12/10/2012
Ao ler histórias no Diário Catarinense sobre Órfãos do Brasil, Santina que mora em Campos Novos, cria coragem e revela o arrependimento de ter entregue criança ainda no ventre
Mônica Foltran, enviada especial/Israel
monica.foltran@horasc.com.br
Foi pela imprensa que Santina Titon descobriu que tinha caído em uma armadilha. O ano era de 1986 e ela morava no interior de Santa Catarina. As notícias denunciavam quadrilhas especializadas em tráfico de bebês que agiam na região de Campos Novos.
A jovem logo se deu conta que foi mais uma vítima. Há alguns meses, ainda grávida entregou o filho a um casal desconhecido. Ela tinha 22 anos na época e estava grávida do segundo filho quando saiu de casa para morar na casa de uma amiga. A família, revoltada, não aceitava a gravidez de Santina.
_ Não tinha onde ficar.. acabei ficando na casa de uma amiga _ conta.
Ela não sabia como iria criar o filho e foi em meio a este dilema que conheceu um casal que queria a criança. No quarto mês de gravidez saiu da cidade no interior de Santa Catairna para morar com o casal em Camboriú, no litoral.
Para ganhar o bebê foi levada a Tijucas, onde teve o menino na maternidade Chiquinha Galotti. Dias depois foi levada para outra cidade, cujo o nome não consegue lembrar. Lá assinou alguns documentos. Mais tarde Santina ficou sabendo que seu filho seria entregue a outro casal, que ela desconhecia.
Quando voltou para Campos Novos soube das quadrilhas que agiam em Santa Catarina pelos jornais da época.
_ Fiquei quase louca, com medo, ouvia histórias de tráfico de órgãos.. lembra.
Santina teve quatro filhos e continua morando na cidade de Campos Novos até hoje. Ela conta que nunca mais encontrou nenhuma das pessoas que a levaram a doar o filho, atitude que se arrepende todos os dias. Ela teve medo de procurar a polícia.
Foto: Santina na época com 17 anos em sua formatura na 8ª série do ensino fundamental Foto: Arquivo Pessoal / divulgação
Familiar: Santina Titon
parente que procura: filho
Nasceu em: 19 de maio de 1986 ou 1985
Cidade de: Tijucas /SC (maternidade Chiquinha Galotti)
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2012/10/mae-que-deu-filho-para-adocao-em-1986-descobre-ser-vitima-de-uma-armadilha-3916234.html
Um comentário:
Boa tarde Sandra. Gostaria de saber se a justiça pode obrigar a mãe que fez doação de uma criança depois do nascimento. O que acontece é que a mãe diz que fez a doação no hospital e depois de um ano e cinco meses a justiça a procurou para resgatar o menino, apesar de que ela fez a doação, não sei se ela tem ou se existe um papel que comprova que ela o fez. Agora a justiça exige 60 dias para ela resgatar a criança e ela nem sabe se a criança é realmente dela. Obrigada
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