13/01/2014
Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Conselheira tutelar e assistente social visitaram casa da mulher, em Goiânia. Ela já cuida de um irmão do bebê com doença rara; mãe quer doá-lo.
Conselho Tutelar visitou na manhã desta segunda-feira (13) a casa da avó do bebê de 1 ano e quatro meses, diagnosticado com osteogênese imperfeita, Juraci Quitino, 41 anos. Como a filha quer dar o neto para a adoção, a mulher diz que quer ficar com a criança. Por isso, ela precisa ser avaliada pelos profissionais do órgão, que observam as condições da residência e como é o ambiente familiar. Devido à doença conhecida popularmente como "ossos de vidro", o menino está internado no Hospital da Criança, em Goiânia, desde que nasceu.
Durante a visita, a dona de casa reafirmou à conselheira tutelar e à assistente social o desejo de cuidar do neto. "Eu estou com medo só de uma parte. De no começo ter ajuda, mas no final não ter. Já vi muitos casos assim. Eu gosto dele do mesmo jeitinho que gosto dos outros netos, isso não falo da boca para fora, falo de coração".
A dona de casa mora em uma residência no Setor Jardim Caravelas, na capital, há 22 anos. Ela vive com o marido e um neto de seis anos, que é irmão do bebê com "ossos de vidro". Juraci diz que sempre cuidou do menino, pois a filha mora com o esposo e um filho de 4 meses em Alvelinópolis, no interior goiano.
A casa é pequena, pois Juraci dividiu o local em duas residências para que um outro filho tivesse um lugar para morar com a esposa e a filha. Por causa da mudança, a sala do imóvel se transformou em quarto. Apesar de ser simples, a residência é limpa e organizada.
A conselheira tutelar e a assistente social devem fazer um relatório sobre a situação da família. “Nós iremos relatar o que foi vivenciado aqui. Vamos encaminhar hoje mesmo ao juizado. Nós sabemos que, por lei, o interesse maior cabe à família biológica, mas a nossa juíza vai decidir da melhor forma possível para que essa criança venha a ficar bem onde estiver”, explicou a conselheira Divina Pereira dos Santos.
Caso a mãe do bebê realmente queira dar o menino para adoção, a avó pode ganhar a guarda, pois o Juizado da Infância e Juventude de Goiânia insiste que o bebê fique com os pais ou familiares.
'OSSOS DE VIDRO'
A osteogênese imperfeita ocorre por uma deficiência na produção de colágeno, proteína que dá sustentação às células dos ossos, tendões e da pele. Por causa da enfermidade, o bebê de 1 ano e 4 meses nasceu com inúmeras fraturas pelo corpo, razão pela qual foi levado diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Durante 9 meses, o menino respirou com a ajuda de aparelhos.
Mesmo na UTI, o bebê quebrou o braço duas vezes ao brincar com um chocalho. Apesar das fraturas, segundo a pediatra Paula Pires, ele é uma criança forte e está se recuperando.
Hoje, o bebê já consegue comer papinha e segurar a mamadeira. A fisioterapeuta Fernanda Ameloti Gomes Avelino, que o acompanha, diz que ele "entende tudo, tem um funcionamento cognitivo (cerebral) bom, só precisa mesmo de estimulação multidisciplinar para que consiga, dentro dos seus limites, uma independência maior".
A pediatra ressalta que o menino precisa de atenção especial constante. "Ele vai necessitar acompanhamento pediátrico, ortopédico, fisioterápico, fonoaudiológico, em centro específico para essa doença. Também deve ter brinquedos que não ofereçam risco. Além disso, vai precisar de almofadinhas, travesseiros", explica Paula
Sabendo das restrições da criança, a mãe diz que é impossível cuidar dele. "Ele precisa de muita atenção. Decidi dar para adoção porque eu não tenho condição de ficar com ele", afirma a mulher que não quis ser identificada..
Por causa dos cuidados que a criança precisa, a juíza Maria Socorro de Souza Afonso da Silva, afirmou que não há abrigo no estado com condições de receber o menino. De acordo com a magistrada, as unidades não possuem servidores suficientes para cuidar devidamente da criança.
Juraci pega neto no colo pela primeira vez na sexta-feira (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
http://g1.globo.com/.../conselho-avalia-se-avo-tem...
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