FACEBOOK SE DEFENDE EM CPI SOBRE CASO DE ANÚNCIO DE VENDA DE BEBÊ PELA REDE
08.10.2013
O gerente de relações governamentais do Facebook no Brasil, Bruno
Magrani, rebateu nesta terça-feira (8) críticas de que a empresa não
estaria colaborando com as autoridades policiais na investigação de
denúncias ligadas à compra e à venda de bebês por meio da rede social.
Em audiência pública promovida pela CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara,
Magrani disse que o Facebook adota uma política de “tolerância zero”
com o crime de tráfico de pessoas e tem como diretriz incentivar os
usuários a denunciar práticas ilegais na rede social.
“A empresa
mantém uma estrutura robusta para denunciar conteúdo ilegal, que inclui
links em páginas do site do Facebook, sistemas que priorizam as
denúncias mais sérias e uma equipe de analistas multilíngue disponível
24 horas por dia que responde a essas denúncias e encaminha para as
autoridades policiais, se for necessário”, afirmou ele à comissão.
A
audiência foi proposta pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) para
esclarecer denúncias de que o Facebook estaria sendo usado para
facilitar o contato entre mães que gostariam de vender seus filhos e
possíveis candidatos à negociação. A intenção, segundo o deputado, foi
ouvir a empresa sobre a dificuldade enfrentada por autoridades policiais
e judiciárias para conseguir o conteúdo das mensagens trocadas pelos
envolvidos na negociação dos bebês.
“Esse mercado [de tráfico de
pessoas] movimenta algo em torno de U$ 32 bilhões por ano e o Brasil
está entre os 10 países que mais se utiliza dessa prática”, disse Jordy.
O deputado acrescentou que redes sociais como o Facebook vêm sendo
utilizadas para envolver um número maior de pessoas nas negociações.
“Precisamos coibir ou pelo menos ter mais facilidade para, quando
identificadas práticas dessa natureza, garantir que essas empresas
disponibilizem as informações para que os crimes sejam combatidos”,
completou Jordy.
INFORMAÇÕES INSUFICIENTES
Um dos casos
investigados é o de uma jovem pernambucana de 19 anos que teria trocado
mensagens em um grupo criado no Facebook, intitulado "Conversando sobre
adoção de crianças e adolescentes", para anunciar a venda, por R$ 50
mil, da filha, nascida em maio deste ano.
Em resposta ao deputado,
Magrani afirmou que a diretriz da empresa é sempre colaborar com as
investigações. Segundo o representante do Facebook, no caso específico
de Pernambuco as autoridades fizeram o pedido de informações enviando
uma imagem com a captura da tela do computador e não com a url (endereço
do perfil na internet). “As autoridades policiais precisam estar
familiarizadas com as informações técnicas que precisam enviar a
empresas como o Facebook, para que seja possível localizar o conteúdo
desejado”, disse Magrani, acrescentando que, quando chegaram informações
mais completas, “a página já havia sido retirada pela pessoa que a
criou”.
MARCO CIVIL
O gerente de relações governamentais do
Facebook no Brasil defendeu ainda a aprovação, pelo Congresso, do
projeto que cria um novo marco civil da internet. Para ele, o marco
civil criaria ferramentas para auxiliar as autoridades nas
investigações. O projeto de um novo marco civil da internet, entre
outros dispositivos, define como as autoridades podem requisitar
informações às empresas de internet e também disciplina o período de
guarda de registros (“logs”) de acesso à rede mundial de computadores.
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2013/10/08/facebook-se-defende-em-cpi-sobre-caso-de-anuncio-de-venda-de-bebe-pela-rede/?from_rss=None
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