Por Fernanda da Costa
RS é o estado com maior incidência de HIV em menores de cinco anos
A transmissão do HIV de mãe para filho, chamada de transmissão vertical, pode acontecer em três momentos: durante a gestação, o parto ou a amamentação. Sem qualquer ação de prevenção, o risco de transmissão é de 20%, segundo o Ministério da Saúde. Já quando a gestante realiza o acompanhamento médico, a possibilidade de infecção do bebê é menor que 1%, conforme o órgão.
De acordo com a especialista em saúde da Coordenação de DST/Aids do governo do Estado Tatiana Heidi Oliveira, o primeiro passo para evitar a transmissão vertical é o diagnóstico precoce. Para isso, o procedimento padrão é realizar exames de HIV em duas fases da gestação, no primeiro e no terceiro trimestre, em todas as mulheres. Na maternidade, antes do parto, outro teste é realizado, independentemente dos resultados anteriores.
A confirmação do HIV na mãe durante a gestação não significa que a criança será infectada pelo vírus, mas exposta a ele.
— Quando o resultado é positivo, as gestantes passam a receber medicamentos e um acompanhamento específico para evitar a transmissão do vírus à criança — informa Tatiana.
Após o parto, preferencialmente cesárea, a criança também receberá medicamentos e passará por exames de HIV. A recomendação do Ministério da Saúde é que a mãe soropositiva não amamente o bebê.
RS É O ESTADO COM MAIOR INCIDÊNCIA DE HIV EM MENORES DE CINCO ANOS
Nos últimos 10 anos, houve uma queda de 35,8% na detecção de casos de aids em menores de cinco anos, conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde publicado em dezembro de 2013. No entanto, no Rio Grande do Sul, a taxa de detecção do vírus em crianças até esta idade é a maior do país. Enquanto no Brasil a incidência da doença em menores de cinco anos foi de 3,4 para cada 100 mil habitantes em 2012, o Estado registrou 9,1 casos para cada 100 mil pessoas.
Conforme a promotora da Infância e da Juventude de Porto Alegre Cinara Vianna Dutra Braga, muitos casos em que há transmissão vertical ocorrem quando as mães estão em situação de rua ou dependência química e, por isso, não procuram acompanhamento médico durante a gestação.
— Devido a esses casos, hoje temos uma discussão sobre a possibilidade de internação compulsória para gestantes dependentes químicas que são portadoras de HIV — explica Cinara.
O objetivo da internação, segundo a promotora, seria oferecer o tratamento adequado para tentar evitar a transmissão para o filho.
http://zh.clicrbs.com.br/.../transmissao-do-hiv-de-mae...
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