Toninho Almada/Hoje em Dia
Adenísia e Wellington ampliaram a faixa etária dos filhos que gostariam de receber
Segundo o setor de estudos familiares da Vara da Infância e Juventude
da capital, em 1995, 12% dos candidatos a pais queriam bebês de até um
mês de vida. Em 2012, eram apenas 3%. No mesmo período, as pessoas que
só aceitavam bebês de até um ano passaram de 61% para 44%.
Em relação à cor, também houve mudança. Há 18 anos, 42% dos
pretendentes queriam bebês brancos; em 2012, 25% tinham essa
preferência.
O Cadastro
Nacional de Adoção (CNA), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), não tem dados só de Minas, mas apurou que na região Sudeste do
Brasil 30% dos adultos inscritos aceitam apenas crianças brancas.
Flexibilidade
Segundo o psicólogo da Vara da Infância Fernando Araújo, a mudança no
perfil é reflexo de um movimento geral da sociedade, que tem aceitado
mais a diversidade. Como a funcionária pública Fernanda Isoni, de 37
anos, que tem quatro filhos, dois adotivos: Isabella, de 13, e Alex, 20,
acolhidos aos 7 e 13, respectivamente.
Fernanda não pensava em engravidar de novo, mas sonhava com uma menina –
a única exigência. “As pessoas questionam se Isabella é minha mesmo,
por ela ser negra, mas não me importo. Não faço distinção entre meus
filhos”, avisa. “Ela é uma mãezona e me ama muito!”, afirma Isabella.
Para a vice-coordenadora do Grupo de Apoio à Adoção de BH (GAABH),
Rosália Sanábio, a cultura da adoção está melhorando. Há três décadas, o
ato era visto como caridade ou forma de ter alguém para acompanhar as
pessoas na velhice.
“Hoje, é percebido como outra forma de se criar, amorosamente, uma família. O amor, uma vez construído, é indissolúvel”, diz.
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