domingo, 6 de abril de 2014

CAMPANHA QUER FIM DE CRIANÇAS EM ABRIGO EM LONDRINA


06/04/2014
Erika Pelegrino
Institucionalização
Londrina intensifica o trabalho para evitar a institucionalização de crianças em abrigos de acolhimento a partir da compreensão de que, quanto maior o tempo que passam longe do convívio familiar, maior o prejuízo para o desenvolvimento pleno, particularmente na faixa etária de 0 a 3 anos. A determinação é do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que, desde uma alteração em 2009, prevê tempo máximo de dois anos de permanência dessas crianças nos abrigos.
O argumento principal é de que para cada ano abrigada a criança perde quatro meses de desenvolvimento. Viver nessas condições pode ser tão comprometedor que uma campanha interamericana, lançada em dezembro do ano passado, pede o fim da institucionalização de bebês e crianças de 0 a 3 anos. Atualmente, 146 crianças entre 4 e 17 anos e 22 de 0 a 3 anos vivem institucionalizadas na cidade.
De acordo com a promotora da Vara da Infância e Juventude, Yara Guariente, a determinação do ECA quer combater uma situação até então recorrente: crianças que acabavam crescendo na instituição. “Ainda temos alguns casos em Londrina, mas não são muitos e são anteriores à alteração da lei. Temos também os casos daqueles que chegaram à instituição já adolescentes e não querem ir para adoção.”
DESTINO
A regra, segundo a promotora, é buscar o mais breve possível uma solução para o destino das crianças. “A prioridade é para que retornem às famílias de origem. Quando isso não é possível buscamos a família extensa [parentes]. Em último caso vão para família substituta [adoção]”, diz. Para agilizar esse processo, a promotora explica que a cada seis meses (normalmente entre abril e outubro) são realizadas reavaliações de cada caso.
ADOÇÃO
Normalmente crianças entre 0 e 3 anos têm encaminhamento mais rápido porque, na avaliação de Yara, a adoção tardia ainda é vista com preconceito no Brasil. “Um estudo do Conselho Nacional de Justiça mostra que o percentual de adoção de crianças a partir dos 4 anos cai bastante”, afirma. Irmãos também têm mais dificuldades em encontrar família substituta porque a orientação é que não sejam separados.
CADASTRO
O cadastro nacional de adoção tem sido o instrumento que ajuda a agilizar o encaminhamento destas crianças porque permite recorrer a famílias interessadas na adoção em todos os estados e não somente na cidade da criança. Tudo para diminuir o máximo possível o tempo de institucionalização.
Maria Leda Galindo, coordenadora do Centro de Apoio à Recuperação Infantil Dr. Hugo Dehe (CARI), também concorda que é fundamental a criança permanecer o menor tempo possível institucionalizada. “Nós procuramos fazer o melhor enquanto estão conosco, mas lar é lar. Nada substitui o amor de mãe. O quanto antes essa criança for para um lar, mais condições terá de desenvolvimento pleno”, afirma.
http://www.jornaldelondrina.com.br/m/cidades/conteudo.phtml?tl=1&id=1459745&tit=Campanha-quer-fim-de-criancas-em-abrigo-em-Londrina

Nenhum comentário: