12/10/2012
Andrezza Oliveira Gonçalves foi adotada por empresário de Uberaba, MG.Apesar de ter casado e tido filhos, ela diz que quer trabalhar.
Marcela Matarim Do G1 Triângulo Mineiro
Neste Dia das Crianças, muitas famílias mineiras têm motivos a mais para comemorar. Os pais e os filhos adotivos celebram as vitórias obtidas diante dos desafios da vida. O G1 foi atrás de uma história em que as crianças adotadas conquistaram o que sonhavam antes de ganhar uma família e que, para elas, são os verdadeiros presentes.
Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, mora o empresário Edson Tavares Fernandes e a esposa. Primeiro eles adotaram Andrezza, de 3 anos, e três meses depois Natália, de 5 anos. “A mãe biológica da minha primeira menina era nossa conhecida e, como não estava querendo mais cuidar dela, nós a adotamos. Só que depois de anos ela quis levar a menina de volta para Conceição das Alagoas, cidade próxima. Eu sofri muito e, por isso, resolvi adotar mais uma”, contou.
Mas pouco antes de completar 15 anos, Andrezza procurou o pai de coração a fim de chamá-lo para dançar a valsa de debutante e acabou voltando para a casa dele, não separando mais. Hoje, Andrezza tem 30 anos, está casada, tem um casal de filhos, de nove e cinco anos, e mora em Franca, no interior de São Paulo. Natália tem 22 anos, também está casada e ainda mora em Uberaba. Ela tem um filho de quatro anos, que mora com o avô Edson. “Foi ótimo, eu e minha esposa temos três netos e sentimos uma família de verdade. No Dia dos Pais e do meu aniversário eles sempre vêm para passarmos juntos. É a mesma coisa que um filho legítimo”, ressaltou o empresário.
Andrezza Oliveira Gonçalves, que é dona de casa, tem o mesmo sentimento do pai. “Ser adotada foi o melhor presente que eu ganhei na vida. Tenho um pai maravilhoso. Eu vejo a foto dele, olho no espelho e acho que nós parecemos muito e eu a minha mãe adotiva também nos identificamos muito. Ninguém acredita que não somos filhas biológicas. Foi um sonho”, destacou. Andrezza já pensou em seguir os mesmos caminhos da família e também adotar um filho. “Nós não temos tanta condição financeira, principalmente porque já temos dois filhos, mas temos vontade sim, principalmente meu marido”, explicou.
SER ADOTADA FOI O MELHOR PRESENTE QUE EU GANHEI NA VIDA. “TENHO UM PAI MARAVILHOSO”
Quando criança Andrezza sonhava em ter filhos e casar. Hoje, com os sonhos já realizados, ela sonha em trabalhar com computação e se profissionalizar na área da beleza como manicure e cabeleireira. Ela também sonha em voltar a morar em Uberaba para ficar mais perto dos pais. “Como meu marido trabalha com tapeçaria, meu pai fala para a gente ficar aqui porque o mercado é melhor. Mas eu queria morar perto deles e trabalhar com meu pai. Eu aprendi a fazer pizza com ele e isso mudou minha autoestima, porque antes não sabia fazer nada. Quero retribuir o que ele sempre fez por mim”, enfatizou.
A dona de casa também lembrou que quando voltou para a mãe biológica, a vontade de voltar para a família de coração era grande. “A vontade era muita, mas como estava morando com ela, não tinha contato com eles. Ele sempre foi um paizão para mim, me levou na escola, brincava, dava atenção, dava duro e procurá-lo para dançar a minha valsa foi um sonho realizado”, pontuou. Hoje, ela visita a família em média duas vezes por ano. “Nós ficamos na casa deles e é muito bom. Queria ir mais vezes”, completou Andrezza.
LOCAIS PARA ADOÇÃO EM UBERABA
De acordo com a diretora do Departamento Social da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Seds), Claudia Cristina da Silva, em Uberaba existe a Casa de Proteção, que é um abrigo provisório 100% do município, e abriga crianças em situações de vulnerabilidade, que foram retiradas provisoriamente da família, para fazer um resgate de vínculos familiares e apoio psicossocial. “Primeiro esgotamos todas as alternativas para a criança voltar para a casa dela e só depois, quando não tem o retorno da família, que ela vai para a fila de adoção. Mas são pouquíssimos os casos e o processo para chegar à adoção é longo”, explicou. No local existem 40 crianças.
Também na cidade, existem ainda a Organização Não Governamental (ONG) Casa Lar e Vida Viva, a Casa Lar Retiro de Eros e o Lar da Caridade. “São ONGs que têm convênio com a Prefeitura, que passa recurso financeiro”, completou Cláudia. Os interessados em adotar uma criança devem procurar a Promotoria da Infância e Juventude, para entrar no Cadastro Nacional de Adoção.
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2012/10/filha-adotiva-comemora-realizacao-de-sonhos-no-dia-das-criancas-em-mg.html
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