MEU FILHO - ADOÇÃO SEM MISTÉRIOS
01/07/2013
 Tranquilidade e honestidade são fundamentais ao tocar no assunto
  
 Flávia e Vagner Pereira adotaram Lucas, seis anos, quando ele tinha 11 
dias. A felicidade de ter um filho veio acompanhada de uma dúvida.
 – A gente se perguntava quando começar a falar sobre a adoção para ele. Com qual idade e como fazer – diz Flávia.
 Os pais foram aconselhados a esperar o filho manifestar curiosidade 
sobre o assunto. Não demorou muito. Aos cinco anos, o menino lançou a 
pergunta:
 
 – Mãe, como eu nasci?
 Flávia foi pega de 
surpresa. Explicou que não podia ter filhos e que ele tinha vindo da 
barriga de outra mulher. Lucas se deu por satisfeito e respondeu:
 – Então tá, mãe. Boa noite.
 
 O medo da reação dos filhos é o que mais preocupa pais e mães na hora 
de falar sobre a adoção. A surpresa vem quando eles percebem que a 
criança aceita o tema naturalmente. Nos casos em que ela ouve o termo 
desde pequena, o entendimento vem com o tempo e de forma bastante 
espontânea, dizem os especialistas. O problema está em esconder a 
verdade.
 – Se os pais não contam, o filho adotivo fica sabendo de 
alguma outra maneira. Assim é pior, porque a criança pode achar que tem 
algo de errado com ela – explica a psicóloga Maria da Penha Oliveira, 
consultora em processos de acolhimento institucional e adoção.
 A 
opinião de psicólogos e especialistas no assunto é praticamente unânime:
 o melhor é falar para aos pequenos o mais cedo possível, da forma mais 
verdadeira e natural. A psicóloga Soraya Pereira explica que a criança 
tem um registro psíquico do que viveu:
 
 – O que a gente entende é que ela já sabe. Os pais adotivos só confirmam.
 
 O indicado é falar com o bebê desde o primeiro contato e usar o termo 
adoção no cotidiano, mas sem frisar exaustivamente, apenas quando tiver 
uma oportunidade. Muitas mães costumam fazer a distinção entre “mãe da 
barriga” e “mãe do coração”. Soraya Pereira explica que a metáfora pode 
confundir a criança. O melhor seria dizer que ela é fruto da busca para 
ter um filho.
 – Os pais podem dizer para a criança que ela foi gerada do querer, da busca e da vontade deles – sugere. 
 Correio Braziliense/D.A Press
 http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,1161,4185660,22270
 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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