Enviado por luisnassif, sab, 06/07/2013 - 12:13
Autor:
Luis Nassif Na série do Fantástico sobre adoção, alertei-a pessoalmente de que estava entrando na onda, dando aval do governo brasileiro a uma reprtagem sensacionalista que estava cometendo assassinatos de reputação de pessoas sérias.
Foi em vão. Questionei-a sobre as provas que teria para sustentar as acusações contra os magistrados – um da Bahia, outra de Gaspar, Santa Catarina. Disse que tinha elementos detalhados, mas nunca os apresentou. Na verdade, tinha apenas retórica para poder aparecer no programa, avalizando o sensacionalismo com que o tema foi tratado e a irresponsabilidade com que os magistrados foram acusados.
Mais que isso, seu enorme preconceito, sua irresponsabilidade no papel de autoridade de direitos humanos, contribuiu para estigmatizar um exercício de amor e doação – a adoção – tratado por ela como a maneira da classe média roubar do pobre seu último bem: o filho. Reagiu aos gritos quando ponderei que não podia generalizar assim, que cada caso era um caso e deveria ser analisado individualmente. Depois, me informaram que Rosario usa sempre o estratagema dos gritos quando não consegue desenvolver argumentos minimamente inteligentes – ou seja, grita sempre.
A juíza Ana Paula Amaro da Silva, de Gaspar, foi uma das vítimas dessa infâmia. O que Maria do Rosário certamente não sabia é que o próprio Ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, passou por um processo de adoção de filho mediado pela juíza
Aqui, o relato corajoso de Gilberto Carvalho, em defesa da juíza.
De Gilberto Carvalho
Exmo. Sr.Presidente da Câmara Municipal de Gaspar – SC
Exmo. Sr. Presidente,
Exmos. Senhores e Senhoras Vereadores e Vereadoras do Município de Gaspar,
Tomo a liberdade, com a devida permissão de V. Excias. para fazer um testemunho a respeito do tema que se debate nesta casa e que envolve a questão das adoções e dos abrigos de Menores neste Município. Tomo esta liberdade porque tenho especial carinho por esta Cidade e porque penso que o diálogo e a busca da verdade é sempre o melhor caminho para resolvermos nossos problemas, particularmente as questões que envolvem a gestão pública.
Foi através da Associação de Magistrados do Brasil, com quem trabalhamos no ano de 2008 e 2009 para aprovarmos uma nova lei de Adoção no Brasil, que tive a informação do trabalho que se realizava neste Município em relação ao cuidado com as crianças abrigadas e também nos processos de adoção. O Governo Federal e a AMB se preocupavam naquele momento – como ainda nos preocupamos – com a situação dos abrigos para crianças no Brasil e da morosidade e dificuldades interpostas aos processos de Adoção em nosso País.
Enquanto milhares de crianças permanecem nos Abrigos à espera de adoção, uma fila enorme de Pais com desejo de adotar uma criança permanecem por 3, 4 ou mais anos à espera desse filho ou filha desejado. Problemas na legislação, no funcionamento das Varas da Infância, sistemas burocratizados nos levam a esta situação esdrúxula e alarmante. Sem falar nas condições péssimas verificadas em muitos abrigos pelo País afora.
É verdade que a Lei zela pelo processo correto de adoção e cuida para que se evitem processos inadequados e abusos também já verificados no nosso País, como o crime do tráfico de crianças no plano Nacional e Internacional. Foi por isso que a nova Lei, ao criar um cadastro único nacional, buscou guardar estes cuidados e ao mesmo tempo agilizar os processos.
Quando estive nesta bela cidade de Gaspar pude testemunhar com alegria que este processo adequado ocorria de forma muito correta: observei a conduta da Juíza que se preocupava com a qualidade dos Abrigos, insistindo no apoio seja da Prefeitura Municipal seja de Empresas da Cidade para oferecer o conforto necessário às crianças, e também sendo presença constante nestes Abrigos, inclusive fazendo refeições freqüentes com as crianças. Tive a oportunidade de conhecer, acompanhado pela Juíza, Dra. Ana Paula Amaro da Silveira, dois destes Abrigos, quando conversei com Funcionários e mesmo com adolescentes abrigados, podendo verificar in loco a qualidade do trabalho e das condições oferecidas.
Ao mesmo tempo fui testemunha do rigor com que os processos de adoção eram tratados nesta Comarca, com a participação obrigatória do Ministério Público e observação estrita do ritual imposto pela Lei de Adoção.
Em contatos públicos e artigos na Imprensa brasileira, procurei difundir esta boa prática nesta Cidade, como um referencial de um novo padrão de postura frente a um problema tão sensível para nosso Povo, que é a questão de crianças já vítimas de um processo de perda de suas famílias e que não podem ser submetidas e outros processos de sofrimento e privação.
É a defesa destas crianças, que não tem condições elas próprias de se defenderem, que me leva a fazer este testemunho e pedir, com humildade aos Senhores e Senhoras, que façam de tudo para preservar a qualidade de vida destes seres inocentes em seus Abrigos e possa esta Cidade de Gaspar sendo uma referência positiva para todo o nosso Brasil. Neste sentido contem com meu apoio naquilo em que puder ajudar neste propósito.
Agradeço muito sua atenção e me desculpo por incomodá-los com esta carta,
Gilberto Carvalho
Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República.
Brasília, 4 de julho de 2013.
http://www.advivo.com.br/node/1433567
Nenhum comentário:
Postar um comentário