domingo, 2 de dezembro de 2012

Sequestrado na maternidade em 1986, Pedrinho é pai pela primeira vez, em Brasília

Lourdes Souza
Do UOL, em Goiânia
O filho de Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, nasceu em Brasília no último dia 21 de novembro.Conhecido por um dos sequestros mais marcantes do Brasil, ele e a mulher Nabyla Gabriela Queiroz Galvão, 23, cuidam do bebê batizado de João Pedro no apartamento do casal na Asa Norte, também no Distrito Federal.
Nascido de parto cesariana, o bebê deixou a maternidade pesando 3,2 quilos. Pedrinho ainda não permitiu a divulgação de imagens do filho. Advogado em Brasília, ele se mudou para o Distrito Federal, em 2002, quando o sequestro foi descoberto.
Hoje, aos 26 anos, Pedrinho viveu até os 16 anos em Goiânia, sendo criado como filho de Vilma Martins, que o sequestrou na maternidade em 1986. O crime foi desvendado em novembro de 2002, quando conheceu os pais biológicos, Jayro Tapajós, 60, e Maria Auxiliadora Rosalino Braule Pinto, 59. Meses depois, voltou a morar em Brasília.
Apesar de ter uma história que comoveu o país, Pedrinho diz que pretende ser um pai normal e lidar com esses fatos de uma maneira tranquila. Ele conta que mantém convivência, mesmo não sendo frequente, com a sequestradora Vilma Martins, que deverá conhecer o seu filho em breve.

O sequestro

O sequestro de Pedrinho aconteceu em 21 de janeiro de 1986, poucas horas após o seu nascimento, numa maternidade em Brasília. A partir de então, os pais não pararam as buscas pelo filho, cujo sumiço foi divulgado em sites de crianças desaparecidas no Brasil e no exterior.
Em 2002, 16 anos depois do sequestro, o caso começou a ser desvendado. A neta do ex-marido de Vilma Martins Costa, Gabriela Azeredo Borges, desconfiava que Pedrinho, batizado de Osvaldo Martins Borges Júnior, não era filho biológico de seu avô.
Em outubro do mesmo ano, ao buscar informações sobre desaparecidos no site Missing Kids (www.missingkids.com.br), ela viu uma foto de Jayro Tapajós e percebeu semelhanças com Pedrinho, na época ainda Júnior. Gabriela acionou o SOS Criança de Brasília, por meio de uma denúncia anônima. A suspeita foi encaminhada à polícia, que retomou as investigações.

DNA

Vilma Martins foi convocada para depor na Delegacia de Investigação de Homicídios sobre a suspeita de ter sequestrado o menino ainda na maternidade. Na ocasião, ela negou os fatos e se recusou a fornecer material genético para o DNA.
Ao contrário da sequestradora, o garoto forneceu material para o exame. Em novembro, o resultado do DNA comprovou que Júnior era Pedrinho. Ele conheceu os pais biológicos no dia 23 de novembro de 2002.
Com as investigações, a polícia descobriu que outra filha de Vilma, Roberta Jamilly, também havia sido sequestrada. Aparecida Fernandes Ribeiro da Silva, o nome de batismo da garota, foi levada de uma maternidade em Goiânia, em 1979.
Após a comprovação dos crimes, o Ministério Público pediu a reabertura do processo por sequestro, que teria prescrito em 1994. Em 2003, ela foi condenada a 15 anos e nove meses de prisão pelos dois sequestros, falsidade ideológica, parto suposto e estelionato. Ela cumpriu cinco anos em regime fechado. Em agosto de 2008, ganhou liberdade condicional e agora se apresenta a cada dois meses para um juiz, até 2019
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/11/29/sequestrado-na-maternidade-em-1986-pedrinho-e-pai-pela-primeira-vez-em-brasilia.htm?cmpid=ctw-cotidiano-mix1

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