ASCOM-AMB
05.07.2013 5:13
Málcia Afonso – Enviada Especial
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05.07.2013 5:13
Gaspar (SC) - A
Vice-Presidente de Direitos Humanos da AMB, Renata Gil, e o membro da
Coordenação da Infância e da Juventude de São Paulo, Reinaldo Cintra
Torres de Carvalho, participaram na noite desta quinta-feira (4) de
Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Gaspar. O encontro foi
convocado para esclarecer a comunidade local, que lotou o auditório,
sobre os processos de adoção e de acolhimento de crianças e adolescentes
em abrigos.
“Fomos convidados em
razão do trabalho que a AMB desenvolve sobre o tema da adoção, desde
2007, quando começamos a campanha Mude um Destino, que esclarecia e
estimulava a adoção legal. Em seguida, começamos a articular junto ao
Congresso Nacional e ao Poder Executivo a elaboração da Lei de Adoção”,
disse Renata Gil. “A Magistratura vive um momento em que é necessária a
aproximação com a sociedade. Nós precisamos entender e conhecer os
verdadeiros anseios das pessoas a quem nós efetivamente servimos”,
destacou.
Renata Gil avaliou que
“a sociedade avançou e hoje conhece a adoção legal, sabe que há
autoridades constituídas, para que haja situação regular e segura para
adotantes e adotados”. A Vice-Presidente de Direitos Humanos observou,
no entanto, que ainda há desafios. “É preciso levar informação para a
sociedade que quebre o paradigma de escolher crianças, de preferir
aquelas entre zero e seis anos. Nós verificamos que crianças de 12 a 18
anos abrigadas já não têm nenhuma esperança de ser adotadas. É uma
questão de mudança de comportamento e a AMB tem esse papel de informar,
de estar junto com a sociedade para mostrar caminhos para a adoção
legal, fortalecendo a Lei de Adoção”.
Reinaldo Carvalho, que
também é Juiz da Infância e Juventude do Fórum Regional da Lapa,
esclareceu sobre os processos de adoção em território nacional e as
chamadas adoções internacionais. “A AMB trabalha para que o instituto da
adoção seja utilizado cada vez mais de forma correta, garantindo, em
essência, o que dizem a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e
do Adolescente, que é o direito que toda criança tem de viver em
família”, afirmou. O Magistrado disse ainda que “a adoção é uma das
formas de garantia deste direito, quando o convício com a família
biológica ou extensa não for mais possível”.
Sobre a questão na
demora dos processos, Carvalho explicou que não se pode confundir a
destituição familiar com a adoção. “São dois processos distintos, que se
completam. A destituição é demorada, podendo chegar a até dois anos.
Neste período, são esgotadas todas as tentativas de reinserção familiar.
Já o processo de adoção é mais rápido”, disse.
O Juiz do Fórum da
Lapa esclareceu ainda que enquanto a adoção em território nacional é
decida pelo Juiz da Comarca, a internacional é tratada direto pelo
Tribunal de Justiça do Estado. Além disto, há uma coordenação nacional.
Durante a audiência, o
Juiz Corregedor do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC),
Vitoraldo Bridi, anunciou que não foi encontrada qualquer
irregularidade em relação aos processos de adoção conduzidos pela então
Juíza da Vara da Infância e da Juventude de Gaspar, Ana Paula Amaro da
Silveira, que durante onze anos foi a titular da Vara da Infância e da
Juventude da Comarca de Gaspar. Ela deixou o município em dezembro de
2012, para ocupar o cargo de Juíza Especial no TJSC.
“A inspeção
correicional foi feita a pedido da própria Juíza Ana Paula. Verificamos
todos os 400 processos conduzidos ao longo dos anos”, informou.
A Juíza Ana Paula
afirmou que fez a solicitação em respeito à população, que merece ter a
segurança de um trabalho sério, desenvolvido com transparência na área
de acolhimento e adoção. “Quando escolhi ser Magistrada, tinha a certeza
de que a busca de todos nós é sempre pela Justiça”, afirmou. A Juíza
também agradeceu o suporte recebido da AMB e da Associação dos
Magistrados Catarinenses. “É importante contar com as associações, no
sentido de assegurar que os Juízes possam desempenhar suas funções com
independência”, completou.
“A AMB cumpriu seu
papel de levar à sociedade gasparense informações sobre como se processa
a adoção legal, com seus ritos e prazos diferenciados”, avaliou a
Vice-Presidente de Direitos Humanos. “Também foi cumprida a função
institucional de proteção às prerrogativas do Magistrado e aos direitos
humanos, em um momento importante, no qual se desvelou a atuação
exemplar da Magistrada pelos órgãos de controle do Poder Judiciário.
Desde o início das notícias sobre supostas adoções ilegais em Gaspar, a
AMB se colocou à disposição da Juíza Ana Paula”, completou Renata Gil.
O Juiz Corregedor do
Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), Vitoraldo Bridi, também
leu uma carta enviada pelo Ministro da Secretaria-Geral da Presidência
da República, Gilberto Carvalho, ao Presidente da Câmara de Vereadores
de Gaspar, José Hilário Melato (PP). Na carta, o Ministro destacou o
papel da AMB na formulação da Lei de Adoção e atestou a seriedade da
conduta da Juíza Ana Paula. O Ministro ressaltou que teve a oportunidade
de testemunhar pessoalmente o trabalho realizado nos abrigos do
município e pela Vara da Infância e da Juventude, na gestão de Ana
Paula.
Júlio César Machado
Ferreira de Melo, Juiz de Direito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
também atestou a idoneidade da Juíza Ana Paula. “Adoção é coisa séria.
No Conselho Nacional de Justiça, nunca chegou nenhuma denúncia sobre
questões envolvendo adoções em Gaspar. Mas nós examinamos a documentação
levantada pela Corregedoria e eu garanto que não existe absolutamente
nada que indique irregularidade na atuação da Juíza Ana Paula”, afirmou o
representante do CNJ.
A Audiência Pública
foi convocada pela Vereadora Ivete Mafra Hammes (PMDB-SC). “A intenção
foi abrir um grande debate com a nossa comunidade em relação ao tema da
adoção legal no Brasil, tendo em vista que realizamos aqui um trabalho
muito bonito, conduzido durante onze anos pela Juíza Ana Paula”, disse a
vereadora.
Também participaram da
audiência o Alexandre Takashima, Juiz Corregedor do TJSC, e o Juiz
Sérgio Luiz Junkes, Presidente da AMC. Eles também elogiaram a conduta e
reconheceram o trabalho da Juíza Ana Paula.
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