EXPLICAR ADOÇÃO
Terça-feira, 1 de Outubro de 2013
Bom Dia Dr.ª Mariagrazia
Gostava que me ajudasse no seguinte:
Tenho um filho com 5 anos e 8 meses que adotei quando ele tinha 2 anos e
meio. Ele sabe que eu não sou a mãe biológica, e recorda-se da família
de acolhimento onde esteve desde que nasceu até aos 2 anos e meio. Há
uns tempos que me vem colocando questões acerca da situação dele, tipo,
"se não nasci da tua barriga, então de que barriga foi? e porquê?" diz
que quer saber tudo. Ora, a mãe biológica era uma jovem adolescente que
não tinha condições para o criar, a verdade é que não sabemos ao certo o
porquê dele ter ido logo para uma família de acolhimento, sendo que ele
às vezes pergunta se veio da barriga da mãe de acolhimento, da qual e
ele ainda se lembra bem, apesar de termos cortado o contato depois de
lhe ter feito apenas uma visita, no 1º natal a seguir à adoção, por
aconselhamento da assistente social, cortando aí os laços, para evitar
qualquer conflito emocional.
A minha dúvida é: querendo eu falar
sempre a verdade e tendo-o feito até aqui, até onde poderei ir nas
explicações sobre o porquê da adoção e de que forma, uma vez que ele diz
querer "saber tudo". Ele é uma criança muito viva e inteligente que não
se satisfaz com qualquer resposta.
Grata P.
DR.ª MARIAGRAZIA RESPONDE
Cara P.,
Procure falar com o seu filho da maneira mais próxima da sua
compreensão, mostrando-lhe claramente o quanto o desejou e esperou a sua
vinda ao mundo. Afinal, a adoção é um grande ato de amor. Fale com ele
com naturalidade, respondendo somente às perguntas que ele faz.
As
crianças reagem de maneira diferente ao inteirar-se de que são adotados.
Suas emoções e reações dependem de sua idade e do seu nível de
maturidade. A criança pode negar-se a aceitar que foi adotada e pode
criar fantasias sobre a adoção. Frequentemente, as crianças adotadas se
apegam à crença de que os deram porque eram maus ou podem crer que foram
sequestrados. Se os pais falam com franqueza sobre a adoção e a
apresentam de maneira positiva, é menos provável que se desenvolvam
essas preocupações.
A criança adotada pode desenvolver problemas
emocionais e de comportamento. Estes problemas podem ser resultado, ou
não, das inseguranças e assuntos relacionados com o “ ter sido adotado”.
Se os pais têm inquietudes, eles devem buscar ajuda profissional. Uma
psicóloga pode ajudar a criança e aos pais adotivos.
Tudo de bom
Mariagrazia Marini
http://consultoriodepsicologia.blogs.sapo.pt/147433.html
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