segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Promotor investiga caso de adoção ilegal dentro da Evangelina Rosa

25/02/13, 15:08


O Ministério Público investiga um caso de adoção ilegal, no qual a mãe entregou o bebê dentro da Maternidade Evangelina Rosa e o registro de nascido vivo foi feito com o nome dos pais adotivos. O caso aconteceu em março de 2010 e veio à tona após a mãe da criança se arrepender de dar a filha.

Jordana Cury/Cidadeverde.com

“A mãe entregou o bebê ainda maternidade e a declaração de nascido vivo foi feita no nome da família que ficou com a criança. Encaminhamos o caso para as promotorias criminais, pois consideramos que houve falsificação de documento público. O que prevê pena de um a cinco anos de prisão”, explicou o promotor Ruzvel Lima Verde.


Com o documento retirado da maternidade, a família conseguiu registrar o bebê em seu nome. A mãe biológica da criança, Alayde Vulcão Américo, que fez a denúncia, reconheceu que entregou o bebê para adoção ao casal José Inácio de Sousa Filho e Antônia Maria Vieira, ainda em 20 de março de 2010.

 
Família adotiva se defende

O comerciante José Inácio, 54 anos, pai adotivo da menor M.E.I.V.S, 3 anos, afirmou que tomou conhecimento de que a mãe não queria a criança através de um funcionário da maternidade. "Ele conhece a gente e contou que a mãe não queria o bebê, que iria entregá-la a qualquer pessoa. Então, fomos até lá e dissemos que poderíamos ficar com ela. Minha mulher e eu achamos que a maternidade já sabia da adoção", explicou.


O pai adotivo contou ao Cidadeverde.com que oito dias após o nascimento da criança, foi até a casa da mãe biológica e perguntou se ela tinha certeza do ato. "Nesse dia, ela disse de novo que não queria a filha, que não tinha condições de criá-la e que a gente poderia ficar tranquilo que ela não iria pedir a menina de volta".


Ainda segundo a família adotiva, somente no ano passado a mãe biológica reclamou a guarda da filha. "Ela chegou aqui com uma nova certidão de nascimento e disse que a filha era dela e que a queria de volta. Ela disse que só deu a menina porque estava com problemas mentais. Nós não demos a criança porque já nos apegamos a ela", explicou José Inácio, emocionado com a ideia de perder a filha adotiva.


Apesar dos problemas com a Justiça, José Inácio diz não se arrepender da adoção. "Eu não entendo dessas coisas porque nunca estudei, mas eu não cometi crime algum, ela nos deu a criança. Eu quis dar uma história de vida para esse bebê e agora a Justiça dos homens quer me castigar. Gosto demais dela, não vou aceitar isso", finalizou.


José Inácio mora em uma pequena casa na Vila Irmã Dulce, zona Sul de Teresina, com outros cinco filhos, a esposa e uma neta.

Maternidade responde:

A Evangelina Rosa enviou nota na qual afirma que está realizando um trabalho preventivo junto ao Juizado da Infância e da Juventude, que é o órgão responsável pelos casos de adoção. Veja a nota na íntegra:

"A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER)  compromete-se em colaborar com a campanha educativa proposta pelo Ministério Público para esclarecimento dos aspectos legais à adoção, conscientizando os profissionais de que é crime preencher documentos falsos. A MDER informa ainda que já realiza um trabalho preventivo junto ao Juizado da Infância e da Juventude, para onde são encaminhados todos os casos de adoções identificados na maternidade. Desta forma, o órgão responsável toma todas as medidas legais necessárias, coibindo assim, práticas abusivas". 


Flash de Jordana Cury 
Redação de Caroline Oliveira

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