Fonte: IBDFAM
28/05/2013
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) debaterá, nesta quarta 
(29), em  audiência pública, os entraves legais à adoção de crianças. 
Dados mais recentes  do Cadastro Nacional de Adoção, do início do mês, 
mostram que 5.426 crianças  esperam um lar no país. O número de famílias
 interessadas em adotar é de 29.440.  Já os dados do Conselho Nacional 
de Justiça (CNJ), de fevereiro desse ano,  apontam que 44.267 crianças e
 adolescentes estão em acolhimento institucional;  5.481 
crianças/adolescentes foram disponibilizados à adoção; enquanto existem 
 29.034 pretendentes à adoção.
O desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Tarcisio 
Martins  Costa, explica que a Lei Nacional da Adoção introduziu nos 
dispositivos que  normatizam a adoção no Estatuto da Criança e do 
Adolescente mais de duzentas  alterações que burocratizam e dificultam o
 processo de adoção. Essa morosidade e  complexidade dos procedimentos 
contribuem para a maior permanência das crianças  nas instituições.  
Para Tarcísio, a adoção é uma questão  cultural, que não se  resolve 
apenas legalmente. “A colocação em família substituta de crianças  
recém-nascidas, brancas e saudáveis não oferece qualquer dificuldade. 
Sobram  adotantes, faltam crianças. A grande dificuldade é com as 
maiores de quatro ou  cinco anos”, completa.
Tarcísio explica ainda que a nova Lei, na tentativa de sanar o 
problema,  limitou a permanência institucional em dois anos (art. 19, 
par. 1°). “A única  justificativa do Juiz será fundamentar sua decisão 
ao argumento de que não  apareceram pessoas para adotá-las, pelo que 
deverão permanecer abrigadas. Pelo  mesmo motivo, de nada adianta impor 
aos dirigentes das entidades de acolhimento  e às suas equipes técnicas o
 encaminhamento de relatório ao Juízo, informando, a  cada seis meses, 
sobre os infantes institucionalizados (ECA, art. 92, par. 2°).  Pelo 
menos, servirá para lembrar que elas existem e, no seu silêncio, clamam 
por  uma família”, completa. 
A audiência pública foi solicitada pela
 senadora Ana Rita (PT-ES), por  sugestão do Grupo de apoio à Adoção De 
Volta Pra Casa. A entidade, sem fins  lucrativos, busca soluções para as
 questões relativas ao abandono de crianças e  adolescentes por meio do 
incentivo à adoção. Devem participar da audiência a mãe  adotiva Sandra 
Amaral, presidente do Grupo de apoio à Adoção De Volta Pra Casa,  o 
deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ); o juiz Gabriel Matos, da Corregedoria do
 CNJ;  a presidente da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção,
 Maria Bárbara  Silva; o professor Benedito dos Santos, da Universidade 
Católica de Brasília; e  o representante da Secretaria de Direitos 
Humanos da Presidência da República  Sérgio Eduardo Marques da Rocha.
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