Processo pode demorar muitos anos até a adoção efetiva.
Maioria das crianças que vivem nos abrigos não atende o perfil desejado.
Helena e Jonas Paschoali decidiram adotar e logo foram avisados por pessoas conhecidas. "Diziam pra gente: olha, a espera é longa, se preparem para mais de dois anos. Então, a gente estava até preparado", afirma Helena.
Mas o casal teve sorte com a adoção de José. Ele ganhou a nova família com três dias de vida. Jonas e Helena só saíram mais rápido da fila para adoção porque a mãe biológica decidiu dar o filho na maternidade. A guarda definitiva saiu depois de sete meses.
Para o juiz Sérgio Ricardo Lima, todo o processo é importante. "Não diria uma burocracia, mas uma formalidade legal necessária para a própria segurança do processo de adoção. É um processo mais longo, mas definitivo e duradouro para sempre, em que se vai romper laços e vínculos familiares de filiação da família natural, passando a ter novos vínculos de filiação e afinidade dessa criança com uma família substituta. Então, tem que passar por um processo de amadurecimento, um processo de preparação dessas famílias, com estágios de convivência para que se possa amadurecer isso e saber se as pessoas que queiram adotar estejam seguras, sabendo que é uma decisão para a vida toda", explica o juiz.
O processo lento não é o único obstáculo. A maioria das crianças que vivem nos abrigos é mais velha e não atende o perfil desejado pelos pretendentes.
A bióloga Janaina Maia e o esposo Jadson não fizeram muitas exigências, mas uma delas pode adiar o sonho do casal. Eles querem uma criança com até dois anos de idade. "Na gestação biológica, o casal sabe quando começa e quando termina. A gestação por adoção a gente não sabe quando vai terminar. Gostaria de saber como fazer para diminuir essa ansiedade", afirma Janaina.
Enquanto a criança não vem, Jadson e Janaina seguem como voluntários de um grupo que descobriram na internet quando decidiram adotar. O grupo "Renascer" existe desde 2001 para informar, tirar dúvidas e apoiar a doação.
"Eu quero curtir meu filho, colaborar que seja uma pessoa do bem, que eu possa ajudar nesse caminho. Vou me sentir muito feliz em saber que ajudei nisso diretamente", afirma Jadson Maia.
http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2014/12/processo-lento-e-exigencia-dos-futuros-pais-dificulta-adocao-no-para.html
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