quinta-feira, 30 de maio de 2013

Polícia investiga troca de bebê por dívida de crack

Rio de Janeiro, 29/05/2013


Mulher de chefe do tráfico no Complexo do Alemão foi presa com bebê que, segundo a polícia, é filho de uma dependente da droga

Mulher presa acusada de trocar bebê por dívida de crack no Complexo do Alemão
Mulher presa acusada de trocar bebê por dívida de crack no Complexo do Alemão (Paulo Jacob/Agência O Globo)
As investigações sobre os disparos feitos por traficantes durante a corrida Desafio da Paz, no Complexo do Alemão, trouxeram à tona uma história bizarra no Rio de Janeiro. A Polícia Civil investiga o uso de um bebê de dois meses, uma menina, como pagamento de uma dívida da mãe, viciada na droga. De acordo com o jornal carioca Extra, a 22ª DP (Penha) prendeu, na terça-feira, Fabiana Muniz Toledo, de 31 anos, mulher de Bruno Eduardo da Silva Procópio, o Piná, que comanda bocas de fumo na favela. Ela vinha sendo investigada há dez dias a partir de uma denúncia de adoção ilegal da criança.

Os policiais da 22ª DP descobriram que a mãe do bebê era usuária de crack e, de acordo com o Extra, foi forçada a deixar a criança com Fabiana. A mulher do traficante foi presa com o bebê no colo. Em seguida, a criança foi encaminhada para uma unidade do Conselho Tutelar.

Preso acusado de atirar contra UPP do Alemão

O delegado Reginaldo Guilherme, titular da 22ª DP, afirmou ao jornal que Fabiana aproveitou-se do poder que tinha como mulher de um chefe do tráfico para forçar a mãe a entregar o bebê – uma criança de “bonita e de olhos azuis”.

Fabiane negou, na delegacia, ter adotado ilegalmente o bebê. Segundo afirmou aos policiais, ela estava apenas “tomando conta” da criança no momento em que a polícia chegou. A mãe da criança também foi à delegacia e negou ter dado a criança para a mulher do traficante.

A polícia encontrou indícios, no entanto, de que as versões apresentadas por Fabiana e pela mãe da criança podem não ser verdadeiras: na bolsa da mulher do traficante foi encontrada uma caderneta de vacinação em que constam o nome de Fabiana e de Piná como mãe e pai.

Fabiana agora é investigada por ocultação de recém-nascido e associação para o tráfico de drogas. Como foram encontrados documentos falsos com ela e na casa do traficante, também foi formalizada investigação por falsificação de documento público.

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/policia-investiga-troca-de-bebe-por-divida-de-crack

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Outono

ATITUDE ADOTIVA


Publicado em 29.05.2013, às 14h23


Ouvia as vozes do marido, dos amigos e respondia apenas vou pensar, vou pensar, mas não pensava nunca
Ouvia as vozes do marido, dos amigos e respondia apenas vou pensar, vou pensar, mas não pensava nunca
Foto: internet

Por João Gratuliano*
Ficou suspensa quando soube que seu ventre não geraria uma criança. Um sonho alimentado desde que se entendia por gente, com as primeiras bonecas, bebês quase perfeitos, tinha até uma que chorava, chorava. E ela chorava compulsivamente, abraçada ao marido.

- Por que meu Deus, por que logo comigo?

- Calma, amor, vamos encontrar uma saída.

- Como, uma saída? Você não ouviu o que o médico disse? É genético. Por isso minha irmã nunca engravidou. O problema é comigo, você não tem culpa de nada. Sou eu, sou eu.

- Lembra quando ainda estávamos namorando, planejando nosso futuro? Eu dizia que queria muitos filhos e você só queria dois, para poupar seu corpo? A gente combinou em gerar dois e adotar mais, lembra? A gente ainda pode adotar.

- Lembro, mas éramos jovens e tolos, imagine que bobagem, me preocupar com a aparência. De que adianta esse corpo se ele não serve para nada?

- Não diga isso, ainda vamos adotar muitos filhos, você vai ver, mas não precisa pensar nisso agora. Vamos para casa. Nada como uma boa noite de sono. Você está precisando.

Depois que ela dorme, ele se levanta e fica na varanda olhando do alto as luzes dos carros, as ruas como veias pulsando com o abre e fecha dos semáforos, a cidade alheia aos sonhos desfeitos. 

No quarto escuro, as sombras se moviam pelas paredes, imitando o movimento das árvores, hoje, mais agitadas que o normal, anúncio de tempestade. Todos os medos da infância nela. Aquelas manchas projetadas nas paredes sempre metem medo na gente. A vontade de ir ao banheiro era menor do que o medo de enfrentar aqueles monstros. Os colegas roncavam sem preocupações com os fantasmas que habitam a imaginação. Ela então decide vencer o medo, levanta-se e vê a fila de camas do dormitório. Uma maior outra menor, alguns beliches, berços. Aquela irregularidade à noite tornava o abrigo um lugar assustador, como um depósito de móveis assombrados. Segura sua bonequinha maneta e vai rezando a oração que aprendera, não lembra bem quando, repetindo sempre a mesma parte: livrai-nos do mal, amém, livrai-nos do mal, amém. Já estava ali há seis anos à espera de uma mãe que ainda há de aparecer.

Com a barra do dia vem o sobressalto. Acorda ofegante, olha-se no espelho e vê os olhos de quem chorou dormindo. Dias e mais dias seguidos, os mesmos olhos inchados. As mesmas noites de choro. O pesadelo se repetindo: ela no abrigo à espera de uma mãe que não chegava nunca. 

No espelho, uma árvore que nunca deu frutos definhando. As lágrimas como folhas caindo aos montes no início do outono e escasseando a cada dia, o rosto desinchando aos poucos, murchando, murchando, semana após semana, ano após ano.

Via televisão com os olhos perdidos, fixos num ponto muito além da tela. Não fazia um comentário. Ouvia as vozes do marido, dos amigos e respondia apenas vou pensar, vou pensar, mas não pensava nunca. 

No intervalo da novela um comercial trouxe de volta seu olhar. 

- Mamãe, eu nasci de você? 

- Por que a pergunta minha filha?

- Porque na escola falaram que não.

- Antigamente mamãe vivia triste aí você chegou e eu virei a pessoa mais feliz do mundo. Se te perguntarem se fui eu que te coloquei no mundo, você diz que foi o contrário, você diz que foi você que me colocou no mundo.

Pela primeira vez em muito tempo os olhos ficaram úmidos. Virou-se para o marido, olhando-o de frente como costumava fazer. Como ele envelhecera, os cabelos grisalhos, os olhos fundos, a pele encarquilhada. Vamos adotar um filho? Ele engole seco. Agora, minha velha? Sim, agora mesmo. Vá, levante-se e inscreva a gente na fila de adoção. Vá, tá esperando o quê? Tá certo, meu amor, vamos nós dois juntos, mas amanhã bem cedinho, agora está tudo fechado, acalme-se, vai dar tudo certo.

