domingo, 7 de maio de 2017

Piquenique evidencia os diferentes tipos de família (Reprodução)

06.05.17

O que define uma família é o amor que une essas pessoas. Não importa a classificação dessas famílias, tradicionais ou homoafetivas, se possuem dois pais ou duas mães ou são monoparentais. O conceito deve ser maleável aquilo que melhor se encaixa na formação do seu lar, defende a Associação Brasileira de Famílias Homoafetivas (Abrafh).

E, para celebrar essa diversidade, neste domingo, 7, será comemorado pela primeira vez no Brasil o International Family Equality Day, ou Dia Mundial da Igualdade Familiar em português. E Rio Preto é a única cidade que não é uma capital no Brasil a participar do movimento. A proposta desse dia, trazido para o País pela Abrafh, é promover a confraternização entre famílias LGBTI nas suas mais diferentes formações, agregando amigos e familiares para celebrar a diversidade e o respeito à cultura de paz.

A data é definida sempre no mês de maio, quando se comemoram também o Dia Internacional da Família (15 de maio) e o Dia Internacional contra a Homofobia (17 de maio). Inserir a comemoração para o calendário nacional vai de encontro com os pilares pregados pela Abrafh, afirma o presidente da entidade, Rogério Koscheck. “A base da associação é lutar pelos direitos sonegados às famílias homoafetivas, lutar pela visibilidade positiva e promover essa conexão entre essas famílias.

Queremos mostrar que o afeto e o amor são comuns a todas as famílias e, por isso, sempre dizemos que as famílias homoafetivas precisam sair do armário”, afirma. O responsável por trazer a celebração para Rio Preto foi Jill Castilho, 34. Ele, que é associado à Abrafh, viu no evento promovido pela associação uma oportunidade de celebrar a diversidade, então, se prontificou a inseri-lo em Rio Preto.

“São tempos difíceis. O preconceito gera muita desinformação. Dando visibilidade a essas muitas formas de famílias, mostramos que esses preconceitos são fruto do imaginário dessas pessoas. A partir do momento em que a gente conhece o outro, a gente enxerga nele necessidades iguais”, diz. Em Rio Preto, o Dia Mundial da Igualdade Familiar será realizado no Parque Ecológico neste domingo, 7, a partir das 9h30. O evento é aberto a todos que tiverem interesse. Para participar, basta levar um prato salgado ou doce e bebida.

Pais Homo
Esse é mais um passo de Castilho na luta para desmistificar as questões que envolvem uma família que foge dos padrões considerados ‘normais’. Ele tem três filhos adotivos com o marido Eder Serafim, também 34, e desde que as crianças chegaram, no início de 2016, resolveu buscar formas de informar, educar e conscientizar os outros, além de aprender a lidar com as questões da paternidade.
Para isso, ele criou um blog chamado Pais Homo, em que aborda temas como as alegrias de ser pai e questiona os preconceitos vivenciados. “Foi uma forma de tentar entender esse novo momento da minha vida, com a paternidade e os preconceitos ligados ao racismo, à adoção tardia e à homoafetividade”, explica.

O blog foi lançado no Dia dos Pais em 2016, seguido por um canal no Youtube em janeiro deste ano. “São espaços em que debato meus questionamentos quanto à paternidade e, ao mesmo tempo, os questionamentos sobre como a sociedade nos vê”, diz Castilho.

Juntos há 8 anos, casal adotou três crianças
Jill Castilho e Eder Serafim estão juntos há oito anos. Em 2010, se casaram e, em 2015, começaram o processo de adoção, que foi bem rápido, principalmente por estarem abertos a um perfil bem amplo de como deveriam ser as crianças, especialmente quanto a idade. A adoção tardia agiliza o processo. Quando as crianças chegaram à vida do casal, elas tinham 5, 6 e 8 anos.

“Não tínhamos muitas exigências. Só sabíamos que queríamos irmãos de zero a 10 anos. A princípio, a ideia era adotar duas crianças, mas mudamos para três quando surgiu a oportunidade de adotar nossos filhos”, conta.

E a adoção nunca foi um tabu dentro da família de Castilho, assim como o fato de as crianças terem dois pais. “São assuntos que tratamos de forma bem natural, como deve ser. A criança absorve aquilo que você oferece a ela. Então, conversamos muito com eles, naturalmente, no dia a dia. Nada disso é tratado como um tópico de discussão que exige uma conversa mais focada”, afirma.

Original disponível em: http://www.diariodaregiao.com.br/cultura/piquenique-evidencia-os-diferentes-tipos-de-fam%C3%ADlia-1.691245

Reproduzido por: Lucas H.

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