CONSERVADORES BARRAM DIREITO DE ADOÇÃO LIMITADA A CASAIS GAYS EM PORTUGAL
25/10/2013
Lisboa
Os partidos conservadores majoritários do Parlamento português
rejeitaram admitir a votação final da medida que garantia o direito dos
casais de mesmo sexo adotarem filhos de um dos integrantes, uma norma
que já havia sido aprovada no último mês de maio em uma primeira
votação.
Os partidos Social
Democrata (PSD, centro-direita) e democrata-cristão (CDS-PP), formações
que compõem o governo de coalizão de Portugal, decidiram não submeter ao
veredicto final do Parlamento a proposta aprovada através do respaldo
da esquerda moderada, da marxista e de vários deputados conservadores.
Procedente do Partido Socialista (PS), o principal da oposição, o
projeto de lei aprovado em maio contou com 99 votos a favor - a maioria
dos deputados de esquerda -, 94 contra e 9 abstenções, já que os
deputados tinham liberdade de voto (16 políticos do PSD votaram a favor
na ocasião). Deste modo, a lei que pretendia alterar a proibição total
do direito de adoção vigente para os casais homossexuais desde que estas
uniões foram legalizadas em Portugal, há três anos, fica sem aplicação.
O adiamento da votação da medida está atribuído a uma proposta da
juventude do PSD, que querem que o direito de adoção seja submetido a
uma consulta popular.
Este projeto de "coadoção", diferente de uma
adoção sem limites, daria permissão aos casais (ou uniões de fato)
homossexuais maiores de 25 anos adotarem filhos que tenham
"responsabilidade parental".
Em caso de maiores de 12 anos, essa
decisão precisa do consentimento do próprio menor. A deputada do PS
Isabel Moreira lamentou a falta de "lealdade parlamentar" e acusou os
partidos conservadores de não seguir o leito institucional ao recorrerem
a um possível referendo.
A Associação de Lésbicas, Gays e
Transexuais (ILGA) de Portugal já se tinha pronunciado sobre a urgência
de sancionar esta lei para garantir a segurança dos menores e para
acabar com o que qualificou como uma "agressão tanto para a criança como
para sua família".
O casamento homossexual foi aprovado em
Portugal no ano de 2010 com uma proposta do PS, então no governo, a qual
foi rejeitada pelos partidos conservadores e apoiada pela esquerda. A
lei foi levada perante o Tribunal Constitucional pelo presidente da
república, o conservador Aníbal Cavaco Silva, quem finalmente a
autorizou depois da favorável resposta do Alto Tribunal, que também não
deixou de manifestar seu desacordo.
O direito integral à adoção por
casais homossexuais foi rejeitado anteriormente pelo Parlamento
português em fevereiro de 2012. EFE atc/fk
http://noticias.r7.com/internacional/conservadores-barram-direito-de-adocao-limitada-a-casais-gays-em-portugal-25102013
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