Silvana do Monte Moreira: REGIÃO TEM 37 MENORES QUE ESPERAM SER ADOTADOS

Silvana do Monte Moreira, advogada, sócia da MLG ADVOGADOS ASSOCIADOS, presidente da Comissão Nacional de Adoção do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família, Diretora de Assuntos Jurídicos da ANGAAD - Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Presidente da Comissão de Direitos das Crianças e dos Adolescentes da OAB-RJ, coordenadora de Grupos de Apoio à Adoção. Aqui você encontrará páginas com informações necessárias aos procedimentos de habilitação e de adoção.

domingo, 30 de março de 2014

REGIÃO TEM 37 MENORES QUE ESPERAM SER ADOTADOS

São José do Rio Preto, 30 de Março, 2014
Guto Pereira
O Conselho Nacional de Justiça aprovou medida na semana passada para que estrangeiros e brasileiros residentes fora do País sejam incluídos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). A determinação deve entrar em vigor nos próximos dias e beneficiar diretamente 37 crianças e adolescentes da região com mais de 6 anos que buscam nova família. ...
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Marcos Roberto Brunca e Cintia dos Reis Victorino com Valentina (Edvaldo Santos )
Desde agosto a família do casal Marcos Roberto Brunca, 38, e Cintia dos Reis Victorino, 36, está completa. Foram dois anos de espera, cursos de preparação e avaliações psicológicas até que a pequena Valentina, hoje com 1,4 ano, chegou. “É uma alegria muito grande, era muito esperada, muito querida. Mexeu com toda a família, não só comigo e minha esposa, mas com todos os parentes. Todos se envolveram”, afirma o gerente administrativo.

Advogada Roberta Giacomelli: resolução agilizará os trâmites e aumentará número de adoções (Edvaldo Santos )
Segundo a advogada Roberta Giacomelli Fernandes, existem vários acordos internacionais de proteção ao menor que permitem a adoção internacional, mas o principal deles é estabelecido pela Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, da Convenção de Haia, da qual o Brasil é signatário.
“No entanto, todos esses procedimentos até a efetivação da adoção internacional são lentos, burocráticos e custosos, fazendo com que a maioria dos pretendentes desista da adoção, sendo que a resolução do CNJ facilitará positivamente agilizando os trâmites e aumentando o número de adoções.” Ela explica que, segundo estudos, culturalmente, estrangeiros, principalmente europeus são mais flexíveis na hora de adotar. “Eles têm a mentalidade mais aberta quanto à adoção de crianças de mais idade e adolescentes, aceitando inclusive adotar irmãos evitando a separação da família”, disse.

Psicóloga Ana Monachesi diz que é importante observar como se dará a adaptação da criança em outro país (Guilherme Baffi )
A psicóloga Ana Monachesi também aprova a inclusão de estrangeiros no cadastro de adoção, mas faz ressalvas quanto à adaptação em outro país. Como o objetivo é incentivar a adoção de crianças e adolescentes mais velhos, ela atenta para questões como a comunicação. “Temos que pensar que eles já possuem um vocabulário formado, que podem ter dificuldade com a linguagem e com a cultura”, explica.

Em todo o País, há mais de 30 mil pessoas cadastradas e 5,4 mil crianças disponíveis para adoção. Ou seja, na média, são seis interessados para cada menor. Porém, recente pesquisa mostra que 98% deles querem menores de sete anos. Daí a dificuldade. Em toda a região de Rio Preto, existem apenas duas crianças com este perfil. Outro dado relevante é que 75% das crianças e adolescentes que esperam na fila têm irmãos, e a Justiça sempre busca que eles sejam adotados juntos, para não perderem o vínculo familiar, mas 80% querem uma única criança.

O Conselho Nacional de Justiça aprovou medida na semana passada para que estrangeiros e brasileiros residentes fora do País sejam incluídos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). A determinação deve entrar em vigor nos próximos dias e beneficiar diretamente 37 crianças e adolescentes da região com mais de 6 anos que buscam nova família.
A abertura internacional é vista como positiva por especialistas. Em Rio Preto, atualmente existem dois adolescentes abrigados em casas do projeto Teia, aptos para adoção. Ambos têm idade entre 11 e 15 anos e são de cor parda. Um deles está no programa sob tutela do Estado desde 2006.
Os demais estão espalhados em 15 cidades do noroeste paulista - num total de 102 municípios. Catanduva tem o maior número, com 14 crianças e adolescentes para adoção. Segundo o Cadastro Nacional, 12 deles têm mais de 11 anos de idade e aguardam há pelo menos dois anos na fila.
Para a assistente social Sueli Aparecida Lopes, a expansão do cadastro vai ajudar principalmente na captação de interessados. Na prática, explica ela, as comarcas do Interior passam, a partir de agora, a ter acesso a estes nomes que antes ficavam restritos a agências especializadas, geralmente nas capitais. “Agora ele (estrangeiro) vai aparecer para a gente. Desde 2009, com a mudança na lei, não tínhamos mais acesso, dificultando a busca.”

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