25/02/13, 15:08
O Ministério Público investiga um caso
de adoção ilegal, no qual a mãe entregou o bebê dentro da Maternidade
Evangelina Rosa e o registro de nascido vivo foi feito com o nome dos
pais adotivos. O caso aconteceu em março de 2010 e veio à tona após a
mãe da criança se arrepender de dar a filha.
Jordana Cury/Cidadeverde.com
“A
mãe entregou o bebê ainda maternidade e a declaração de nascido vivo
foi feita no nome da família que ficou com a criança. Encaminhamos o
caso para as promotorias criminais, pois consideramos que houve
falsificação de documento público. O que prevê pena de um a cinco anos
de prisão”, explicou o promotor Ruzvel Lima Verde.
Com
o documento retirado da maternidade, a família conseguiu registrar o
bebê em seu nome. A mãe biológica da criança, Alayde Vulcão Américo, que
fez a denúncia, reconheceu que entregou o bebê para adoção ao casal
José Inácio de Sousa Filho e Antônia Maria Vieira, ainda em 20 de março
de 2010.
Família adotiva se defende
O
comerciante José Inácio, 54 anos, pai adotivo da menor M.E.I.V.S, 3
anos, afirmou que tomou conhecimento de que a mãe não queria a criança
através de um funcionário da maternidade. "Ele conhece a gente e contou
que a mãe não queria o bebê, que iria entregá-la a qualquer pessoa.
Então, fomos até lá e dissemos que poderíamos ficar com ela. Minha
mulher e eu achamos que a maternidade já sabia da adoção", explicou.
O
pai adotivo contou ao Cidadeverde.com que oito dias após o nascimento
da criança, foi até a casa da mãe biológica e perguntou se ela tinha
certeza do ato. "Nesse dia, ela disse de novo que não queria a filha,
que não tinha condições de criá-la e que a gente poderia ficar tranquilo
que ela não iria pedir a menina de volta".
Ainda
segundo a família adotiva, somente no ano passado a mãe biológica
reclamou a guarda da filha. "Ela chegou aqui com uma nova certidão de
nascimento e disse que a filha era dela e que a queria de volta. Ela
disse que só deu a menina porque estava com problemas mentais. Nós não
demos a criança porque já nos apegamos a ela", explicou José Inácio,
emocionado com a ideia de perder a filha adotiva.
Apesar
dos problemas com a Justiça, José Inácio diz não se arrepender da
adoção. "Eu não entendo dessas coisas porque nunca estudei, mas eu não
cometi crime algum, ela nos deu a criança. Eu quis dar uma história de
vida para esse bebê e agora a Justiça dos homens quer me castigar. Gosto
demais dela, não vou aceitar isso", finalizou.
José Inácio mora em uma pequena casa na Vila Irmã Dulce, zona Sul de Teresina, com outros cinco filhos, a esposa e uma neta.
Maternidade responde:
A
Evangelina Rosa enviou nota na qual afirma que está realizando um
trabalho preventivo junto ao Juizado da Infância e da Juventude, que é o
órgão responsável pelos casos de adoção. Veja a nota na íntegra:
"A
Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) compromete-se em colaborar com
a campanha educativa proposta pelo Ministério Público para
esclarecimento dos aspectos legais à adoção, conscientizando os
profissionais de que é crime preencher documentos falsos. A MDER informa
ainda que já realiza um trabalho preventivo junto ao Juizado da
Infância e da Juventude, para onde são encaminhados todos os casos de
adoções identificados na maternidade. Desta forma, o órgão responsável
toma todas as medidas legais necessárias, coibindo assim, práticas
abusivas".
Flash de Jordana Cury
Redação de Caroline Oliveira
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