A assistente social anotou os dados com a maior paciência. Lembrem-se de que existe uma fila e isto poderá demorar um pouco, mas quem sabe vocês dão sorte, não é mesmo? 

O telefone mudo, a espera interminável, a incerteza habitando os pensamentos, não aguentou mais aquela situação e caiu doente. Ele não tinha como cuidar dela, com a saúde frágil também, o reumatismo instalado. Muito a contragosto aceita a ideia de uma enfermeira para tomar conta dela, mas primeiro ela fazia questão de entrevistá-la. Não pode ser qualquer uma.

- Conte, minha filha, você é casada? Tem filhos?

- Não, minha senhora, fui criada num abrigo da periferia. Era meio precário, um casarão velho que foi reformado. Era muito triste, mas eu sobrevivi, consegui terminar o ensino fundamental e fazer o curso de enfermagem pela escola técnica estadual. Meu sonho era morar numa casa assim como a sua e ter um quarto só para mim, como a sua filha teve. A senhora conservou ele muito bem. Parece até que está pronto para receber uma garotinha. É para sua netinha? Senhora, senhora, está me ouvindo?

No criado mudo ele encontrou um bilhete inacabado, “Querido, não consegui separar minha alma do meu corpo e fiquei presa como uma borboleta num traje de escafandrista, como naquele livro que lemos juntos. Quando penso que nossos sonhos estavam tão perto, uma inscrição, uma fila pequena. Nem mesmo no seu trabalho como voluntário no grupo de apoio à adoção eu quis me envolver. Que tolice a minha. Quero que saiba que lhe admiro muito por todo o carinho que tens comigo, mas te admiro mais ainda por esse trabalho que deve ter dado nascimento não apenas aos filhos, mas também a muitos pais e mães. Agora entendo que dar nascimento é um ato da alma e não do corpo. Mas o tempo, ah, o tempo ________________________”. 

* João Gratuliano é consultor de empresas, escritor e irmão adotivo.
*As colunas assinadas não refletem, necessariamente, a opinião do NE10

terça-feira, 28 de maio de 2013

CNJ - Judiciário investe no combate a preconceitos

Extraído de: Associação dos Advogados de São Paulo  - 27 de Maio de 2013


M., 39 anos, é loira e tem os olhos verdes. Já C., 9 anos, é negra e tem o cabelo crespo. A diferença com relação à aparência, entretanto, não foi nenhum empecilho para que a candidata à mãe escolhesse a então candidata à filha. Ela e o marido M., de 55 anos e também da cor branca, não tiveram dúvidas quando foram apresentados à menina, na época com dois anos e três meses de idade. Aquela criança de fato era a filha que eles tanto ansiavam. "Costumo dizer que nós fomos adotados por ela", diz M., ainda embevecida.De acordo com levantamento de maio deste ano, 91,13% dos inscritos no CNA declararam aceitar crianças brancas. Outros 64,88% manifestaram a preferência pelas crianças pardas. Já com relação às crianças da cor negra, o número de interessados foi de apenas 37,57%.
O CNA aponta a resistência dos candidatos a futuros pais com relação a diversos outros aspectos. No que diz respeito a grupos de irmãos, por exemplo, apenas 18,97% dos candidatos se mostraram abertos a esse tipo de adoção. E no que se refere a crianças com mais de 6 anos de idade, o percentual de interessados não chega a 4%. Esse é o grande "calcanhar de Aquiles do cadastro", pois essa restrição é a maior responsável pelas histórias dramáticas de crianças que se tornam adolescentes e vivem toda a infância dentro de abrigos.
O fato é que a maior parte das crianças e adolescentes atualmente nos abrigos não atende ao perfil almejado. Por isso, existem muito mais pretendentes do que crianças aptas a serem adotadas. Nesse mês, o CNA registrou 29.440 candidatos contra 5.426 crianças e adolescentes aptos à adoção. A proporção é de 5,43 interessados para cada criança ou adolescente à espera de nova uma família.
Adoção tardia - Ciente da necessidade de mudar essa realidade, o CNJ tem cada vez mais incentivado os tribunais de Justiça a desenvolverem iniciativas que permitam a conscientização dos pretendentes.
Um exemplo de práticas nessa área tem sido desenvolvida pela 1ª Vara da Infância e Juventude da Serra, região metropolitana do Espírito Santo. A juíza Gladys Pinheiro, titular daquela unidade judiciária, criou a Campanha de Incentivo à Adoção Tardia, que se encontra na segunda edição. Segundo a magistrada, o objetivo da iniciativa é derrubar os preconceitos dos pretendentes, estimulando-os a adotar crianças com mais de três anos.
A segunda edição da campanha teve início no último dia 17 de maio, com a inauguração de uma exposição fotográfica de pais com seus filhos adotivos, assim como um stand de atendimento em um conhecido shopping da região. A iniciativa também previu a realização de bate-papos para tirar as duvidas dos interessados, assim como de uma caminhada pró-adoção pelas ruas da cidade.
"A maioria das nossas crianças tem mais de três anos ou são adolescentes. Ou seja, tem um perfil distante do idealizado pelos mais de 700 pretendentes (inscritos na comarca de Serra). Nossa campanha visa, portanto, mudar a ideia de que criança mais velha vem com problemas. A idade não é um óbice", explica Gladys.
Os resultados obtidos até o momento são animadores. Nas duas edições da campanha, 214 pessoas procuraram o stand da 1ª Vara da Infância e Juventude de Serra disposto no shopping da cidade, a fim de obter mais informações sobre a adoção tardia. E pelo menos 10 processos envolvendo a adoção de crianças acima de três anos ou mesmo de adolescentes tiveram início desde a criação da campanha.
Eduarda Borges Bimbatto, assistente social daquela unidade judiciária, acompanha os encontros promovidos pelo projeto. Para ela, é quase impossível não se emocionar. Uma história que lhe chamou a atenção foi a de uma mulher que adotou uma jovem de 19 anos que permanecia no abrigo, apesar da maior idade, justamente por não ter para onde ir.
Outro caso que Eduarda faz questão de relatar é a de uma colega de profissão que trabalhava em uma das unidades de acolhimento do município. No abrigo, a mulher conheceu uma menina de 13 anos, a quem passou a levar para a casa nos fins de semana. A formação de vínculos entre as duas foi inevitável. "Era uma menina que se recusava a ser adotada, pois ela nutria o sonho de voltar para a família biológica. Ela sempre saia com a assistente até que um dia não quis mais voltar para o abrigo. Costumamos dizer que quem fez a adoção, na verdade, foi a garota", conta a assistente social. "Esse processo foi concluído no fim do ano", diz, com alegria.
Autor: Conselho Nacional de Justiça

Programa Adoção Tardia é destaque no site do CNJ

Extraído de: Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo  - 27 de Maio de 2013

