06/12/2014
Por Tulio Milman
A TV Inter fez a cobertura de uma festa no meio do gramado do Beira-Rio. Foi quinta-feira. Não era celebração de título nem de vaga para a Libertadores. Lá estavam mais de 850 crianças e adolescentes que esperam adoção em Porto Alegre. Ministério Público, bombeiros e empresas privadas organizaram a celebração de Natal.
Na reportagem, as crianças e adolescentes têm rosto, se movem, falam, se abraçam.
Existe uma lei aprovada com a maior das boas intenções. Ela proíbe a exposição pública de menores em situação de vulnerabilidade. Essa lei, criada para proteger, é também uma condenação. Porque serve de cortina para o esquecimento, para a negligência e para o abandono.
Há alguns meses, uma investigação do Ministério Público descobriu que dezenas de meninos e meninas estavam em situação legal precária. Muitas sequer tinham seus nomes incluídos no Cadastro Nacional de Adoção.
As crianças que esperam por novas famílias deveriam ser obrigatoriamente expostas. Não por pena, ou para apequená-las ainda mais diante da sociedade.
Elas deveriam ser expostas para não serem esquecidas. A festa do Beira-Rio foi muito mais que uma festa.
http://zh.clicrbs.com.br/…/tulio-milman-foi-um-banho-de-luz…
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