Silvana do Monte Moreira: RIBEIRÃO PRETO SÓ TEM OITO CRIANÇAS PARA ADOÇÃO

domingo, 23 de março de 2014

RIBEIRÃO PRETO SÓ TEM OITO CRIANÇAS PARA ADOÇÃO

22/03/2014
Jornal A Cidade - Da reportagem
Mesmo assim, grande parte delas não vai encontrar um lar porque tem mais de 3 anos, são negras ou pardas
A Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto tem uma lista de 161 casais à espera de uma criança para adoção. A maioria tem preferência por bebês com até 3 anos, do sexo feminino e pele clara.
A fonoaudióloga Tatiane Cristina Gonçalves e o marido, Ricardo José Colusso, estão na fila de espera para adotar uma criança há 2 anos e 7 meses. “Entramos oficialmente na lista em 2011, mas ficamos quase um ano inteiro fazendo uma parte burocrática para conseguir entrar”, afirma ela.
Na contramão da procura alta, o município tem apenas oito crianças disponíveis para adoção, mas todas fora do perfil exigido pelos interessados. São quatro meninos entre 12 e 16 anos, e quatro meninas, com idade entre 9 e 16 anos. A maioria é parda ou negra.
A assistente social Lucilene de Andrade Vallada, responsável pelo acompanhamento das famílias da lista de adoção, confirma a triste realidade. “A maioria dos perfis não se encaixa. O biotipo das crianças disponíveis no nosso banco de adoção são rejeitados pelas famílias interessadas.”
DOAÇÃO
Segundo a assistente social, mulheres grávidas que procuram a Vara da Infância para doar seus bebês são atendidas pelo centro técnico. “A maioria chega dizendo que quer doar, mas tentamos colocá-las em programas, creche, trabalho, tudo para ajudar a mãe e fortalecer os laços familiares”, afirma. No caso das mães usuárias de droga, o setor técnico oferece a internação em uma clínica para recuperação.
Para os adolescentes que ainda não foram adotados são oferecidos cursos técnicos e profissionalizantes para que consigam entrar no mercado de trabalho e tentam condições de se autossustentar. “Infelizmente, esses jovens vão enfrentar o mundo sozinhos, mas o triste é que a maioria ainda alimenta a esperança de ser adotado até atingir a maioridade”, finaliza.
CASAL ESTÁ NA FILA DE ESPERA HÁ MAIS DE 2 ANOS
O casal Tatiane Cristina Gonçalves e Ricardo José Colusso está na fila de espera para adotar uma criança há 2 anos e 7 meses.
Tatiane, de 34 anos, diz que a decisão foi tomada pelo casal, ainda durante o namoro. “Sempre foi uma escolha nossa”, relata.
Ela diz que, apesar de ter escolhido somente a idade da criança, o processo é demorado. “Não escolhemos cor nem sexo mas, mesmo assim, parece que a fila não anda. Tem que ter uma esperança cautelosa”, relata.
Ao saber do bebê abandonado nesta sexta-feira (21), Tatiane, que é a número 31 da lista, ficou emocionada. Ela lamenta o fato de haver muitas crianças expostas a diversos riscos - ou abandonadas pelos pais - enquanto há uma centena de casais desesperados para ter ou adotar uma.
“Muitas vezes por medo ou pouco conhecimento, mães abandonam bebês nas ruas. Nesse caso, se a criança tivesse sido deixada num hospital, talvez não tivesse morrido. E a mãe poderia ter ido embora”, diz.
Tatiane Gonçalves e Ricardo Colusso esperam há quase 3 anos para conseguir adotar uma criança (Foto: F.L.Piton / A Cidade)
http://www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,935623,Ribeirao+Preto+so+tem+oito+criancas+para+adocao.aspx

RIBEIRÃO PRETO SÓ TEM OITO CRIANÇAS PARA ADOÇÃO
22/03/2014
Jornal A Cidade - Da reportagem
Mesmo assim, grande parte delas não vai encontrar um lar porque tem mais de 3 anos, são negras ou pardas

A Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto tem uma lista de 161 casais à espera de uma criança para adoção. A maioria tem preferência por bebês com até 3 anos, do sexo feminino e pele clara.
A fonoaudióloga Tatiane Cristina Gonçalves e o marido, Ricardo José Colusso, estão na fila de espera para adotar uma criança há 2 anos e 7 meses. “Entramos oficialmente na lista em 2011, mas ficamos quase um ano inteiro fazendo uma parte burocrática para conseguir entrar”, afirma ela.
Na contramão da procura alta, o município tem apenas oito crianças disponíveis para adoção, mas todas fora do perfil exigido pelos interessados. São quatro meninos entre 12 e 16 anos, e quatro meninas, com idade entre 9 e 16 anos. A maioria é parda ou negra.
A assistente social Lucilene de Andrade Vallada, responsável pelo acompanhamento das famílias da lista de adoção, confirma a triste realidade. “A maioria dos perfis não se encaixa. O biotipo das crianças disponíveis no nosso banco de adoção são rejeitados pelas famílias interessadas.”

DOAÇÃO
Segundo a assistente social, mulheres grávidas que procuram a Vara da Infância para doar seus bebês são atendidas pelo centro técnico. “A maioria chega dizendo que quer doar, mas tentamos colocá-las em programas, creche, trabalho, tudo para ajudar a mãe e fortalecer os laços familiares”, afirma. No caso das mães usuárias de droga, o setor técnico oferece a internação em uma clínica para recuperação.
Para os adolescentes que ainda não foram adotados são oferecidos cursos técnicos e profissionalizantes para que consigam entrar no mercado de trabalho e tentam condições de se autossustentar. “Infelizmente, esses jovens vão enfrentar o mundo sozinhos, mas o triste é que a maioria ainda alimenta a esperança de ser adotado até atingir a maioridade”, finaliza.

CASAL ESTÁ NA FILA DE ESPERA HÁ MAIS DE 2 ANOS
O casal Tatiane Cristina Gonçalves e Ricardo José Colusso está na fila de espera para adotar uma criança há 2 anos e 7 meses.
Tatiane, de 34 anos, diz que a decisão foi tomada pelo casal, ainda durante o namoro. “Sempre foi uma escolha nossa”, relata.
Ela diz que, apesar de ter escolhido somente a idade da criança, o processo é demorado. “Não escolhemos cor nem sexo mas, mesmo assim, parece que a fila não anda. Tem que ter uma esperança cautelosa”, relata.
Ao saber do bebê abandonado nesta sexta-feira (21), Tatiane, que é a número 31 da lista, ficou emocionada. Ela lamenta o fato de haver muitas crianças expostas a diversos riscos - ou abandonadas pelos pais - enquanto há uma centena de casais desesperados para ter ou adotar uma.
“Muitas vezes por medo ou pouco conhecimento, mães abandonam bebês nas ruas. Nesse caso, se a criança tivesse sido deixada num hospital, talvez não tivesse morrido. E a mãe poderia ter ido embora”, diz.
Tatiane Gonçalves e Ricardo Colusso esperam há quase 3 anos para conseguir adotar uma criança (Foto: F.L.Piton / A Cidade)
http://www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,935623,Ribeirao+Preto+so+tem+oito+criancas+para+adocao.aspx

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