CNJ - Judiciário investe no combate a preconceitos

O Programa "Adoção Tardia", desenvolvido pela 1ª Vara da Infância e Juventude da Serra, ganhou destaque desde última sexta-feira (24) no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como iniciativa de conscientização à adoção de crianças e adolescentes entre 3 e 18 anos.
Em sua segunda edição, o programa busca levar informações aos interessados, permite a troca de experiências com pais adotivos sobre todo o processo e as dificuldades de adaptação entre a recém-formada família. Neste ano um estande foi montado no shopping Mestre Álvaro, na Serra, para tirar dúvidas. Os servidores ainda fizeram uma panfletagem e exposição de fotos de famílias que já adotaram crianças dentro por meio do "Adoção Tardia".
"Estou muito feliz e realizada com esse resultado tão satisfatório. As pessoas que participaram do evento já estão procurando a 1ª Vara da Infância e da Juventude. Isso demonstra que estamos conseguindo acabar com o mito da Adoção Tardia", explicou a juíza Gladys Pinheiros.
Desenvolvido pela magistrada, juntamente com sua equipe multidisciplinar e parceiros, o programa foi vencedor da IX edição do Prêmio Innovare, que reconhece práticas inovadoras no âmbito do Poder Judiciário. Nesta edição do Prêmio Innovare, foram escolhidas seis práticas vencedoras de um universo de mais de 400 inscritas por operadores do Direito em todo o Brasil.
O prêmio do Instituto Innovare é concedido a magistrados, advogados, Tribunais e membros da Defensoria e Ministério Público. "Eu realmente, desde a primeira Campanha, eu não esperava esse resultado tão positivo. Vamos continuar conscientizando sobre a adoção de crianças e adolescentes levando esse programa por meio de outros eventos que pretendemos realizar", pontuou a juíza
O Espírito Santo, atualmente, possui 848 crianças e adolescentes em acolhimento. Deste total, 133 estão aptas para a adoção e a maioria possui idade entre 3 e 18 anos, perfil muitas vezes distante do idealizado pelos mais de 700 pretendentes a pais adotivos, que manifestaram interesse em crianças na faixa etária entre 0 e 2 anos.
Confira matéria publicada pelo CNJ http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/24838-judiciario-investe-no-combate-a-preconceitos
Assessoria de Comunicação do TJES

Entraves legais à adoção de crianças serão discutidos em audiência pública no Senado Federal

Fonte: IBDFAM

28/05/2013
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) debaterá, nesta quarta (29), em audiência pública, os entraves legais à adoção de crianças. Dados mais recentes do Cadastro Nacional de Adoção, do início do mês, mostram que 5.426 crianças esperam um lar no país. O número de famílias interessadas em adotar é de 29.440. Já os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de fevereiro desse ano, apontam que 44.267 crianças e adolescentes estão em acolhimento institucional; 5.481 crianças/adolescentes foram disponibilizados à adoção; enquanto existem 29.034 pretendentes à adoção.
 
O desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Tarcisio Martins Costa, explica que a Lei Nacional da Adoção introduziu nos dispositivos que normatizam a adoção no Estatuto da Criança e do Adolescente mais de duzentas alterações que burocratizam e dificultam o processo de adoção. Essa morosidade e complexidade dos procedimentos contribuem para a maior permanência das crianças nas instituições.  Para Tarcísio, a adoção é uma questão  cultural, que não se resolve apenas legalmente. “A colocação em família substituta de crianças recém-nascidas, brancas e saudáveis não oferece qualquer dificuldade. Sobram adotantes, faltam crianças. A grande dificuldade é com as maiores de quatro ou cinco anos”, completa.
 
Tarcísio explica ainda que a nova Lei, na tentativa de sanar o problema, limitou a permanência institucional em dois anos (art. 19, par. 1°). “A única justificativa do Juiz será fundamentar sua decisão ao argumento de que não apareceram pessoas para adotá-las, pelo que deverão permanecer abrigadas. Pelo mesmo motivo, de nada adianta impor aos dirigentes das entidades de acolhimento e às suas equipes técnicas o encaminhamento de relatório ao Juízo, informando, a cada seis meses, sobre os infantes institucionalizados (ECA, art. 92, par. 2°). Pelo menos, servirá para lembrar que elas existem e, no seu silêncio, clamam por uma família”, completa. 
 

A audiência pública foi solicitada pela senadora Ana Rita (PT-ES), por sugestão do Grupo de apoio à Adoção De Volta Pra Casa. A entidade, sem fins lucrativos, busca soluções para as questões relativas ao abandono de crianças e adolescentes por meio do incentivo à adoção. Devem participar da audiência a mãe adotiva Sandra Amaral, presidente do Grupo de apoio à Adoção De Volta Pra Casa, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ); o juiz Gabriel Matos, da Corregedoria do CNJ; a presidente da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Maria Bárbara Silva; o professor Benedito dos Santos, da Universidade Católica de Brasília; e o representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Sérgio Eduardo Marques da Rocha.

Casal que adotou três crianças especiais relata experiência

Juízes pedem alteração no Cadastro Nacional de Adoção



  • No Rio, magistrados autorizam ida mais rápida de crianças para famílias substitutas
LAURA ANTUNES (EMAIL · FACEBOOK · TWITTER)
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RIO — Um final feliz que demora a acontecer: das 2.377 crianças que vivem hoje em abrigos públicos no Estado do Rio, 1.008 aguardam o julgamento de ações de destituição do poder familiar e, portanto, não estão aptas ainda à adoção. Embora o Conselho Nacional de Justiça determine que entrem para o Cadastro Nacional de Adoção, apenas crianças cujas ações já tenham recebido sentença (de retirada do poder familiar), no Rio, os juízes das 1ª e 2ª varas da Infância, da Juventude e do Idoso vêm conseguindo abreviar a chegada a um novo lar para esses menores, autorizando que sejam entregues a famílias substitutas antes da liberação dessas sentenças. São casos em que, dizem os juízes, estão esgotadas as chances dos pais reaverem esses menores.
Para amparar suas decisões, os magistrados recorrem ao artigo 157 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê que “havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio poder familiar até o julgamento definitivo da causa”. Os magistrados Mônica Labuto, titular da 1ª Vara (Madureira), e Eduardo Hablitschek, da 2ª Vara (Zona Oeste), defendem que o Conselho Nacional de Justiça permita a inclusão no Cadastro de Adoção de nomes de crianças à espera das sentenças — para que sejam entregues a famílias substitutas.
— Defendo que o Conselho tenha dois ícones no Cadastro: o de crianças aptas e outro com crianças à espera de ações transitadas em julgado. Infelizmente, quando entrego uma criança a uma família substituta, é praticamente certo que seu caso indica que os pais vão perder o poder. Uso o artigo 157 como instrumento, mas ajudaria muito se houvesse essa listagem no Cadastro, porque encontraríamos pretendentes em outros estados e não apenas no Rio — diz Mônica, que, em 16 anos de atuação, não teve um só caso de criança devolvida aos pais, após estar numa família substituta.
Ação demora, no mínimo, um ano
Segundo os juízes, uma ação de destituição do poder familiar leva, no mínimo, de um a dois anos para a liberação da sentença. Muitas vezes, a criança, nessa espera, chega a uma idade em que a adoção se torna difícil (a partir do 8 anos). No mês passado, Mônica autorizou a ida de um menino de 8 anos para uma família substituta:
— Antes de ir para o abrigo, ele estava nas ruas porque a mãe morreu, o pai, cego, é tutelado por um filho e não tem como ficar com a criança.
As ações de destituição do poder familiar ocorrem por razões diversas. Há casos de pais usuários de drogas, que precisam cumprir com as exigências da Justiça para reaver os filhos. Há casos de maus tratos, sumiço dos pais e de abuso sexual, por exemplo. Este ano, Hablitschek autorizou a ida de 20 crianças para famílias substitutas.
— Fico angustiado ao ver que uma criança está chegando a uma idade mais velha e terá suas chances de adoção reduzidas. Quando, pela minha experiência, percebo que não haverá chances de voltar aos pais, concedo a ida para uma família substituta — diz ele, que no fim de semana retirou o poder familiar em quatro ações.
Das 2.377 crianças em abrigos, apenas 235 (10%) estão aptas à adoção.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Após sofrer nove abortos, mulher realiza sonho e adota criança no ES

