quarta-feira, 2 de outubro de 2013

EXPLICAR ADOÇÃO


Terça-feira, 1 de Outubro de 2013

Bom Dia Dr.ª Mariagrazia
Gostava que me ajudasse no seguinte:
Tenho um filho com 5 anos e 8 meses que adotei quando ele tinha 2 anos e meio. Ele sabe que eu não sou a mãe biológica, e recorda-se da família de acolhimento onde esteve desde que nasceu até aos 2 anos e meio. Há uns tempos que me vem colocando questões acerca da situação dele, tipo, "se não nasci da tua barriga, então de que barriga foi? e porquê?" diz que quer saber tudo. Ora, a mãe biológica era uma jovem adolescente que não tinha condições para o criar, a verdade é que não sabemos ao certo o porquê dele ter ido logo para uma família de acolhimento, sendo que ele às vezes pergunta se veio da barriga da mãe de acolhimento, da qual e ele ainda se lembra bem, apesar de termos cortado o contato depois de lhe ter feito apenas uma visita, no 1º natal a seguir à adoção, por aconselhamento da assistente social, cortando aí os laços, para evitar qualquer conflito emocional.
A minha dúvida é: querendo eu falar sempre a verdade e tendo-o feito até aqui, até onde poderei ir nas explicações sobre o porquê da adoção e de que forma, uma vez que ele diz querer "saber tudo". Ele é uma criança muito viva e inteligente que não se satisfaz com qualquer resposta.
Grata P.

DR.ª MARIAGRAZIA RESPONDE
Cara P.,
Procure falar com o seu filho da maneira mais próxima da sua compreensão, mostrando-lhe claramente o quanto o desejou e esperou a sua vinda ao mundo. Afinal, a adoção é um grande ato de amor. Fale com ele com naturalidade, respondendo somente às perguntas que ele faz.
As crianças reagem de maneira diferente ao inteirar-se de que são adotados. Suas emoções e reações dependem de sua idade e do seu nível de maturidade. A criança pode negar-se a aceitar que foi adotada e pode criar fantasias sobre a adoção. Frequentemente, as crianças adotadas se apegam à crença de que os deram porque eram maus ou podem crer que foram sequestrados. Se os pais falam com franqueza sobre a adoção e a apresentam de maneira positiva, é menos provável que se desenvolvam essas preocupações.
A criança adotada pode desenvolver problemas emocionais e de comportamento. Estes problemas podem ser resultado, ou não, das inseguranças e assuntos relacionados com o “ ter sido adotado”. Se os pais têm inquietudes, eles devem buscar ajuda profissional. Uma psicóloga pode ajudar a criança e aos pais adotivos.
Tudo de bom
Mariagrazia Marini
http://consultoriodepsicologia.blogs.sapo.pt/147433.html

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