25 de Julho de 2013
Por Tribuna
Na noite mais fria do ano, quando os termômetros chegaram a marcar 8,1
graus, com sensação térmica de 2 graus negativos, uma menina de apenas 1
mês foi abandonada na porta de um imóvel a pouco metros do córrego do
Bairro Democrata, Zona Nordeste.
O caso mudou a rotina da auxiliar
administrativa Suzana Martins Nogueira, 33 anos. Pouco antes das 23h,
ela dormia em sua residência, na Rua Muriaé, quando ouviu um choro de
criança. Ao sair de casa para verificar, a mulher encontrou o bebê
enrolado em cobertores no degrau de acesso a um salão de cabeleireiro,
que funciona na parte superior da mesma construção.
Ao lado da
menina, foi deixada uma bolsa rosa, contendo uma muda de roupa,
mamadeira, fralda, cartão de vacina e uma carta escrita, aparentemente,
pela mãe biológica. Além de informar nome, peso, medida, idade e vacinas
já tomadas, o bilhete chama a atenção por estar bem escrito e pelo
apelo feito por quem abandonou a criança: "Cuida bem da minha pequena,
sou apaixonada por ela, mas não posso ficar. Por favor, cuide dela por
mim".
Com questionamentos sem respostas sobre a razão para uma
recém-nascida ter sido deixada perto de sua porta, auxiliar
administrativa contou que nem conseguiu dormir à noite. "Ela estava
muito bem agasalhada, vestida com várias roupas, enrolada em uns quatro
cobertores e com touca. Ela é branca, de olhos e cabelos escuros,
aparentemente bem cuidada e saudável", disse a auxiliar, observando que a
pessoa que a deixou se preocupou em deixar fraldas de boa qualidade.
Após o surpreendente encontro, Suzana e a filha adotiva, 23, levaram o bebê para dentro de casa e acionaram a Polícia Militar.
O Conselho Tutelar Centro/Norte também compareceu e optou por deixar a
criança passar a noite na casa de Suzana, mediante assinatura de termo
de responsabilidade. "A primeira reação que tive foi de pegar e cuidar.
Dei leite para ela, e tomou tudo. Passou bem à noite, é muito boazinha."
Apesar de ter ciência dos trâmites legais que envolvem a situação, ela
não pensou duas vezes sobre a vontade de adotar a criança. "Não
acreditamos que aquilo estava acontecendo com a gente. Levei muito
susto, porque é uma coisa que só vemos na televisão. Meu primeiro
pensamento foi o de ficar com ela."
Uma câmera instalada na porta do
salão poderia ter registrado o momento em que o bebê foi deixado, mas o
equipamento, conforme Suzana, não faz gravações. Segundo a auxiliar
administrativa, a câmera é usada pelos funcionários do estabelecimento
para monitorar a chegada de pessoas ao local. "Passa um monte de coisa
na minha cabeça.
Será que é mãe adolescente? Teve o primeiro filho?
Nem dormi, pensando em todas as possibilidades." Ela citou a frase
colocada na carta: "Passei por muita coisa até aqui, mas hoje, graças a
Deus, eu estou ótima", se referindo à alguma dificuldade vivida pela
própria criança. Suzana também disse ter sido tocada pelos dizeres do
bilhete: "Por favor, cuida bem de mim, caso não possa, me leve para
alguém que possa! Por favor, não faça nenhuma maldade comigo e nem me
abandone!" Apesar da carta, a auxiliar administrativa disse não fazer
ideia de quem seja a mãe biológica. "Não sabemos o motivo do abandono,
mas deve ser muito forte para levar uma pessoa a fazer isso."
De
acordo com o coordenador do Comissariado de Menores da Vara da Infância e
da Juventude, Maurício Gonçalves Alvim, no início da tarde desta
quinta-feira(25), o bebê foi entregue a um casal que esperava na fila
para a adoção. A menina foi registrada sem o nome dos pais e, segundo
ele, o processo de adoção foi iniciado.
MÃE PODERÁ RESPONDER CRIMINALMENTE
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o caso do
bebê abandonado no Democrata está sendo investigado pela 4ª Delegacia.
Por meio da assessoria, a delegada Carolina Magalhães informou que foi
instaurado procedimento para tentar identificar a mãe biológica, que
poderá responder por exposição e abandono de incapaz. Nos próximos dias,
a Polícia Civil deve ouvir as pessoas citadas no boletim de ocorrência
da PM.
A conselheira tutelar que acompanhou o caso, Maria Elizabeth
Cândida Ferreira, disse que registros de abandono de bebês em Juiz de
Fora são raros. "Fiquei muito surpresa, ainda mais em uma noite fria
daquelas. Quando cheguei ao local, a criança estava dentro da
residência, bem cuidada, nutrida e limpa. Entendemos que era melhor ela
ficar lá durante a noite do que levá-la para uma instituição de
acolhimento."
SEGUNDO CASO
Embora o abandono de bebês em
Juiz de Fora seja um crime considerado raro, esse já é o segundo caso
ocorrido em menos de oito meses na cidade. No dia 5 de dezembro, um
recém-nascido, com cerca de 5 dias, foi abandonado dentro de uma bolsa
de viagem na Rua Santa Rita, no Centro. Na ocasião, o menino foi
medicado e, posteriormente, a Vara da Infância e da Juventude entregou a
criança a um casal, primeiro da fila no Cadastro Nacional de Adoção, a
guarda provisória da criança.
http:// www.tribunademinas.com.br/ bebe-abandonado-em-noite-gelada -1.1316910
25 de Julho de 2013
Por Tribuna
Na noite mais fria do ano, quando os termômetros chegaram a marcar 8,1 graus, com sensação térmica de 2 graus negativos, uma menina de apenas 1 mês foi abandonada na porta de um imóvel a pouco metros do córrego do Bairro Democrata, Zona Nordeste.