25/05/2013 19h35 - Atualizado em 26/05/2013 19h48

Clara Moura adotou uma menina recém nascida, há 12 anos. 

A menina, Emily Kissila, faz aniversário no Dia Nacional da Adoção.

André Falcão Do G1 ES
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Após engravidar nove vezes e perder todos os bebês, a artesã Clara Moura conseguiu a realização do sonho de ser mãe ao adotar uma menina, Emily Kissila, recém-nascida, no Espírito Santo. Neste sábado (25), no Dia Nacional da Adoção, a criança completa 12 anos.
Clara relatou que em seis, das nove gravidezes, ela estava à espera de gêmeos. A adoção de Emily veio de forma inesperada. “Veio uma pessoa, tocou a campainha, quando eu olhei era a avó biológica dela. Saltitei como se soubesse que era uma filha que estava sendo trazida pra mim. Minha filha me fez mãe, não foi com a gravidez que eu fui. Eu tinha uma casa, hoje eu tenho um lar. Feliz do homem e da mulher que tem um filho adotivo”, concluiu.
A menina faz aniversário no mesmo dia em que se comemora o Dia Nacional da Adoção. “Tem várias coisas que eu gosto na minha mãe, principalmente o carinho dela”, disse Emily.
Rosilene de Moura, irmã da artesã, contou que foi difícil para toda a família a perda dos bebês. “Imagina querer ter um filho e perder direto, tentar sempre e nunca conseguir”, lembra.
No Espírito Santo, 875 crianças e adolescentes, a maioria entre 12 e 15 anos, vivem em abrigos e 132 aguardam  por adoção. Aproximadamente 760 pessoas estão aptas para adotar e aguardam na fila para ter um filho ou filha.
Após sofrer nove abortos, mulher realiza sonho de ser mãe ao adotar criança no ES (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Após sofrer nove abortos, mulher realiza sonho de ser mãe ao adotar criança no ES (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

Vínculos que vão além da cor da pele

    

24/05/2013 - 18h49



Vínculos que vão além da cor da pele
O amor não tem cor. É assim que Mirian, 39 anos de idade, explica a relação que construiu com a filha adotiva, Camile, de 9. A menina tinha 2 anos e 3 meses de idade quando foi adotada. A mãe conta que ela e o marido Milso Andrade, 55 anos de idade, se apaixonaram pela criança assim que a conheceram. Miriam e o esposo são brancos. Camile é negra. No entanto, a diferença quanto à cor da pele não representou uma barreira.
“Somos sortudos. A Camile tem se mostrado uma filha incrível. Nós é que fomos adotados por ela. E quanto à cor da pele... Sou loira, tenho olhos verdes. Ela é negra. É nítida nossa diferença. Mas ela já aprendeu a lidar com isso, inclusive com os colegas da escola. Tanto que ela não me deixa intervir”, relata a mãe.
Miriam conta que de vez em quando ouve comentários nas ruas sobre a diferença do tom da pele. “Alguns idiotas vêm nos dizer que ela não se parece comigo”, conta. “Mas, por outro lado, há aquelas pessoas que se mostram admiradas e que chegam à conclusão de que esse tipo de adoção é possível”, completa.
O pai define a adoção de Camile como uma experiência extraordinária. “Quando nos casamos, Miriam e eu tínhamos conversado sobre a possibilidade de adotar. Não tínhamos nenhuma restrição. Então, quando a Camile surgiu, tomamos a decisão rapidamente, sem nenhum tipo de barreira. Sentimos depois o estranhamento de algumas pessoas, mas para nós foi uma coisa que se desenvolveu com muita naturalidade. E muitos passaram a vislumbrar a mesma possibilidade de adotar”, diz Milso.
Com 2 anos e 3 meses de idade à época da adoção, a menina reproduzia os hábitos adquiridos na convivência com a família biológica. No entanto, isso também não representou um óbice para o casal. “Toda criança vai passar por um processo de adaptação. Ela tem hábitos que desenvolveu na tenra idade, relacionados à alimentação e higiene, por exemplo, que esbarram em outros hábitos que a família nova tenta ensinar. Esse não foi um processo que aconteceu do dia para a noite, mas aprendemos muito. Afinal, até um filho biológico, recém-nascido, passa por esse processo. Ele tem de se adaptar”, conta Milso.
O casal não esconde o orgulho que sente da filha, cuja personalidade eles estão ajudando a formar. “Ela é uma pessoa muito humana, que se preocupa com o sofrimento dos outros. Aprendemos muito com ela”, orgulha-se Mirian.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias

http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=24841%3Avinculos-que-vao-alem-da-cor-da-pele&catid=223%3Acnj&Itemid=4640

Crianças à espera de um lar


Apenas 10% dos menores que vivem em abrigos estão aptas a ganhar uma nova família

Fernanda Pontes (Email · Facebook · Twitter)

Carlos e seu filho Christofer: sonho da adoção realizado sem a necessidade de um casamento
Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo Carlos e seu filho Christofer: sonho da adoção realizado sem a necessidade de um casamento Custódio Coimbra / Agência O Globo

RIO - O engenheiro Carlos Roberto da Silva Barbosa, de 44 anos, sempre quis ser pai, mas nunca teve a preocupação de se casar. Em 2007, mesmo solteiro, resolveu adotar uma criança. Passou a frequentar grupos de apoio e ingressou no programa Apadrinhamento afetivo, direcionado a menores com poucas perspectivas de adoção. Num abrigo de Marechal Hermes, conheceu, em 2012, Christofer, de 12 anos. Após quatro meses de convivência com o menino, Carlos conseguiu realizar seu sonho. Pai e filho comemoraram neste domingo, na 4ª Caminhada em Defesa da Adoção, que reuniu cerca de 600 pessoas na Praia de Copacabana, o final de uma história tão feliz quanto rara: um levantamento do Módulo Criança e Adolescente do Ministério Público fluminense revela que, das 2.377 crianças que vivem em abrigos públicos no Estado do Rio, apenas 235 aproximadamente 10% estão aptas para adoção. Hoje, 1.008 aguardam o julgamento de ações de destituição do poder familiar. O restante simplesmente espera o retorno para os parentes.


