segunda-feira, 15 de maio de 2017

MÃES ACIMA DE QUALQUER PRECONCEITO (Reprodução)

12/05/2017

Duas mulheres mostram como superar tudo para cuidar de seus filhos sem discriminação
A cabeleireira Thalia Carvalho não pensava em ser mãe até pouco tempo atrás. Transexual e militante da causa, há três anos viu um trio de crianças entrar na sua vida e amolecer seu coração. Os meninos — de 5, 10 e 12 anos — tinham sido abandonados pela mãe biológica e eram criados, a duras penas, pelo pai de um deles, que sofre de uma doença neurológica degenerativa. Ela começou a ajudar os pequenos, mas logo se viu cuidando diariamente dos irmãos.

Thalia, que tem 30 anos, alfabetizou os dois mais velhos e ainda providenciou toda a documentação dos meninos: nem certidão de nascimento eles tinham. Moradora de São Gonçalo, ela vive numa casa com toda a família.

— Com o tempo, os laços foram se fortalecendo, e eu preenchi uma carência materna deles — conta ela, que sofreu com o preconceito no começo dessa jornada.

Thalia tem uma rotina pesada: prepara o café, leva os três ao colégio de manhã e dá aulas de reforço para a molecada, que, à tarde, pratica esportes.

Os fins de semana são dedicados a idas a pracinhas, cinemas, teatros e livrarias. Os garotos também participam com ela de movimentos contra a intolerância.

Thalia diz que não acreditava antes que seria capaz de ser mãe. Hoje é só felicidade ao lado das crianças.

LILAN NASCIMENTO DOS SANTOS

“O Júlio mudou nossas vidas. É o nosso xodó” - Vinícius Martins
Tudo correu normal na quarta gravidez de Lilian Nascimento dos Santos até... ter alta da maternidade do Hospital Azevedo Lima, em Niterói. A médica perguntou quem era a mãe do Júlio, o bebê que havia nascido na recepção do hospital, na terceira vez que ela procurava a unidade com contrações. Nas outras duas, foi medicada e mandada de volta para casa:

— A médica me disse: “A senhora está de alta, mas o Júlio vai ficar internado. Ele é doente”.

Diagnosticado com microcefalia, Júlio é um dos oito bebês que são atendidos pelo Centro de Estimulação Precoce da Pestalozzi de Niterói, onde eles recebem fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, além de muito, muito carinho. Todos são vítimas do surto de zika que atingiu futuras mamães em 2016. Lilian foi contaminada com o vírus quando estava no quarto mês de gestação. Fez todo o pré-natal, ultrassonografias, que, o marido insiste em explicar, foram todas pagas, sem uso de plano de saúde ou da rede pública. Mas o resultado, confirmando que era zika, chegou 90 dias após Júlio nascer. Coisas do Brasil. Mas nada disso esmorece Lilian, 39 anos, mãe de outros quatro filhos:
— Ele é o nosso xodó. Por ele, vejo a vida de uma forma que não enxergava antes. Deus me mandou um presente. Sei que temos de lutar pelo seu futuro.

Original disponível em: https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Foglobo.globo.com%2Frio%2Fbairros%2Fmaes-acima-de-qualquer-preconceito-21327319&h=ATMsDsyeX-rY7vucEMl-bbjT4nsJAGsSjd9LWqKjkEmw1kKCwhT3CWFeIyQfcM75-cry_hcM3vM3lyHE4jl01jGALNN4ccKHUbNyQICdZPHuDNNRfFBDDCyQX941tYZftDyL4_m8S1NjqIh-gWy6-hg&enc=AZM_ez0lEzhmwraKI-4vKMTNJp6OVaOjMvDxJ1ingQuA3YJMlszdLQicz_Qjh_cBs441ZqAgWc1-xDzuR0l-ugxcqKpLf4YTKV4sPU0-yhVoqj5ZROh8dEIGqFSFz3180thsGYeYSL826vWZOp75dgOMqZZND6u_qLsCk_hh8G1Peg

Reproduzido por: Lucas H.

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