Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2013
Os irmãos Paulo e Paula da Silva são gêmeos bivitelinos, chegaram adolescentes ao Abrigo Nossa Casa e completaram 20 anos de idade em janeiro deste ano. O Tia Júlia foi o primeiro abrigo a acolhê-los. Paulo desde a infância demonstrava responsabilidade sobre sua irmã ao protegê-la nas brincadeiras e ao fazerem as refeições sempre juntos, compartilha a coordenadora Ana Valéria. “Esse histórico de união entre eles foi repassado de instituição para instituição para que fosse preservado. A falsa esperança de retorno da mãe e a dificuldade que existia para a adoção de irmãos contribuíram para a institucionalização deles.”, afirma Valéria. Atualmente, os irmãos moram no Abrigo. Paulo trabalha com carteira assinada no supermercado do bairro e pensa em alugar uma casa para morar com a irmã, futuramente. Entre as dificuldades para ele tomar essa decisão de nova moradia, estão os problemas psicológicos sofridos por Paula. Ela em alguns momentos agride-se a si própria e necessita de acompanhamento psicológico para superar essas crises, declara o irmão. “Eu quero cuidar muito mais da minha irmã. Eu quero cozinhar para ela. Quero conseguir um emprego melhor e uma profissão para melhorar nossa vida.”, declara Paulo da Silva. Paula com a ajuda da coordenadora Valéria revela que gosta de cuidar de crianças e também criar bonequinhas de pano. Ela sonha em aperfeiçoar-se em técnicas de artesanato.
ABRIGO NOSSA CASA
O Abrigo Nossa Casa localizado no bairro Tancredo Neves em Fortaleza recebe adolescentes institucionalizados de 12 a 18 anos de idade procedentes de outros abrigos em Fortaleza e interior do Estado. Atualmente, são 15 jovens acolhidos: nove moças e seis rapazes. Entre as características comuns que possuem, eles viveram os 10 primeiros anos das suas vidas morando em abrigos. A maioria chegou criança e depois foram transferidos de entidade para entidade de acordo com a idade que alçavam. Após a Nossa Casa, a transferência definitiva será para a vida em sociedade, afirma a consultora institucional Sâmara Maciel. Sâmara explica que a maioria dos jovens está matriculada em escolas públicas e eles são motivados ao trabalho e a obtenção de renda a partir da capacitação profissional oferecida pelo Instituto de Assistência e Proteção Social (IAPS), entidade responsável pela coordenação do abrigo, e também por outras instituições público-privadas de formação profissional. As redes de “fast-food” e supermercados são as empresas que mais empregam os jovens de abrigos. A diretora do Instituto, Simone Fernandes, afirma que empresas de tecnologia e indústrias também poderiam contribuir significativamente com o histórico profissional desses jovens concedendo-lhes uma perspectiva de carreira profissional. “Eu gostaria de vê-los ir além de caixas de supermercados e empacotadores...”, declara Simone.
http://www.oestadoce.com.br/noticia/ha-20-anos-morando-de-abrigo-em-abrigo
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