Antes de abrirmos um processo de adoção, precisamos verificar a família de origem e o cadastro nacional de crianças desaparecidas. Nos casos de filhos de dependentes químicos levados para abrigos, é necessário saber se os pais estão fazendo tratamento. Essa condição não permite a concessão da guarda para uma outra família, pois a criança pode voltar aos pais explica a juíza Mônica Labuto, titular da 1ª Vara da Infância e do Idoso da Regional de Madureira, que recebe processos de bairros das zonas Norte e Oeste.


Segundo a juíza, a rotatividade entre os menores aptos para adoção é alta, mas muitos não querem entrar nesse seleto grupo.


Há crianças maiores que não estão disponíveis porque elas simplesmente não querem. Dos menores abrigados, 40% são adolescentes. Alguns têm irmãos dentro dos abrigos e preferem ficar com eles afirma Mônica.


Fila emperra com exigências


No Brasil, a lista de pessoas que querem adotar uma criança tem 29.454 nomes, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça. No Rio, são 2.161 pretendentes. Meninas brancas recém-nascidas e com saúde perfeita são as mais procuradas, uma exigência que eleva o tempo médio de espera para cinco anos.


A realidade nos abrigos públicos é bem diferente desse perfil desejado pela maioria dos aspirantes a pai ou mãe. Meninos mestiços, com idade entre 8 e 10 anos, formam a maioria dos órfãos, e muitos deles integram grupos de irmãos, o que dificulta a adoção afirma Daniela Vasconcellos, promotora da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio.


Para a Justiça, o ideal é que um órfão fique, no máximo, seis meses num abrigo. As crianças que não conseguem uma família no Rio podem ser adotadas em outros estados graças ao chamado Cadastro Único, que funciona no país desde 2009 e que possibilitou, por exemplo, o ingresso de um menino carioca de 12 anos numa família do interior do Rio Grande Sul.


Como descobriríamos essa família se não fosse o Cadastro Único? diz a juíza Mônica Labuto.


Após esgotadas todas as tentativas de adoção em território nacional, órfãos brasileiros são oferecidos a pretendentes do exterior a Itália é o país que mais adota crianças nascidas aqui, seguida da França. No entanto, o número de menores que ganham pais estrangeiros vêm caindo, informa a secretária-executiva da Comissão Internacional de Adoção no Rio, Ludmilla de Azevedo:


Em 2011, 53 crianças foram adotadas por estrangeiros no Rio. No ano passado, foram 18. Essa queda certamente está relacionada à crise financeira na Europa. É uma pena, pois a Itália, que tem a maioria dos pretendentes, costuma optar por grupos de irmãos.


A advogada Dalia Tayguara e sua parceira Eva Andrade levaram as duas filhas para a caminhada em Copacabana, que começou às 9h30m no Posto 6. Para a família, o evento, que homenageou o Dia Nacional da Adoção, celebrado no sábado, foi uma festa: também egressa do programa Apadrinhamento afetivo, a menina mais velha, Thamara Letícia, de 12 anos, chegou neste domingo à casa da família, em Realengo. A caçula, Daísa Vitória, de 9 anos, foi adotada em 2009.


Optamos por crianças maiores e, por isso, nosso processo acabou sendo muito rápido conta Dalia, que pediu que a filha fosse negra, um outro facilitador. Não enfrentamos problema algum durante o período de convivência.


Para a juíza Mônica Labuto, iniciativas como as de Carlos, Dalia e Eva estão aumentando as oportunidades de adoção no estado.


A adoção monoparental e homoafetiva costuma ser bem-sucedida porque parte de pessoas que têm os pés no chão, que não estão em busca da família perfeita. Elas fazem menos exigências na hora de adotar. Em geral, são pessoas que sofreram preconceito e querem mudar isso. Temos vários exemplos de sucesso afirma a juíza.


A caminhada de ontem, segundo a advogada Silvana do Monte Moreira, teve como objetivo lembrar que uma adoção não deve acabar apenas com os anseios dos futuros pais é também um meio de atender às necessidades de uma criança. Um dos fatores mais preocupantes do processo é a possibilidade de rejeição: no Rio, 168 menores foram devolvidos a abrigos. São casos que o Ministério Público trata como tentativas de colocação malsucedidas.


Professora adotou casal


Silvana cita como belo exemplo de cidadania a iniciativa da professora Eliane Carrão, que adotou um casal de irmãos, Leandro e Sabrina.


Disseram para mim que Sabrina era especial por ter um dos braços mais curtinhos. Com o passar do tempo, descobri que ela tem um problema grave na coluna e que Leonardo é deficiente auditivo. Não importa, são meus filhos e estamos felizes diz Eliane, que participou do evento em Copacabana com as crianças.


O desembargador Siro Darlan, o primeiro a conceder a guarda de uma criança a um casal de homossexuais no Rio, em 1996, abriu caminho para a formação de várias famílias que estavam na caminhada, da qual também participou. Ele concluiu, por exemplo, o processo de Maria Vitória, hoje com 10 anos, adotada pela funcionária pública Cristiane Carvalho. Agora, Cristiane e sua parceira, Sílvia Guimarães, tentam levar para casa um bebê.


Qualquer criança tem direito ao convívio familiar frisa Darlan.


A situação dos abrigos do Rio é outro assunto muito discutido entre defensores da causa. No ano passado, o Ministério Público apresentou uma ação contra a prefeitura na qual exigiu a abertura de 250 vagas nas casas de assistência social ou no Família acolhedora, programa do município que paga famílias credenciadas para cuidar de órfãos.


Os abrigos deixam a desejar. Temos um com 57 meninos que deveria receber, no máximo, 20. A estrutura de todos é precária. O Estatuto da Criança e Adolescente prevê que os abrigos tenham características de casa, mas a maioria parece institutos de correção lamenta a promotora Daniela Vasconcellos.

http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=%2Frio%2Fcriancas-espera-de-um-lar-8506851

domingo, 26 de maio de 2013

Mais de 200 crianças esperam por adoção em Alagoas De 2004 a 2012, 3.161 adoções foram feitas no estado

25/05/2013 10h17
Katherine Coutinho

Em Alagoas, 248 crianças e adolescentes estão à espera de uma nova família. Órfãos, filhos de famílias desestruturadas ou de usuários de drogas. As histórias variam, mas a necessidade de afeto, cuidado e dedicação é a mesma e, quanto mais velha, mais distante a pessoa fica de conseguir alguém para chamar de pai e mãe.

Menina, com menos de dois anos e branca. Esta é a preferência da maioria das pessoas que integram o Cadastro Nacional de Adoção. O motivo é simples: busca-se alguém que pareça com a família e que possa ter as suas principais fases acompanhadas pela nova família. O problema é que esse não costuma ser o perfil das crianças que vão para a adoção e milhares de pequenos continuam nos abrigos, o que faz com que as famílias tenham uma longa espera por alguém que se enquadre nas suas preferências.

