segunda-feira, 15 de maio de 2017

Mãe só tem uma? Conheça seis histórias de vida que negam o velho ditado (Reprodução)

14/05/17

Pedro Willmersdorf

Talvez não haja uma frase mais clichê sobre maternidade do que "mãe só tem uma". Um velho ditado que é perpetrado por gerações e gerações, sempre reforçando a ideia de que o amor materno, sentimento tão nobre, não pode transbordar e ser diluído em duas, três, quatro ou quantas mães forem possíveis.

E, ao longo da semana, o EXTRA publicou em suas redes sociais histórias de vida que derrubam o tal clichê. Seis famílias, seis histórias e 12 mães que espelham da forma mais genuína o que representa o Dia das Mães.

Kailany, o pioneiro

A veterinária carioca Daniele Pimentel, de 41 anos, descobriu seu desejo de ser mãe ao conhecer sua esposa, a professora Vanessa Vellozo. Ali surgiu não somente um relacionamento, como um projeto de vida que incluía uma terceira pessoa.

"Foi numa primavera que conheci a Vanessa, que conquistou o meu coração e me trouxe a vontade de ter um filho. Depois de muitas tentativas frustradas, no verão de 2001 nasceu Kailany, menino iluminado, hoje com 16 anos, e uma das primeiras crianças nascidas de um relacionamento homoafetivo no Brasil", conta Daniele.

Minha mãe é minha vizinha

A jornalista de Niterói Thaís Sousa mal sabia que sua segunda mãe estava atrás da porta da casa ao lado da sua.

"Fui criada por duas mães, duas grandes amigas. Altamir me deu à luz e Joylma, nossa vizinha, ajudou a cuidar de mim com tanto amor que chamá-la também de mãe se tornou natural quando aprendi a falar. E continua sendo até hoje. O Dia das Mães é a data em que me sinto duplamente privilegiada por ter sido criada pelas duas mulheres mais fortes e inspiradoras que eu conheço", conta Thaís.

Duas mães para duas filhas
A jornalista Roberta Santiago se considera mãe "vidológica" das pequenas Olívia e Helena. Sua esposa, Juliana, foi quem gerou em seu ventre as meninas.

"Ser mãe sem ter gerado é amar tijolo a tijolo desta construção. O que define a maternidade não é a quantidade de amor ou de mimos, mas a qualidade desse amor. Um amor único, que ampara, que respeita, que sonha junto, que dá limites, que ensina e que aprende. Um amor que só quer uma coisa: ver filho se sentindo amado e feliz", diz a mãe "vidológica".


O segredo
A professora Jaqueline da Conceição nasceu do ventre de Maria Lúcia, que aos 18 anos saiu do interior do estado do Rio e veio à capital trabalhar na casa de Zely. Certo dia, Maria Lúcia passou mal e o médico revelou que seria preciso "dar um nome àquela doença".

Nasceu, então, Jaqueline, fruto de uma gravidez oculta até o momento do parto. Tempos depois, Maria Lúcia passou a trabalhar fora e foi Zely que assumiu a responsabilidade pela criação daquela garotinha frágil, com ossatura prejudicada e que cabia numa caixa de sapato 37 ao nascer. Hoje, Jaqueline permanece ao lado de suas duas mães.

"Sou uma filha de duas mães, feliz e muito agradecida por essa oportunidade de vida, pois talvez hoje não fosse a pessoa que sou e não teria a oportunidade de me tornar a profissional que me tornei e nem o ser humano que tenta melhorar a cada dia para ajudar o próximo. O amor que tenho pela minha mãe do coração tem uma intensidade diferente do amor que tenho pela minha mãe biológica, mas ambas são amadas", diz Jaqueline.

O amor que cura

Em janeiro de 2015, a empresária Heliana Queiroz e a funcionária pública Natália Paganini realizaram seu grande sonho: o da adoção. Em um abrigo em Belo Horizonte (MG) aconteceu o encontro com Júlia. Sem restrições ao perfil da criança a ser adotada, Heliana e Natália receberam um desafio ainda maior que o da maternidade: o quadro de microcefalia apresentado pela garotinha.
Desde então, além da maratona de terapias, Júlia vem sendo cercada daquele sentimento que cura alma da gente, o amor. "Amor de duas mães é gerado no encontro, nas alegrias do dia a dia, na partilha da vida. Ser mãe adotivas é estender o amor para além dos laços de sangue. Um amor que não para de crescer, vai ficando maior a cada dia. E no mês de maio, além do Dia das Mães, tem outra data que a gente comemora também, o Dia Internacional da Adoção, que é no dia 25! Duas mães, uma filha e dois motivos pra gente celebrar juntas!", diz Heliana.

Mãe da folia

Quem vê a família da diarista Fátima Borges, ao lado das filhas Priscila e Patricia, deve se perguntar quando é citada uma outra mãe. Ao conhecer um pouco a história das Borges, é possível compreender qual o papel de Maria Gorete nisso tudo.

"Ela é a mãe de Carnaval delas. Quando pequenas, por volta de 12 anos, elas passaram a desfilar pela Renascer de Jacarepaguá (escola da Série A do Rio). Eu já estava afastada da folia e repassei pra Maria a função de cuidar delas, ficar de olho e auxiliar as duas nas atividades envolvidas com a escola", conta Fátima, revelando que Patrícia e Priscila chamam Maria Gorete de mãe e, inclusive, compram presente de Dia das Mães. Gasto em dobro, mas o amor também!

Original disponível em: http://extra.globo.com/mulher/mae-so-tem-uma-conheca-seis-historias-de-vida-que-negam-velho-ditado-21334625.html

Reproduzido por: Lucas H.







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