ADOÇÃO: DESAFIOS E CONQUISTAS NA CONSTRUÇÃO DE UMA RELAÇÃO
Vilhena/RO - Quarta - Feira, 10 de Outubro de 2012.
Apesar das dificuldades encontradas na prática da
adoção, famílias comprem seu papel na sociedade, com lições de solidariedade e
carinho.
Dos diversos dramas vividos pelas crianças e
adolescentes brasileiros, um deles passa longe do olhar da mídia e da
sociedade. Trata-se da realidade dos milhares de abrigos espalhados pelo país,
que hoje concentram cerca de 80 mil meninos e meninas à espera de um lar, de
uma família.
Do ponto de vista jurídico, a adoção é um procedimento
legal, que consiste em transferir todos os direitos e deveres dos pais
biológicos para uma família substituta, conferindo às crianças e adolescentes
todos os direitos e deveres de filho, quando forem esgotados todos os recursos
para que a convivência com a família original seja mantida. A adoção é
regulamentada pelo Código Civil e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), que determina que a adoção deve priorizar suas reais necessidades.
Além disso, a adoção possibilita às pessoas que não
podem ter filhos biológicos, ou que optaram por ter filhos sem vinculação
genética, a possibilidade de ter e criá-los, além de atender às necessidades da
família de origem, que não pode cuidar da criança.
Muitos são os mitos e os desafios que circulam a
adoção, e o maior deles é reduzir a distância entre os que desejam ter um filho
e a grande quantidade de crianças e adolescentes que almejam uma família.
Burocracia, falta de informação e demora, acabam tirando as forças dos
interessados, que desistem antes do início dos trâmites legais.
Porém,quando concluída, a adoção ainda traz outros
obstáculos. A adaptação é um período difícil e gradativo, mas, segundo a
policial civil, Hilda Weiber, mãe adotiva de Larissa Giovana Weiber, é
gratificante e o relacionamento acontece de forma natural. “Não tive problemas
de relacionamento com a Larissa, nem na infância e nem na adolescência, pois
ela tem uma personalidade tranquila. Fomos criando um vínculo afetivo e temos
uma relação de mãe e filha, como qualquer outra. Além disso, ela sempre foi
estudiosa, cumpridora dos deveres, das tarefas em casa e se dá bem com as
primas, que também são adotivas. Na casa somos três irmãs, e temos uma filha
adotiva cada,” explicou.
Quanto a essa situação, das três irmãs terem adotado
uma criança cada, Hilda relatou que ocorreu naturalmente e que não tiveram
influência de outras pessoas. “Não sofremos influências de familiares ou de
outras pessoas nessas adoções. O que influenciou foi a 1ª adoção, quando minha
irmã Evani recebeu a Tainá, por não poder ter filhos,” comentou. As três
meninas, Tainá, adotada com um ano e meio, Gleice, adotada com três anos e
Larissa, adotada recém-nascida, vivem hoje em harmonia, na mesma casa.
Para Tayná Mayara Veiber, 24, sobrinha de Hilda, ser
filha adotiva não muda em nada a relação entre mãe e filha. “Sempre fui bem
acolhida e eu e minha mãe temos uma relação muito boa. Sinto-me como filha de
sangue, e com as primas, às vezes tenho algumas dificuldades, mas vivemos
tranquilamente. Se um dia eu tiver a oportunidade, pretendo adotar uma criança,
para retribuir o que fizeram por mim,” confessou Tayná.
Hilda ainda aconselhou as pessoas que pensam em adotar
uma criança. “Aconselho a todas as pessoas que não tem filhos que adotem uma
criança. Eu já tinha um filho biológico de 15 anos quando adotei a Larissa, e
não tinha nenhum problema quanto à engravidar, foi uma opção minha e faria tudo
de novo. Muitas crianças estão abrigadas esperando uma família e, não cabe a
mim julgar, mas penso que a permanência delas nestes abrigos, pode deixar
marcas. Elas deveriam ser colocadas em novos lares, no menor período de tempo
possível, pois quanto mais idade tiver a criança, maior é a dificuldade de
relacionamento, de criar vínculo afetivo, de aprendizado e de costumes,”
finalizou.
http://www.jcn1.com.br/2012/10/09/adocao-desafios-e-conquistas-na-construcao-de-uma-relacao/
Nenhum comentário:
Postar um comentário