14/12/2014
Fernanda Rodrigues
Outras 5 estão em preparação para serem inseridas em uma nova família
No Brasil, atualmente, há 5.641 crianças para serem adotadas e mais de 32,8 mil pretendentes no Cadastro Nacional de Adoção. A conta parece não fechar, pois há muito mais candidatos a pais do que crianças cadastradas. Porém, as exigências feitas pelos pretendentes acabam não batendo com os perfis das crianças, o que mantém grande o número de crianças aguardando por um novo lar. Do total de pretendentes, por exemplo, menos da metade (41,77%) aceita crianças da raça negra.
A maioria dos casos de adoção em Limeira são aqueles em que as crianças foram destituídas do poder familiar, ou seja, precisaram ser retiradas da família por questões como negligência e maus-tratos. Crianças entregues para adoção, ainda no hospital, são casos mais raros. No município, atualmente, há cerca de 15 crianças (acima dos 10 anos) e adolescentes aguardando adoção por novas famílias. Outras cinco crianças já estão em fase de preparação para serem inseridas em uma família substituta. E aproximadamente 10 crianças já foram para suas novas famílias e estão em fase de acompanhamento pela Vara da Infância e da Juventude, a fim de garantir a adaptação familiar. Este acompanhamento dura, em média, um ano.
Na outra ponta do processo adotivo, há 19 pretendentes na cidade, em sua maioria casais, aguardando para adotar. Há também outros quatro casais habilitados, mas que, por algum motivo particular, pediram a suspensão do processo.
De acordo com a psicóloga do setor técnico da Vara da Infância e da Juventude de Limeira, Rosângela Aparecida Blumer, o processo de adoção demanda cuidados para garantir a efetividade da inserção da criança na nova família. "As pessoas devem ter clareza se é isso mesmo que querem para a vida. Criança não é uma mercadoria. Às vezes, as pessoas acham muito burocrático, mas aqui não temos problemas justamente porque acompanhamos todo o processo. Em algumas cidades, vemos que têm pessoas agindo de má-fé", diz a psicóloga.
De acordo com Rosângela, algumas medidas foram adotadas em Limeira - como permitir aos novos pais uma aproximação com a criança enquanto ela ainda estiver no abrigo, fazer o acompanhamento após a inserção na família e não levar grupos de pretendentes aos abrigos.
SEM PRECONCEITOS
A psicóloga explica que hoje, durante o curso preparatório para os pretendentes, as crianças são apresentadas por meio de fotos e de um breve histórico. Também durante o curso, que tem duração de dois dias, os pretendentes são estimulados à adoção sem tantas exigências e também esclarecidos sobre a realidade das crianças. Exigências - como preferência por bebês, crianças brancas e meninas - são abordadas, uma vez que deixam mais demorado o processo de adoção. Durante o curso, Rosângela conta que os pais são submetidos a novas concepções de adoção. "Buscamos provocar uma reflexão. Será que só seria capaz de amar uma criança com essas exigências? Será que não teria condições de acolher grupos de irmãos? Então, buscamos estimular, porque filho é uma questão de desejo".
De acordo com a psicóloga, a qualquer momento do curso ou do processo de adoção, os pretendentes têm a liberdade para falar se estão ou não realmente preparados para a adoção. Outra motivação a ser trabalhada no processo é quando pais querem adotar para suprir a necessidade de um filho biológico.
http://www.jlmais.com/…/10-criancas-acharam-um-novo-lar-est…
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