domingo, 16 de março de 2014

AMOR QUE SALVA


8 março 2014
Postado por Marlene Monteiro Peixoto
Ele era um garoto de 7 anos. Mas parecia ter somente 4. Louro, de olhos castanhos e boca em forma de coração, Vladimir era uma criança muito especial naquele orfanato, perto de Moscou.
Uma canção cantada por ele, e gravada por uma repórter durante uma reportagem, no orfanato, acabou por alcançar um casal americano que já desistira de ter filhos ou de adotar por causa das decepções sofridas.
Contudo, a voz alta e límpida daquele garoto que parecia cantar com melancolia uma antiga cantiga russa, mexeu com os sentimentos de Rick.
Ele ligou para a esposa, no mesmo momento, e lhe disse:
Querida, acabei de ouvir nosso filho no rádio.
Vladimir era portador de uma enfermidade chamada artrogripose. Suas articulações começaram a se tornar enrijecidas antes mesmo do nascimento.
Suas mãos eram viradas para dentro e seus pés para cima e para trás. Ele andava como um foca, deslizando e jogando os quadris para a frente, puxando as pernas e os pés.
Foi uma longa luta. Adoção internacional é bastante trabalhosa e cara. Finalmente, o casal foi a Moscou para buscar o menino.
Chegados ao orfanato, foram introduzidos em uma sala. Logo mais, puderam ouvir a tagarelice de uma criança e a intérprete lhes falou que o menino estava dizendo que não desejava ser apresentado na cadeira de rodas.
A médica que o acompanhava o colocou em pé, sustentando-o com seus braços.
O garoto de topete louro olhou sem qualquer receio e com forte sotaque falou:
Mamãe, papai, amo vocês. E abraçaram-se os três, emocionados, como se fosse um reencontro.
Vladimir teve muito que aprender. Necessitou aprender inglês para poder se comunicar com os pais e ir para a escola.
Mas ele desejava mais. Queria ter mãos normais para poder escrever sem ajuda e pés normais para poder andar de bicicleta e correr.
Submeteu-se a cirurgias das mãos para conseguir, ao menos, que os pulsos ficassem retos.
Os pés tiveram que ser amputados e adaptada uma prótese com pés de borracha.
Vladimir ainda precisa de alguém para ajudá-lo em muitas coisas, pois seus cotovelos e joelhos são rígidos.
Mas, em sua bicicleta especial, impulsionada manualmente, ele sorri feliz porque tem tudo o que sempre desejou: um pai, uma mãe, a capacidade de andar e uma bicicleta.
* * *
O casal Rick e Diana ainda adotou mais uma criança, também portadora de deformações congênitas de braços e pés.
A menina já se submeteu a algumas cirurgias e está se recuperando.
Foi o próprio Vladimir que pediu aos pais que lhe dessem uma irmã e hoje são uma família feliz.
E para não esquecer que foi a canção de Vladimir que transformou quatro vidas, toda noite, na hora de dormir, os pais cantam para as crianças.
O amor é verdadeiramente de essência divina e consegue coisas inimagináveis. Mais do que isso, o amor desconhece fronteiras, idiomas e quaisquer outros obstáculos.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo A canção de Vladimir, da Revista Seleções do Reader´s Digest, de julho/2000
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