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quinta-feira, maio 2nd, 2013
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A adoção por celebridades vira sempre notícia, vide Daniela Mercury,
Elba Ramalho e Glória Maria. Mas o Brasil ainda não é um país pródigo
nesta prática e tem um número significativo de órfãos (de pais mortos ou
vivos) esperando uma família que os queiram. De acordo com os dados do
Conselho Nacional de Justiça, em 2011 existiam 4.856 crianças aptas a
serem adotadas judicialmente, sendo que apenas 1.616 classificadas como
brancas. Pretendentes a pais adotivos: 27.052. Querendo um filho branco:
23.659.Observação: Os números acima dizem respeito apenas aos que podiam ser legalmente adotados, muito longe da realidade do abandono infantil. Segundo o banco de dados criado pelo mesmo Conselho Nacional de Justiça, 33 mil crianças e adolescentes viviam em abrigos mantidos por organizações não governamentais, igrejas ou instituições religiosas em 2009.
Vamos combinar que loiro de olhos claros só no Paraná e Santa Catarina
Um dos grandes problemas na hora de escolher um filho para criar e amar são as exigências dos pais em potencial. Crianças negras perdem de longe para as brancas. Marcello Antony e Mônica Torres, para citar alguém do mundo artístico, deram um ótimo exemplo quando escolheram Franciso, mesmo que esta não fosse a intenção deles. Os estrangeiros são menos restritivos quando resolvem procurar o Brasil para adoção, mas agora eles estão preferindo países da Ásia, África e leste europeu. E não se trata apenas de celebridades como Madonna e Angelina Jolie.
Sempre é bom lembrar que os negros são maioria entre os pobres no país. Daí, nada a espantar se nos orfanatos eles também constituam o grande contingente de crianças e se os aspirantes a pais sejam na maior parte brancos. Aqui, os negros e os pardos (palavra estranha) já correspondiam a 50,7% da população no censo de 2010.
Pense se no Peru, por exemplo, ninguém quisesse adotar uma criança índia, num lugar onde 85% dos habitantes são índios ou mestiços. As opções se restringiriam bastante. Alíás, não vai aí nenhuma afirmação baseada em fatos por total ignorância sobre o que acontece lá. Só citei um hipotético quadro para imaginar a distância que acaba sendo criada entre desejo e realidade do país onde se vive.
Felizmente para a infância sem lar o preconceito vem diminuindo. De 40% em 2010, caiu para 31% os que ainda fazem exigência de cor. Se os pedidos de adoção aumentarem, as restrições étnicas, provavelmente, continuarão em queda . Tomara.
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