08.04.2014
Ysabela Aires
O fato de estarmos com nossas crianças em casa, nos faz muitas vezes, distantes da realidade de tantas outras que são criadas em abrigos aguardando o dia de serem escolhidas por alguma família. A medida que crescem, nota-se uma dificuldade ainda maior de ter esse sonho realizado. Isso, porque o perfil de adoção do brasileiro, é tendencioso a crianças muito pequenas, de preferência bebês.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução que permite que estrangeiros ou brasileiros residentes no exterior sejam incluídos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). O objetivo é aumentar as adoções de crianças mais velhas e de grupos de irmãos. A regra passa a vigorar a partir da publicação no Diário Oficial, nos próximos dias.
Os estrangeiros, atualmente, não fazem parte do Cadastro Nacional de Adoção. Para adotarem um brasileiro, eles devem esperar que a criança não seja escolhida pelo cadastro nacional. Só a partir daí, os juízes liberam para adoção internacional. Ao permitir que estrangeiros também possam participar do cadastro, o CNJ pretende agilizar o processo e o torná-lo mais transparente.
Marcelo Santoro, advogado e professor de Direito de Família da Faculdade Mackenzie Rio, explica: “O que vimos diariamente é que existe um padrão de adoção no Brasil e a opção é, na maioria das vezes, por meninas com até dois anos e branca. O que é um absurdo na realidade populacional brasileira. Por isso, a fila é longa. Se você quiser alguém que fuja desse “padrão eurocentrista”, consegue adotar no dia seguinte ao do processo de avaliação”.
Segundo ele, a relação entre crianças disponíveis e pretendentes no cadastro não encaixa e a inclusão de estrangeiros aumenta a chance de muitas delas conseguirem uma família. “O perfil de criança que o estrangeiro quer adotar não é o mesmo do brasileiro. A realidade é que as mais velhas acabam sendo preteridas. É preferível ter crianças sendo amadas por algum estrangeiro do que vivendo em um abrigo. Mas acredito que os critérios de escolha devam ser mais rigorosos”, completa.
Os critérios realmente devem ser rigorosos de modo a garantir a seguranças dessas crianças e priorizar o bem estar de cada uma delas. O caso de irmãos em abrigo também deve ser levado em consideração.
Temos que torcer para que essa resolução ajude a solucionar o problema das milhares de crianças que crescem sem um lar.
http://paracriancabh.com.br/2014/04/adocao-por-estrangeiros/
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