portugal ancorado às redes da Justiça. Espera que os dois processos judiciais que lançou - um contra Eugénia e outro contra a Segurança Social -, assegurem o papel do qual garante ter sido injustamente afastado: o de pai.

Hoje, a palavra 'traição' é atirada e devolvida sempre que um fala do outro. David garante que a mulher iniciou, sozinha e em segredo, o processo de adoção. Eugénia responde que foi ele quem desistiu da candidatura.

Numa batalha por uma criança, raramente há vencedores. Apenas "Vidas Suspensas". Um episódio marcante par ver segunda-feira depois do Jornal da Noite, na SIC.

Original disponível em: http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-05-12-Ter-estrelinhas-no-nome-do-pai.-Quando-uma-mae-decide-que-o-filho-sera-apenas-dela

Reproduzido por: Lucas H.

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