Escrito por kara rae | Traduzido por débora sousa
A adoção é um problema para a vida toda para todas as partes envolvidas, mas os maiores problemas atingem o adotado. As famílias adotivas têm a responsabilidade de responder a todas as questões que o adotado tiver e ajudá-lo a lidar com os sentimentos que surgirem, dadas as circunstâncias. O nível de apoio contribui diretamente para a gravidade dos problemas de apego e separação que os adotados enfrentam. Tais problemas costumam resultar de sentimentos de dor e perda e se correlacionam diretamente com o bom desenvolvimento da autoestima e da confiança. Pode ser preciso obter aconselhamento profissional para lidar com esses problemas.
DOR E PERDA
A adoção é normalmente vista como um evento que corrige um problema, não um problema por si só. De acordo com o site adopting.org, as crianças adotadas sofreram uma perda enorme, quer se lembrem do evento ou não. Muitas vezes, a dor é mais difícil de enfrentar, pois o adotado não sabe por quem eles estão sofrendo. Se ele estiver cercado por uma família amorosa, a tristeza pode levar à vergonha e ao medo de que ele possa parecer ingrato por tudo o que a sua família adotiva fez. Os sentimentos de perda que continuam na idade adulta podem afetar o modo como ele responde a situações sociais.
AUTOESTIMA
É comum que as crianças adotadas sofram de baixa autoestima causada por sentimentos de inadequação. O Child Welfare Information Gateway (portal americano de informações sobre o bem-estar da criança) atribui esses sentimentos à crença de que a causa de sua adoção foi porque algo estava intrinsecamente errado com eles, mesmo ainda bebês. Se não houver nenhum contato com a família de origem e se o histórico genético for desconhecido, o adotado pode desenvolver problemas de identidade, principalmente os adolescentes, causando baixa autoestima que se alastra para a vida adulta, afetando os relacionamentos e a satisfação pessoal. Os adotados podem sentir que, como eles foram escolhidos por sua família adotiva, eles devem ser perfeitos para mostrar o seu apreço. Na sua investigação "Adoption: Trauma that Lasts a Lifetime" (Adoção: um trauma que dura pela vida toda), Vicki Rummig, uma adotada, compara esse status escolhido com o de Jesus ou do Super Homem. Quando o adotado inevitavelmente não consegue obter a perfeição, isso pode refletir na autoestima. Aqueles que sentirem que desapontaram os pais adotivos podem responder engajando-se em comportamentos cada vez mais negativos, como drogas, violência e sexo inseguro. Inconscientemente, esse comportamento pode ser um teste do nível de comprometimento da família adotiva, onde o adotado procura saber se pode afastá-los.
CONFIANÇA
A falta de confiança afetará todos os aspectos da vida do envolvido. Os adotados podem ter problemas para manter relações íntimas com parceiros, amigos e seus filhos. O medo do abandono, independentemente de ter acontecido na infância ou na memória, é inerente à adoção: os pais biológicos optaram por deixar a obrigação de criar seu filho para outra pessoa. Normalmente, os adotados temem que as outras pessoas com quem criarem laços também os deixarão. O falecido Dr. Marshall Schechter, um ex-psiquiatra da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e autoridade reconhecida em termos de adoção, explicou que a perda é mais evidente para os adotados; é algo que está sempre em suas mentes. Esse medo é muitas vezes algo inerente ao adotado, pois pode fazer com que ele próprio sabote todos os seus relacionamentos íntimos, como forma de protegê-los contra o que eles encaram como uma perda inevitável
Os bebês adotados ainda sofrem perdas, apesar de não se lembrarem do evento - infant image by Mykola Velychko from Fotolia.com
http://www.ehow.com.br/problemas-apego-separacao-adotadas-lista_266926/
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