O Dia Nacional da Adoção é comemorado neste sábado (25). Segundo informações da Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas (CGJ/AL), no estado, há 73 habilitados para adoção, sendo 50 em Maceió. De 2004 a 2012, foram feitas 3.161 adoções no estado, 12 delas foram adoções internacionais. A última ocorreu em 2010, feita por um casal nas Filipinas.

Enquanto esperam por alguém que lhes proporcione uma nova vida, os menores de 18 anos ficam em casas que podem ser públicas (mantidas pela Prefeitura ou pelo Estado) ou privadas. Essas Organizações Não Governamentais (ONGs) geralmente são criadas por voluntários. Esse foi o caso do Lar de Amparo à Criança para Adoção (Laca). Após trabalharem por mais de 10 anos em uma instituição pública para crianças de 0 a 7 anos, 10 voluntárias se uniram e fundaram o Laca.

“Após sermos impedidas pela Prefeitura de continuar o nosso trabalho voluntário em uma casa de amparo de Maceió, nós decidimos que esse é um trabalho importante demais para que nós parássemos por questões políticas. Assim surgiu o Laca. Desde a fundação até agora, nós vivemos de doações, que geralmente vêm de amigos, familiares e, até mesmo, voluntários, que conhecem o nosso trabalho”, contou Margarida Navarro, fundadora da ONG, que atualmente abriga nove crianças, sendo sete delas bebês.

Apaixonante

Mesmo com tanto tempo envolvida com um trabalho desse gênero e três filhos, foi impossível para a voluntária não se apaixonar pela pequena Sara, que, à época, tinha apenas oito meses de idade.

Margarida explica que a mãe biológica da criança é usuária de drogas, o que fez com que o conselho tutelar a conduzisse para um abrigo. “Eu nunca imaginei que fosse adotar uma criança, justamente por já ter os três filhos que planejei. Mas foi inevitável que isso acontecesse quando conheci a Sara. Inscrevi-me na lista de adoção, esperei que a destituição do direito paternal corresse para, então, ter a guarda definitiva da minha caçula”.

Os filhos mais velhos de Margarida foram os principais incentivadores da adoção da criança, que tinha problemas de saúde à época. Como a voluntária não estava previamente no cadastro nacional, ela só foi possível porque nenhum outro casal mostrou interesse pela garota. Segundo a fundadora do Laca, o amor é o mesmo, seja o filho biológico ou “do coração”.

Procura

Saber a nossa origem é muito importante para nós, seres humanos, que sempre fazemos o comparativo: “ele tem os olhos da mãe, mas o queixo é do pai”. Essa identificação se torna mais complicada quando a criança é adotada e não conhece seus progenitores. A curiosidade segue até a vida adulta, por melhores que os pais de criação sejam. O meteorologista Sérgio Buarque dos Santos, de 40 anos, é um exemplo disso. “Doado” pela mãe biológica quando ainda era um bebê, ele procurou muitas vezes pela sua mãe, mas não obteve êxito.

“Eu sei apenas o nome dela e a idade que ela tinha quando eu nasci: 21 anos. Ela provavelmente era solteira, o que tornava a maternidade uma questão complicada, uma vez que estamos falando dos anos setenta, em Alagoas. Mas gostaria de saber o que aconteceu, como ela é e se teríamos uma afinidade natural”, explicou.

Seus pais contaram a Sérgio que ele era adotado quando o rapaz completou 12 anos. A adoção foi intermediada pela pessoa que se tornou sua irmã, pois, naquele tempo, pessoas solteiras não podiam adotar. “Eu sempre suspeitei. Minha família é branca de olhos claros e eu sou moreno, mas quando se é criança, isso não tem importância. Meus pais eram muito mais velhos do que eu e quem acabou fazendo as vezes de mãe foi a minha irmã”, relatou.

Criança não é mercadoria

Ao contrário do tempo em que Sérgio nasceu, hoje, pessoas solteiras e casais homoafetivos conseguem adotar, mas é preciso passar por um longo processo, a fim de provar que está realmente apto a atender às necessidades de uma criança ou de um adolescente, porque, além de ser caro criar um filho, ele precisa ter uma estrutura familiar e psicológica que o ajude a se tornar um adulto emocionalmente saudável.

Ingrid Correia do Amaral, coordenadora da Casa de Adoção Rubens Colaço - instituição mantida pela Prefeitura de Maceió - explica que, para adotar, o primeiro passo é procurar a 28º Vara da Infância e da Juventude e informar que deseja adotar alguém. Antes de ingressar no Cadastro Estadual de Adoção, o candidato precisa passar por uma avaliação psicossocial e cursos de capacitação para aprender a lidar com uma adoção.

“Esse processo desanima muitos pretensos adotantes, que acham mais fácil 'pegar' uma criança para criar. Mas se trata de pessoas e não de mercadorias. Esses processos são importantes para que a adoção seja bem sucedida e garanta que ninguém poderá tirar a criança da família quando o processo for finalizado”, esclareceu Ingrid.

As crianças são encaminhadas aos abrigos pelos conselhos tutelares, por estarem em situações de abandono ou maus tratos. Muitas chegam das ruas, em casos de mendicância, porque as mães biológicas não têm como sustentá-las. Por isso, primeiro são procurados outros membros da família que possam se responsabilizar pelo menor de 18 anos. Caso nenhum seja encontrado, ocorre o processo de destituição do direito paternal. Segundo Ingrid, o processo completo pode durar até dois anos; no entanto, após a adoção ser concretizada, a criança ou adolescente passa a ter todos os direitos de um filho biológico.

Família Schettini

“Adotar é construir uma história de amor familiar”.

Pais: Suzana Sofia e Luiz Schettini | Filhos: Max e Juliana, adotados recém-nascidos; Matheus, adotado com 2 meses; Anelise e Viviane, filhas biológicas e adotadas afetivamente.

O amor intenso entre uma gaúcha e um pernambucano foi o início de toda a história. Para ele, todos os filhos são adotivos. Para ela, dois são biológicos e um é adotivo. A adoção é o fundamento de nossa família, formada a partir do recasamento, permitindo um entrelaçamento de culturas e singularidades extremamente diferentes. Foi um grande desafio, mas, sobretudo, um presente incomensurável, que trouxe benefícios para todos. Através do exercício da atitude adotiva, foi possível respeitar o espaço e o desejo de todos os integrantes e conceder a cada um o tempo necessário para sentir-se pertencente à nova família. Os vínculos familiares, longe do instintivo ou do genético, precisam ser construídos no cotidiano da relação familiar. Isto chama-se adoção e precisa estar na essência de qualquer família!
“Adotar é construir uma história de amor familiar”.

Pais: Suzana Sofia e Luiz Schettini | Filhos: Max e Juliana, adotados recém-nascidos; Matheus, adotado com 2 meses; Anelise e Viviane, filhas biológicas e adotadas afetivamente.

