terça-feira, 21 de janeiro de 2014

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Terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Gosto de ficar meses, anos longe e um dia, sem mais nem menos, resolvo ler o que já escrevi e mergulho fundo nas minhas vivências e fico feliz por tudo o que já experimentei e por tirar dessas experiências aprendizados que me fazem ser quem eu sou.
O fato é que escrevo pra mim mesma, então, faço isso só quando tenho vontade, quando quero registrar algo do qual queira me recordar com detalhes no futuro. Sou diarista, mensalista, anista, mas não sou blogueira.
Nem sei quanto tempo faz que não alimento meu blog. Inúmeras coisas aconteceram, mas, entre as que mais transformaram a minha vida, está a vinda de mais um filho. Dessa vez, uma filha.
Meses após o nascimento do Raul, meu terceiro menino, resolvemos que teríamos mais uma criança e que esta criança seria gerada por meio da adoção.
Adotar sempre esteve nos meus planos de vida, desde muito jovem. A adoção é uma forma alternativa de se ter filhos, mas é um processo burocrático, moroso, cansativo, as vezes difícil de entender e aceitar. Então, foi muito bom quando meu marido embarcou nessa decisão comigo.
Demoramos 6 meses para cumprir todas as exigências legais (documentos, visitas, entrevistas, cursos e reuniões - tudo obrigatório!) e poder iniciar o processo para sermos habilitados a adotar. E levou mais 18 meses até sair a habilitação (uma decisão judicial) que nos colocou na famosa "fila da adoção".
A fase da fila é, em geral, a mais demorada. Dizem que o perfil da criança que os pais desejam não bate com o perfil das crianças que estão nos abrigos. Eu discordo. Vi muita coisa, muitas histórias, nesse processo e acho mesmo que o maior problema é o tempo que demora até que as crianças estejam juridicamente disponíveis para serem adotadas. O assunto é complexo, mas como quem determina é Deus, alguns meses depois de habilitados recebemos o contato que nos levou até uma menina crescidinha que, com seus 8 anos de idade, já é considerada "velha" para ser adotada. Sim, a idade, (além da raça e de outros fatores) é um estigma que limita as possibilidades de adoção.
Nós nos abrimos, prosseguimos, nos demos a chance e estamos conhecendo uma menina de 8 anos, que escondia o sorriso atras de uma cara amarrada, fechada e séria, por não fazer ideia do que é poder ser criança. Seja bem vinda ao mundo que te pertence, minha filha.
http://mulherdecarneeosso.blogspot.com.br/2014/01/welcome-home.html

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