O caso mudou a rotina da auxiliar administrativa Suzana Martins Nogueira, 33 anos. Pouco antes das 23h, ela dormia em sua residência, na Rua Muriaé, quando ouviu um choro de criança. Ao sair de casa para verificar, a mulher encontrou o bebê enrolado em cobertores no degrau de acesso a um salão de cabeleireiro, que funciona na parte superior da mesma construção.
Ao lado da menina, foi deixada uma bolsa rosa, contendo uma muda de roupa, mamadeira, fralda, cartão de vacina e uma carta escrita, aparentemente, pela mãe biológica. Além de informar nome, peso, medida, idade e vacinas já tomadas, o bilhete chama a atenção por estar bem escrito e pelo apelo feito por quem abandonou a criança: "Cuida bem da minha pequena, sou apaixonada por ela, mas não posso ficar. Por favor, cuide dela por mim".
Com questionamentos sem respostas sobre a razão para uma recém-nascida ter sido deixada perto de sua porta, auxiliar administrativa contou que nem conseguiu dormir à noite. "Ela estava muito bem agasalhada, vestida com várias roupas, enrolada em uns quatro cobertores e com touca. Ela é branca, de olhos e cabelos escuros, aparentemente bem cuidada e saudável", disse a auxiliar, observando que a pessoa que a deixou se preocupou em deixar fraldas de boa qualidade.
Após o surpreendente encontro, Suzana e a filha adotiva, 23, levaram o bebê para dentro de casa e acionaram a Polícia Militar.
O Conselho Tutelar Centro/Norte também compareceu e optou por deixar a criança passar a noite na casa de Suzana, mediante assinatura de termo de responsabilidade. "A primeira reação que tive foi de pegar e cuidar. Dei leite para ela, e tomou tudo. Passou bem à noite, é muito boazinha." Apesar de ter ciência dos trâmites legais que envolvem a situação, ela não pensou duas vezes sobre a vontade de adotar a criança. "Não acreditamos que aquilo estava acontecendo com a gente. Levei muito susto, porque é uma coisa que só vemos na televisão. Meu primeiro pensamento foi o de ficar com ela."
Uma câmera instalada na porta do salão poderia ter registrado o momento em que o bebê foi deixado, mas o equipamento, conforme Suzana, não faz gravações. Segundo a auxiliar administrativa, a câmera é usada pelos funcionários do estabelecimento para monitorar a chegada de pessoas ao local. "Passa um monte de coisa na minha cabeça.
Será que é mãe adolescente? Teve o primeiro filho? Nem dormi, pensando em todas as possibilidades." Ela citou a frase colocada na carta: "Passei por muita coisa até aqui, mas hoje, graças a Deus, eu estou ótima", se referindo à alguma dificuldade vivida pela própria criança. Suzana também disse ter sido tocada pelos dizeres do bilhete: "Por favor, cuida bem de mim, caso não possa, me leve para alguém que possa! Por favor, não faça nenhuma maldade comigo e nem me abandone!" Apesar da carta, a auxiliar administrativa disse não fazer ideia de quem seja a mãe biológica. "Não sabemos o motivo do abandono, mas deve ser muito forte para levar uma pessoa a fazer isso."
De acordo com o coordenador do Comissariado de Menores da Vara da Infância e da Juventude, Maurício Gonçalves Alvim, no início da tarde desta quinta-feira(25), o bebê foi entregue a um casal que esperava na fila para a adoção. A menina foi registrada sem o nome dos pais e, segundo ele, o processo de adoção foi iniciado.
MÃE PODERÁ RESPONDER CRIMINALMENTE
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o caso do bebê abandonado no Democrata está sendo investigado pela 4ª Delegacia. Por meio da assessoria, a delegada Carolina Magalhães informou que foi instaurado procedimento para tentar identificar a mãe biológica, que poderá responder por exposição e abandono de incapaz. Nos próximos dias, a Polícia Civil deve ouvir as pessoas citadas no boletim de ocorrência da PM.
A conselheira tutelar que acompanhou o caso, Maria Elizabeth Cândida Ferreira, disse que registros de abandono de bebês em Juiz de Fora são raros. "Fiquei muito surpresa, ainda mais em uma noite fria daquelas. Quando cheguei ao local, a criança estava dentro da residência, bem cuidada, nutrida e limpa. Entendemos que era melhor ela ficar lá durante a noite do que levá-la para uma instituição de acolhimento."
SEGUNDO CASO
Embora o abandono de bebês em Juiz de Fora seja um crime considerado raro, esse já é o segundo caso ocorrido em menos de oito meses na cidade. No dia 5 de dezembro, um recém-nascido, com cerca de 5 dias, foi abandonado dentro de uma bolsa de viagem na Rua Santa Rita, no Centro. Na ocasião, o menino foi medicado e, posteriormente, a Vara da Infância e da Juventude entregou a criança a um casal, primeiro da fila no Cadastro Nacional de Adoção, a guarda provisória da criança.
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