O amor intenso entre uma gaúcha e um pernambucano foi o início de toda a história. Para ele, todos os filhos são adotivos. Para ela, dois são biológicos e um é adotivo. A adoção é o fundamento de nossa família, formada a partir do recasamento, permitindo um entrelaçamento de culturas e singularidades extremamente diferentes. Foi um grande desafio, mas, sobretudo, um presente incomensurável, que trouxe benefícios para todos. Através do exercício da atitude adotiva, foi possível respeitar o espaço e o desejo de todos os integrantes e conceder a cada um o tempo necessário para sentir-se pertencente à nova família. Os vínculos familiares, longe do instintivo ou do genético, precisam ser construídos no cotidiano da relação familiar. Isto chama-se adoção e precisa estar na essência de qualquer família!
 

sábado, 25 de maio de 2013

Decisão inédita da Justiça no Nordeste dá a pai o direito à licença e salário-maternidade


Nordeste // patos-PB

Publicado em 25.04.2013, às 18h38


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Primeiro caso do Nordeste foi registrado no município de Patos, na Paraíba
Foto: TV Cabo Branco/ Reprodução

Vanessa Silva Do NE10/ Paraíba
Numa decisão inédita da Justiça no Nordeste, um pai ganhou o direito a licença e salário-maternidade após a mulher ter morrido em decorrência de complicações no parto. O caso foi registrado na cidade de Patos, no Sertão da Paraíba. O pai ficará quatro meses afastado do trabalho para cuidar da criança, que nasceu com problemas de saúde.

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça da Paraíba, a decisão foi do juiz federal Rosnar Antonni Alencar. Após a morte da mãe, o bebê precisou ficar dias internado, pois nasceu com afundamento de crânio e uma clavícula quebrada.

Quando a menina recebeu alta hospitalar, precisou de cuidados intensivos. O pai já estava disposto a largar o trabalho quando entrou com o recurso na Justiça e foi aprovado.

Para o juiz, é preciso tratar pai e mãe de maneira igual nestas circustâncias. Na falta da mãe, em primeira instância, o pai deve ser assegurado do salário maternidade para que possa ter dedicação total ao filho, que necessita, nesses casos, de cuidados máximos.

http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/nordeste/noticia/2013/04/25/decisao-inedita-da-justica-no-nordeste-da-a-pai-o-direito-a-licenca-e-salariomaternidade-414934.php

JURISTA DIZ QUE CASAIS DO MESMO SEXO TAMBÉM TÊM DIREITO DE ADOTAR CRIANÇAS



25/05/2013
Amanda Sant’ana

Para a especialista em Direito Civil, Ivy Lyra “Se é possível casar, independente do sexo, então é possível adoção por casais homoafetivos”.
Segundo Ivy Lyra, não existem diferenças entre os procedimentos de adoção. “O casal homoafetivo, assim como o heteroafetivo, passará pelos mesmos procedimentos para adotar”, explica. Em suma, o pedido será avaliado pelos serviços de psicologia e serviço social da Vara da Infância competente, passará pela triagem do Ministério Público e do Juizado de Menores.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, para a adoção conjunta é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família, salvo exceções: “Desta forma, considerando que a Resolução do CNJ veda a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo, podemos concluir ser possível a adoção por casais homoafetivos, tendo em vista que os novos paradigmas do direito das famílias atentam para a perspectiva eudemonista, segundo a qual a família deve ser vista como instrumento para a realização pessoal dos seus membros”, explica o advogado, Eduardo de Paula, lembrando ainda que, não há impedimento às crianças serem adotadas por casais homoafetivos, sendo mais importante a qualidade do vínculo e do afeto no âmbito familiar em que serão inseridas.
Os interessados na adoção deverão se dirigir à Vara da Infância e da Juventude, solicitar o pedido de habilitação e apresentar os documentos necessários como RG, comprovante de residência e CPF; cópias do comprovante de renda mensal e da certidão de nascimento ou casamento; atestado de sanidade física e mental; atestado de idoneidade moral assinado por duas testemunhas, com firma reconhecida, e atestado de antecedentes criminais.
Após a entrega da documentação, as informações prestadas são conferidas por psicólogos e assistentes sociais, que visitarão a residência e o trabalho do pretendente. Depois de analisar o perfil da pessoa interessada, a vara da infância envia os dados para o Ministério Público, que é responsável pelo parecer favorável ou não.
O defensor público, Nelson Santa’nna, faz um alerta para que os interessados façam tudo de forma legal, sem recorrer aos métodos irregulares. “Muitas pessoas apostam em processos aparentemente mais simples e recebem menores dos pais biológicos, registrando-os como filhos seus. Essa prática não é aconselhável”, afirma.
Vale lembrar que, todo processo de adoção pode levar de doze meses a cinco anos, dependendo do perfil de criança ou adolescente solicitado pelo adotante. Em Salvador, os locais para dar entrada no pedido são a 1ª Vara da Infância e da Juventude, na Avenida Garibaldi, e a 2ª Vara da Infância e da Juventude, em Brotas.
Estágio supervisionado é tema de debate
“Abrir porta pra estágio é cuidar da nossa profissão, que está sendo ameaçada por este projeto neoliberal, por esse ensino que nem sempre é de qualidade, pela comercialização da educação, a sociabilidade atual. É um compromisso ético da categoria contribuir com a formação do estudante de Serviço Social. Por isto existe hoje uma política nacional de estágio”.
A declaração é da professora e assistente social Liege Maria da Silva Servo, que na tarde dessa sexta-feira (24/5) proferiu a palestra “Estágio supervisionado em serviço social. Formação e trabalho”, no auditório da APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia), situado à Rua Francisco Ferraro, 45 – Nazaré.
“O estágio é um componente muito importante na formação profissional. Infelizmente, hoje está muito difícil para o estudante ter acesso ao campo onde ele conhecera a realidade e terá a oportunidade de intervir sob a supervisão de uma assistente social”, observou, na oportunidade, Liege Maria da Silva Servo, para quem os profissionais da área que estão no mercado deveriam se sensibilizar e oferecer oportunidades para o estágio supervisionado.
Para Henrique Rosendo, que integra a diretoria do Conselho Regional de Serviço Social, a discussão sobre o estágio supervisionado “não é apenas importante para o CRESS, mas também para a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. As entidades precisam estar sempre articuladas na defesa deste estágio, que não pode ser um apêndice desta formação. O aluno não deve ver o estágio como apenas um momento de exercício da prática, mas este estágio tem que se relacionar com os outros componentes que formam o currículo do serviço social. A visão que nós temos do estágio tem que ser realmente fortalecida”, observou.
A palestra integrou a programação mensal pela passagem do 15 de Maio, Dia do(a) Assistente Social, e dos 50 anos do Conselho Regional de Serviço Social CRESS-BA-5ª Região.
http://www.tribunadabahia.com.br/2013/05/25/jurista-diz-que-casais-do-mesmo-sexo-tambem-tem-direito-de-adotar-criancas

AMOR QUE VAI ALÉM DOS LAÇOS SANGUÍNEOS



Sábado 25/05/2013
Textos: Redação / reportagem@atribunanet.com

Um amor incondicional. É assim que a costureira Solange Fernandes Zeferino define o sentimento que possui pelos três filhos. Porém, apenas um deles é fruto do seu ventre. Por dez anos ela e o marido tentaram ter um filho, mas a impossibilidade de engravidar, fez com que eles tomassem a decisão de adotar uma criança. Foi quando encontraram o jovem Luiz Felipe Zeferino Pacheco, hoje com 12 anos de idade. Quando Solange já estava com Luiz, na época com cinco anos, o destino lhe presenteou. Ela engravidou e, apenas nove meses após ter adotado o menino, o pequeno Mateus veio ao mundo.
Solange se dedicou aos seus dois filhos, mas a vontade de ter uma menina sempre o acompanhou e, para não correr o risco tentando engravidar, decidiu aumentar a família fazendo mais uma adoção. Porém, desta vez a atitude dela foi pouco comum. Ela escolheu realizar uma adoção tardia e acolheu uma menina de 15 anos que estava grávida.
“Ficamos sabendo da história dela e não conseguimos dormir. Queríamos uma menina e decidimos adotá-la, mesmo sabendo que ela estava grávida de seis meses e estava esperando uma menina. No início sofremos preconceito da sociedade porque diziam que nós queríamos apenas o bebê, mas não foi assim. Eu acompanhei o parto da criança dela e é como se ela já fosse minha filha há tempos. Eu sempre digo que eu adotei uma filha e ganhei uma neta. O processo foi difícil, mas quando a gente quer a gente corre atrás e consegue”, conta Solange.

ADOÇÃO RECENTE
A adoção de Yasmin* foi recente. Ela está com a família ainda no período de adaptação e convivência. A neta de Solange já está com dois meses e é rodeada pelos irmãos. Mas a história de Yasmin começou a ser reescrita quando foi adotada. Desde que nasceu sempre conviveu no meio de traficantes e usuários de drogas. Quando completou seis anos, foi entregue pela própria mãe para ser estuprada. E assim foi crescendo até a justiça recolher da família e levar para uma casa de apoio.
Revoltada com algumas questões internas, ela fugiu da casa e foi morar na rua até conhecer um homem pelo qual se apaixonou e foi morar com ele. A relação durou apenas seis meses e, sem ter para onde ir, acabou voltando para a rua. Quando descobriu que estava grávida, procurou ajuda e, antes mesmo do bebe nascer, Solange entrou com o processo para adotá-la. “Eu nunca tive um amor de pai e mãe e sempre quis isso. Agora eu tenho e sou muito grata por isso. Eu voltei a sonhar. Hoje tenho amigos e as pessoas me olham de um jeito diferente de como era antes”, relata Yasmin.

DIVISÃO DO TEMPO
Dividindo o tempo entre o trabalho, os filhos e a neta, Solange aprendeu uma lição que deseja passar para outras pessoas que também desejam adotar uma criança. “Os pais tem que se doar antes de receber. Deve dar o máximo para cuidar do novo filho e aí recebe em troca o carinho e o respeito, e isso não tem preço”, ressalta ela.
A história de Solange, que adotou uma filha e ganhou uma neta é pouco comum no Brasil. Mas existem várias famílias que vivem situações parecidas. Com intuito de celebrar este ato que muitas vezes salva a vida de crianças e adolescentes, é que foi instituído o Dia Nacional da Adoção, comemorado no dia 25 de maio. Várias mudanças aconteceram, mas ainda há muito para evoluir, já que se trata de uma questão delicada para a sociedade.

MAIORIA PREFERE MENINA
Para adotar uma criança é necessário realizar um curso preparatório. As pessoas procuram a assistente social do fórum da comarca e recebem todas as orientações. Os documentos são providenciados e o processo dura cerca de seis meses, onde há uma preparação, até que o nome seja incluído no cadastro de adoção e entre na fila de espera. O tempo de espera varia de acordo com o perfil da criança que a pessoa deseja. “Quando a criança já está disponível o processo é mais rápido. Porém o pretendente deve ter as condições mínimas para dar educação e bem-estar para a criança. Por isso é feito um estudo social e diversas entrevistas antes com os pretendentes”, salienta a assistente social do fórum de Criciúma, Pâmela Guimarães Lino.
Passado todas as etapas é iniciado o processo de convivência para ver se a família e a criança se adaptam. De acordo com Pâmela, somente em 2013 já foram realizados sete processos de adoção que estão no período de convivência no município. “Atualmente não há nenhuma criança ou adolescente pronta para adoção em Criciúma”, revela a assistente social.
Cerca de 80% dos inscritos no cadastro e adoção preferem crianças até três anos, do sexo feminino e sem irmãos. Por esse motivo o tempo na fila de espera é maior. “Estamos realizando uma conscientização durante os cursos para que as pessoas mudem o perfil e aceitem também crianças com idade acima dos três anos. O tempo na fila de espera diminui e as crianças maiores também precisam de um lar, de uma família”, frisa Pâmela.

APOIO ÀS FAMÍLIAS
Para apoiar as famílias que estão em processo de adoção, ou já adotaram uma criança, foi fundada em 2006 a Ong Amor Incondicional. Após um tempo desativado, o grupo de apoio à adoção voltou a realizar atividades e debater o assunto no último ano. Segundo o presidente da entidade, Ronaldo De Moura Viana, o objetivo é instruir as pessoas que necessitam. “O trabalho da Ong é orientar, ajudar e informar as pessoas sobre a adoção e sua importância, através de eventos e palestras”, ressalta ele.
Viana também é pai adotivo. Ele possui dois filhos biológicos e, após sete anos na fila, adotou um casal de irmãos, uma menina de três anos e um menino de cinco.
Para entrar em contado com a Ong e conhecer o trabalho desenvolvido pela entidade basta acessar o site www.ongamorincondicional.wix.com ou enviar email para ongamorincondicional@gmail.com. O contato também pode ser feito pelos telefones 9947-9655 e 9604-4519.

QUEM PODE ADOTAR
Não é necessário ser casado para adotar uma criança. Homens e mulheres solteiros também podem realizar a adoção, assim como os casais homoafetivos. “O processo é o mesmo. Basta ter as condições necessárias para a adoção”, salienta Pâmela.

DADOS DE 2013
- Em todo o estado de Santa Catarina existem 2.794 pretendentes à adoção. Na comarca de Criciúma existem 87 pessoas na fila de espera.
- 1.521 crianças e adolescentes já foram acolhidos, sendo 735 meninas e 786 meninos
- 286 crianças foram destituídas do poder familiar e estão aptas para adoção. Destas, 179 com idade acima dos 7 anos.
- Em Criciúma já foram adotadas 7 crianças e adolescentes neste ano e não há mais nenhuma pronta para ser adotada.
(Fotos: Leonardo Zanin)
http://www.atribunanet.com/noticia/amor-que-vai-alem-dos-lacos-sanguineos-92221