22/03/2014
Uma mãe de origem norte-americana que vivia no Reino Unido obrigou a mais velha das três filhas adotivas a engravidar para poder ter uma quarta filha. A mulher está cumprindo uma pena de cinco anos de prisão por crueldade.
O caso remonta a Março de 2012 mas só agora foram conhecidas as conclusões do julgamento, revela o Guardian, na sua edição online.
O plano teve início depois de a menina ter feito 13 anos. Com três filhas adotivas, a mulher viu-lhe ser negada uma quarta adoção. Por isso, na impossibilidade de ter filhos naturais, planejou que a sua filha mais velha engravidaria. A mulher comprava esperma online a um banco de dadores dinamarquês, o Cryos, que a jovem usava, sozinha, no seu quarto, desde os 14 anos. Isto terá acontecido sete vezes, durante um período de dois anos, desde 2008. Aos 16 anos, a adolescente engravidou e, já com os 17 anos feitos, deu à luz um bebé.
O caso desta mulher levantou várias questões às autoridades. Por exemplo, a de ser tão fácil, no Reino Unido, o acesso a um banco de esperma internacional e ao uso, em casa, sem qualquer supervisão do produto comprado. O juiz Peter Jackson, do Supremo Tribunal, refletiu sobre a necessidade de os bancos de esperma verificarem quem são os seus clientes. Por sua vez, a Autoridade para a Fertilização Humana e Embriologia revelou-se “chocada e horrorizada por este caso terrível”, revela a Reuters. A instituição pretende agora debater este tema com o Ministério da Saúde. O banco de esperma Cryos não quis comentar este caso.
POR AMOR À MÃE
O caso foi descoberto depois do nascimento do bebé. Antes disso, a história contada aos serviços de saúde não levantou suspeitas: um caso de uma noite com um rapaz que saiu do país.
Depois de o bebé nascer, as profissionais de saúde que lidaram com a família de perto começaram a perceber que algo estava mal. A mãe da adolescente não permitia que esta criasse laços com o bebé. Quando uma destas profissionais sugeriu que seria bom a mãe amamentar, a mãe da jovem respondeu-lhe que não. Depois de vários incidentes, as profissionais acabaram por alertar os serviços sociais e a polícia foi envolvida no caso em Julho de 2011.
Durante o julgamento, a mulher foi descrita como tendo uma personalidade “excepcionalmente forte” e que era a única que queria ter influência nas vidas das suas filhas. Quando se divorciou do pai adotivo das duas meninas mais velhas, excluiu-o das suas vidas. O homem desconhecia o paradeiro da família há dez anos.
Além disso, as meninas aprendiam em casa, não iam à escola, as cortinas da casa estavam sempre fechadas e os vizinhos eram mantidos longe. Estes dados puseram em causa tanto os serviços de Educação, que nunca fizeram uma visita à casa, como os serviços sociais.
A Menina confessou que permitiu à mãe usar o seu corpo porque a ama e porque lhe está grata por a ter adotado. Quando a mãe lhe pediu, pela primeira vez, para conceber, a garota ficou “chocada, muito chocada”, confessou ao tribunal, mas pensou que se o fizesse a sua mãe a “amaria mais”. “Sentimentos de gratidão pela minha adoção influenciaram o meu comportamento”, confessou.
Em 2009, num postal oferecido no dia da mãe, a adolescente colou uma imagem de um teste de gravidez positivo e escreveu a promessa de ter um bebê.
Público PT
http://www.paraiba.com.br/2014/03/22/44760-mae-obrigou-filha-de-16-a-engravidar-e-foi-condenada-a-cinco-anos-de-prisao
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