Atitude adotiva
Publicado em 11.07.2013, às 16h22
Foto: internet
Por Guilherme Lima Moura
A estupidez é supra-religiosa. É dessas pragas que vencem até mesmo
as segregadoras fronteiras impostas pelas mal conduzidas convicções de
fé.
Perdoe-me o leitor pela dureza da palavra. Não me refiro às religiões em si. Longe disso. Toda religião que é capaz de orientar homens e mulheres de boa vontade a serem pessoas melhores é uma bênção do Alto e faz jus à etimologia da palavra religare porque reaproxima a criatura do Criador, tornando-os não um, mas uno. Tem sido assim para muitos.
Refiro-me à leitura infeliz que pseudo-religiosos de todas as crenças fazem dos ensinamentos abençoados que aparentam seguir. Não obstante a diversidade dos credos, o que os une numa só igreja é o preconceito e a malícia. Uma verdadeira legião de falsos profetas. Mas observe o leitor que não faço menção tão somente aos modernos vendilhões do templo, aos célebres fariseus televisivos a frente de seus impérios comerciais da prosperidade ilusória deste mundo. A estupidez é praga que age à surdina, por todo canto. Dentre tantas que são, falo aqui em particular da profunda ignorância com que esses religiosos de araque tratam o tema da filiação adotiva.
São sacerdotes e seguidores de variadas designações do cristianismo, que desestimulam seus fiéis a realizarem amorosamente a sua paternidade e maternidade através da adoção. Alegam que Deus realizará o milagre da gestação, como se já não fosse suficientemente divino o profundo amor que une pais e filhos adotivos. Esquecem-se de que, embora a gestação possa, sim, ser buscada, o próprio Jesus foi filho adotivo de José, que o paternou a despeito da ausência de laços biológicos. Desconsideram igualmente o fato de que nosso verdadeiro encontro com Deus consiste, fundamentalmente, em assumirmos nossa filiação divina, num (re)encontro que é pura adoção porque é puro amor. Amor divino.
São falsos espíritas que se arvoram a censurar pretendentes à adoção, supondo equivocadamente que a situação em que se encontra o pretendente a filho não deve sofrer interferências, em função de necessidades reencarnatórias sobre as quais eles nada sabem. Ignoram que a doutrina que aparentam conhecer incentiva seus adeptos a amarem incondicionalmente, atendendo à recomendação do Cristo de não julgar. Fazem uma tradução equivocada e conveniente daqueles ensinamentos, alijando deles a profunda proposta de amor, segundo a qual os verdadeiros laços de família são os laços espirituais, ou seja, os laços de amor e de afinidade.
Confrades desses e de todos os credos: gestação faz surgir criança; amor faz surgir filho. Numa palavra: a verdadeira filiação, só existindo no amor, é necessariamente adotiva.
Sobretudo os que têm na Terra a missão de conduzir igrejas de todos os tipos: não recubram os vossos preconceitos com a grandiosidade dos ensinamentos que ostentam, de modo a disfarçá-los com uma falsa autoridade divina. Tampouco confundam o tornar-se pai e mãe com ação caritativa junto a órfãos necessitados. Adoção não é uma forma de ajudar ou de salvar crianças. É caminho único para a construção da verdadeira família porque, sem atitude adotiva, não pode haver pais e filhos de verdade.
Que sua palavra seja, para vossos companheiros de fé, um permanente convite a que se transformem em pais e mães de verdade dos meninos e meninas que geraram e que, em tantos casos, foram tristemente relegados à condição de órfãos de “pais” vivos. Que seu verbo seja bálsamo reconfortante num mundo ainda tão marcado pelo desamor.
Confrades desses e de todos os credos: adotar é fazer nascerem pais e filhos. Adotar é abençoar destinos.
*As colunas assinadas não refletem, necessariamente, a opinião do NE10
http://ne10.uol.com.br/coluna/atitude-adotiva/noticia/2013/07/11/filho-nosso-430383.php
Perdoe-me o leitor pela dureza da palavra. Não me refiro às religiões em si. Longe disso. Toda religião que é capaz de orientar homens e mulheres de boa vontade a serem pessoas melhores é uma bênção do Alto e faz jus à etimologia da palavra religare porque reaproxima a criatura do Criador, tornando-os não um, mas uno. Tem sido assim para muitos.
Refiro-me à leitura infeliz que pseudo-religiosos de todas as crenças fazem dos ensinamentos abençoados que aparentam seguir. Não obstante a diversidade dos credos, o que os une numa só igreja é o preconceito e a malícia. Uma verdadeira legião de falsos profetas. Mas observe o leitor que não faço menção tão somente aos modernos vendilhões do templo, aos célebres fariseus televisivos a frente de seus impérios comerciais da prosperidade ilusória deste mundo. A estupidez é praga que age à surdina, por todo canto. Dentre tantas que são, falo aqui em particular da profunda ignorância com que esses religiosos de araque tratam o tema da filiação adotiva.
São sacerdotes e seguidores de variadas designações do cristianismo, que desestimulam seus fiéis a realizarem amorosamente a sua paternidade e maternidade através da adoção. Alegam que Deus realizará o milagre da gestação, como se já não fosse suficientemente divino o profundo amor que une pais e filhos adotivos. Esquecem-se de que, embora a gestação possa, sim, ser buscada, o próprio Jesus foi filho adotivo de José, que o paternou a despeito da ausência de laços biológicos. Desconsideram igualmente o fato de que nosso verdadeiro encontro com Deus consiste, fundamentalmente, em assumirmos nossa filiação divina, num (re)encontro que é pura adoção porque é puro amor. Amor divino.
São falsos espíritas que se arvoram a censurar pretendentes à adoção, supondo equivocadamente que a situação em que se encontra o pretendente a filho não deve sofrer interferências, em função de necessidades reencarnatórias sobre as quais eles nada sabem. Ignoram que a doutrina que aparentam conhecer incentiva seus adeptos a amarem incondicionalmente, atendendo à recomendação do Cristo de não julgar. Fazem uma tradução equivocada e conveniente daqueles ensinamentos, alijando deles a profunda proposta de amor, segundo a qual os verdadeiros laços de família são os laços espirituais, ou seja, os laços de amor e de afinidade.
Confrades desses e de todos os credos: gestação faz surgir criança; amor faz surgir filho. Numa palavra: a verdadeira filiação, só existindo no amor, é necessariamente adotiva.
Sobretudo os que têm na Terra a missão de conduzir igrejas de todos os tipos: não recubram os vossos preconceitos com a grandiosidade dos ensinamentos que ostentam, de modo a disfarçá-los com uma falsa autoridade divina. Tampouco confundam o tornar-se pai e mãe com ação caritativa junto a órfãos necessitados. Adoção não é uma forma de ajudar ou de salvar crianças. É caminho único para a construção da verdadeira família porque, sem atitude adotiva, não pode haver pais e filhos de verdade.
Que sua palavra seja, para vossos companheiros de fé, um permanente convite a que se transformem em pais e mães de verdade dos meninos e meninas que geraram e que, em tantos casos, foram tristemente relegados à condição de órfãos de “pais” vivos. Que seu verbo seja bálsamo reconfortante num mundo ainda tão marcado pelo desamor.
Confrades desses e de todos os credos: adotar é fazer nascerem pais e filhos. Adotar é abençoar destinos.
*As colunas assinadas não refletem, necessariamente, a opinião do NE10
http://ne10.uol.com.br/coluna/atitude-adotiva/noticia/2013/07/11/filho-nosso-430383.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário