Silvana do Monte Moreira, advogada, sócia da MLG ADVOGADOS ASSOCIADOS, presidente da Comissão Nacional de Adoção do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família, Diretora de Assuntos Jurídicos da ANGAAD - Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Presidente da Comissão de Direitos das Crianças e dos Adolescentes da OAB-RJ, coordenadora de Grupos de Apoio à Adoção. Aqui você encontrará páginas com informações necessárias aos procedimentos de habilitação e de adoção.
terça-feira, 30 de abril de 2013
Gimenez quer outro filho, mas pensa em adotar por não gostar de gravidez
Autoria: msn.com.br em 30 abril, as 22:34
Divulgação FAMOSIDADES Por FAMOSIDADES SÃO PAULO – Luciana Gimenez já é mãe de Lorenzo, de 2 aninhos, e Lucas, de 14. Mesmo assim ainda pensa em aumentar a família. Arnold A entrevista deve ir ao ar na próxima quarta-feira (1). |
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Mais de 130 crianças aguardam adoção no DF. Entenda como funciona este processo.
Brasil & Política
30/04/201309:32
Nesta matéria especial, o Guardian Notícias mostrará
como funciona o processo de adoção no Distrito Federal, os empecilhos e
o que dificulta o processo de adoção a capital da República. No próximo
mês, em 25 de maio, será celebrado o Dia Nacional da Adoção.
Atualmente,
o Distrito Federal tem cadastradas 133 crianças que aguardam para serem
adotadas por famílias do Distrito Federal. O que dificulta o processo,
segundo conselheiros tutelares, é que um terço das crianças disponíveis
no cadastro do DF é composto por negros e 62% têm idade superior a 12
anos. Apenas 416 pessoas estão habilitadas para realizar a adoção, segundo dados fornecidos pela Vara da Infância e Juventude (VIJ).
A
maioria das crianças que chegam ainda bebês nos abrigos da cidade passa
entre dois e três anos, aguardando finalizar o processo de adoção. Os
trâmites são burocráticos e minuciosamente detalhado de informações,
tendo em vista que depois de deferido o processo, a criança ou o
adolescente passa a ter os mesmos direitos e deveres, inclusive
hereditários, de um filho legítimo. Quem é adotado recebe o sobrenome do
adotante. O processo é irrevogável, ou seja, a criança ou o adolescente
nunca mais deixará de ser filho do novo pai e mãe, nem mesmo com sua
morte.
Um
problema comum na sociedade são aquelas famílias que registram como
filho uma criança nascida de outra pessoa. Isso é considerado ilegal,
pois estão infringindo a Legislação Brasileira, que diz que essa prática
- conhecida por adoção à brasileira - é crime de falsidade ideológica,
previsto no artigo 242 do Código Penal, com pena de reclusão de 2 a 6
anos. Esta situação, normalmente, envolve intermediários que também
podem ser punidos conforme o artigo 237 do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Além disso, os pais biológicos podem recorrer à Justiça a
qualquer momento para reaver o filho. Na adoção à brasileira, a história
de vida e de origem da criança desaparece. E no futuro, isto pode gerar
inquietação e problemas para o adotado.
Último
balanço do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), feito em 2011, mostra que
no Brasil há atualmente 4.416 crianças e adolescentes aptas a serem
adotadas.
Veja como funciona:
Para
realizar o cadastro de adoção é necessário visitar uma Vara da Infancia
e Juventude mais próxima de casa, com RG e Comprovante de residência.
Feito esse procedimento, a vara agendará uma data para uma entrevista
com o setor técnico. Assim, o interessado poderá selecionar o tipo
físico, idade e sexo da criança desejada. Depois disso, será encaminhada
uma lista dos documentos necessários para dar continuidade ao processo.
Estes documentos variam de uma unidade para outra.
Até
dois meses depois de aceito, uma psicóloga do juizado agendará uma
entrevista para conhecer o estilo de vida, renda financeira e estado
emocional do interessado em realizar a adoção. A especialista também
pode achar necessário que uma assistente social visite a casa para
avaliar se a moradia está em condições de receber uma criança.
A
partir das informações de cadastro e do laudo final da psicóloga, o
juiz dará o parecer. Isso pode demorar mais um mês, dependendo do
juizado. Com a ficha aprovada, será emitido o Certificado de Habilitação
para Adotar, válido por dois anos em território nacional. Com o
certificado, poderá entrar automaticamente na fila de adoção nacional e
aguardará até aparecer uma criança com o perfil desejado. Quando aparece
uma criança dentro do perfil, o interessado na guarda é chamado para
conhecer a criança. Se quiser, já pode levá-la para casa. Ou poderá usar
o certificado para adotar alguém que conhece. Nesse caso, o processo é
diferente: é necessário a presença de um advogado para entrar com o
pedido no juizado.
Quando
o relacionamento corre bem, o responsável recebe a guarda provisória,
que pode se estender por um ano. No caso dos menores de 2 anos, receberá
a guarda definitiva. Crianças maiores passam antes por um estágio de
convivência, uma espécie de adaptação, por tempo determinado pelo juiz e
avaliado pela assistente social. Depois de dar a guarda definitiva, o
juizado emitirá uma nova certidão de nascimento para a criança, já com o
sobrenome da nova família.
Quem pode adotar?
• Maiores de 21 anos, qualquer que seja seu estado civil
• O adotante deve ser 16 anos mais velho do que o adotado
• A Justiça não prevê adoção por homossexuais. A autorização fica a critério do juiz responsável
• Cônjuge ou concubino pode adotar o filho do companheiro
Quem não pode adotar?
• Avô não pode adotar neto
• Irmão não pode adotar irmão
• Tutor não pode adotar o tutelado
Quem pode ser adotado?
•
Criança ou adolescente com, no máximo, 18 anos de idade, na data do
pedido de adoção, cujos pais forem falecidos ou desconhecidos, tiverem
sido destituídos do poder familiar ou concordarem com a adoção de seu
filho.
• Pessoa maior de 18 anos que já esteja sob a guarda ou tutela do adotante na data do pedido de adoção.
Cadastro da criança - As
mães ou familiares que se encontrem em situação de potencial entrega da
criança ou adolescente em adoção devem procurar a equipe
interprofissional da Seção de Colocação em Família Substituta da Vara da
Infância e Juventude (VIJ)-DF.
Em
caso de criança ainda em gestação, é importante que procurem a VIJ
antes do nascimento, a fim de receberem melhor acompanhamento
psicológico e orientação da equipe interprofissional da Seção de
Colocação em Família Substituta. Após o nascimento, ainda no hospital, a
VIJ-DF deverá ser imediatamente comunicada, e a mãe, após a alta
hospitalar, deverá se pronunciar perante o juiz quanto à sua renúncia ao
poder familiar. Caso confirmada a entrega em adoção, a criança será
imediatamente cadastrada para entrega a requerente habilitado.
Por Crislene Santos
Da Redação
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Justiça de Santa Catarina autoriza primeira adoção após a morte da criança
Família 30/04/2013 | 16h04 Atualizada em 30/04/2013 | 18h59
Mãe adotiva cuidou da criança 11 dos 16 meses em que o bebê permaneceu vivo
Carolina Dantas
A justiça de Santa Catarina autorizou nesta terça-feira o primeiro caso de adoção post mortem
do Estado: a criança morreu antes da conclusão do processo. Desde
dezembro de 2011, quando o bebê foi abandonado pelos pais, a mãe se
candidatou à adoção e obteve a guarda provisória.
O estado de saúde sempre preocupou: a menina adotada apresentava síndrome de Down leve, lesão neurológica, mosaicismo, hipotonia, sucção débil, cardiopatia congênita e síndrome de West — uma lesão cerebral grave. Mesmo assim, a mãe adotiva, formada em pedagogia, preferiu estar ao lado do bebê durante 11 dos 16 meses de vida da criança. Ela morreu no último dia 22, pouco antes da finalização do processo na Justiça. A mãe se dirigiu até o Fórum e reforçou o pedido de adoção logo após a perda.
A decisão foi do juiz Ademir Wolff, da Vara da Infância e Juventude da comarca de Itajaí. Ele conta que a situação não é prevista por lei, mas que foi um pedido atendido com base no bom senso: "(Ela/mãe) quer evidentemente continuar sendo mãe e ver o nome pelo qual chamava a filha (…) gravado em sua lápide, preservando-se inclusive o direito de cultuar a filha que era sua, e não mais daqueles que renunciaram ao poder familiar", explica em nota divulgada pelo Tribunal de Justiça.
— Levamos em consideração o carinho da mãe pela criança — explicou o juiz.
Segundo Ademir Wolff, a menina nasceu na maternidade do Hospital Marieta Konder Bornhausen no dia 16 de dezembro de 2011. A mãe biológica estava separada do marido e, com a gravidade da saúde do bebê, não pode assumir a criação por falta de suporte psicológico e financeiro. Na época, o pai também foi consultado e concordou com a adoção.
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2013/04/justica-de-santa-catarina-autoriza-primeira-adocao-apos-a-morte-da-crianca-4122724.html
O estado de saúde sempre preocupou: a menina adotada apresentava síndrome de Down leve, lesão neurológica, mosaicismo, hipotonia, sucção débil, cardiopatia congênita e síndrome de West — uma lesão cerebral grave. Mesmo assim, a mãe adotiva, formada em pedagogia, preferiu estar ao lado do bebê durante 11 dos 16 meses de vida da criança. Ela morreu no último dia 22, pouco antes da finalização do processo na Justiça. A mãe se dirigiu até o Fórum e reforçou o pedido de adoção logo após a perda.
A decisão foi do juiz Ademir Wolff, da Vara da Infância e Juventude da comarca de Itajaí. Ele conta que a situação não é prevista por lei, mas que foi um pedido atendido com base no bom senso: "(Ela/mãe) quer evidentemente continuar sendo mãe e ver o nome pelo qual chamava a filha (…) gravado em sua lápide, preservando-se inclusive o direito de cultuar a filha que era sua, e não mais daqueles que renunciaram ao poder familiar", explica em nota divulgada pelo Tribunal de Justiça.
— Levamos em consideração o carinho da mãe pela criança — explicou o juiz.
Segundo Ademir Wolff, a menina nasceu na maternidade do Hospital Marieta Konder Bornhausen no dia 16 de dezembro de 2011. A mãe biológica estava separada do marido e, com a gravidade da saúde do bebê, não pode assumir a criação por falta de suporte psicológico e financeiro. Na época, o pai também foi consultado e concordou com a adoção.
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2013/04/justica-de-santa-catarina-autoriza-primeira-adocao-apos-a-morte-da-crianca-4122724.html
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ADOÇÃO TEM 132 CASAIS ‘CONTRA’ 14 CRIANÇAS
30/04/2013
Incompatibilidade numérica vem das exigências referentes à cor da pele, idade e outras condições Michele Stella
michele.stella@bomdiajundiai.c om.br
Cinco dias depois de se inscreverem no cadastro de adoção em Jundiaí, a
empresária Ana Paula Franco Gimenez, 34 anos, e seu marido, o
retificador mecânico Anderson Roberto Gimenez, 37, conheceram Kauã. O
menino hoje representa a realização do maior sonho do casal.
E essa
conquista, curiosamente, durou exatos nove meses - tempo de uma gestação
e inferior ao normalmente esperado pela maioria dos casais na fila da
adoção.
“Mais de 90% dos pretendentes traça o perfil do filho dos
sonhos como sendo um bebê, de pele branca, com olhos claros e sem
problemas de saúde”, aponta o juiz da Vara da Infância e Juventude de
Jundiaí, Jefferson Barbin Torelli.
Como essa não é a realidade da
maioria das crianças prontas para serem presenteadas com uma nova
família, a espera se alonga - hoje, são 132 casais em busca de filhos
adotivos e 14 crianças à espera de novos lares.
Mas quem opta pela
adoção sem fazer exigências, como Ana Paula e Anderson, retira
obstáculos do caminho. “O Kauã veio já com uma história de vida, com
traumas e cicatrizes. Mas nós optamos por amá-lo e é um amor
incondicional”, diz Ana Paula, emocionada.
A adoção tardia será um
dos temas de encontro nacional que, neste ano, ocorrerá em Jundiaí. O
Enapa (Encontro Nacional de Grupos de Apoio à Adoção) está marcado para o
fim do mês de maio e deve reunir pessoas de toda a região. A
expectativa é grande de acordo com o presidente da Associação Projeto
Semente, Francisco Manoel Netto Soares.
“É um evento para orientar,
tirar dúvidas e ajudar toda pessoa interessada pela adoção”, diz,
contando ser pai de dois filhos adotivos - Maria de Fátima, de 13 anos, e
Chiquinho, de 11.
VIDA REAL
A maioria das crianças que
hoje vive em abrigos sofreu com a violência, abuso e abandono de acordo
com Jefferson Torelli. E entre tantos motivos, o uso de drogas é o
principal deles. “São pais e mães viciados, geralmente pelo crack, que
então não conseguem cuidar dos filhos”, diz o juiz, destacando a
seriedade de um problema social muito conhecido.
SEM PRECONCEITO
De acordo com a legislação, qualquer pessoa com mais de 18 anos e que
comprove condições de cuidar de uma criança pode tentar a adoção. Casais
heterossexuais, homossexuais, víúvos, mães solteiras...
Para a
professora Renata Longui, 33, e a policial militar Fábia Simões, 37, não
houve barreiras impostas pelo judiciário. Elas adotaram, recentemente,
dois irmãos: Carlos Henrique, 7, e Giovana, 6. “Os profissionais do
abrigo demonstraram certo preconceito, mas o juiz autorizou inclusive a
certidão no nome das duas”, comemora Fábia.
http://www.redebomdia.com.br/ noticia/detalhe/49523/ Adocao+tem+132+casais+%91contra %92+14+criancas
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Cadastro Nacional de Adoção completa 5 anos
30Abr
Por: Secretaria de Comunicação Social/ TJMS
O Cadastro Nacional de Adoção (CNA), ferramenta que auxilia os juízes das Varas da Infância e da Juventude na condução dos procedimentos de adoção, diminuindo a burocracia do processo, completa cinco anos de vigência nesta segunda-feira (29). O banco de dados foi desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Antes do lançamento do CNA, já existiam, em caráter local ou regional, sistemas de informação reunindo dados tanto dos pretendentes à adoção quanto das crianças e adolescentes em condições de adoção.
Com o Cadastro Nacional de Adoção foi possível uniformizar todos os bancos de dados sobre crianças e adolescentes aptos à adoção no país e pretendentes; racionalizar a fase de habilitação, pois o pretendente fica apto para adotar em qualquer comarca ou Estado da Federação, com uma única inscrição feita na localidade onde reside.
Em Mato Grosso do Sul, o Código de Normas da Corregedoria-Geral de Justiça dispõe que o juiz com jurisdição em matéria da Infância e da Juventude deve manter cadastro de pretendentes nacionais ou estrangeiros residentes no país, com ânimo definitivo, interessados em adoção de crianças e adolescentes cadastrados, em condições de serem adotados.
Atualmente, de acordo com a titular da Vara da Infância, Juventude e do Idoso, a juíza Katy Braun do Prado, o CNA cumpre o papel do cadastros dos interessados na adoção, sendo que para o cadastro dos pretendentes estrangeiros, habilitados para adotar, o gerenciamento dos dados é feito pela Comissão Estadual Judiciária de Adoção (CEJA/MS).
Assim, a consulta aos pretendentes brasileiros cadastrados ganhou amplitude, garantindo que somente quando as chances de adoção nacional forem esgotadas, os casos sejam encaminhados para a modalidade internacional.
A magistrada conta que o CNA tem como benefício o fato de que os nomes dos pretendentes ficaram disponíveis para os juízes de todas as comarcas com uma única habilitação, que deve ser realizada em seu local de domicílio - antes os pretendentes habilitavam-se em suas respectivas comarcas e saíam “peregrinando” pelo país, buscando as varas da infância que julgassem mais promissoras para também nelas registrarem suas habilitações.
“Com o CNA eles também estão seguros de que serão consultados de acordo com a ordem cronológica das habilitações”, explica Katy Braun.
Para as crianças e adolescentes, o maior benefício foi a ampliação das oportunidades, pois pretendentes de todo o país se tornam conhecidos do juiz que está em busca de uma família substituta para elas. “Isso não só aumenta a chance de se encontrar uma família, mas também de que essa família seja nacional”, ressalta a juíza.
Outra facilidade oferecida pelo Cadastro é a orientação para o planejamento e formulação de políticas públicas voltadas para as crianças e adolescentes em situação de acolhimento que ainda esperam pela oportunidade da convivência familiar.
Os juízes da Infância e da Juventude podem cadastrar e alterar os dados dos pretendentes e das crianças e adolescentes, que estão dentro de sua competência, além de consultar todos os registros e cruzar dados referentes à adoção.
Além dos juízes das Varas da Infância e da Juventude, são também usuários do CNA promotores de justiça com atribuição nessas varas e as Comissões Estaduais Judiciárias de Adoção (CEJAs).O acesso aos dados contidos no CNA é permitido apenas aos órgãos autorizados.
Na avaliação da juíza Katy Braun, o CNA é importante, mas ainda caminha para ser uma ferramenta totalmente eficaz. “Tornou a busca mais transparente ao impor que os pretendentes sejam consultados na ordem cronológica de suas inscrições. O sistema, em si, tem muitas limitações técnicas e merece aperfeiçoamento pelo CNJ para que torne o trabalho dos operadores mais ágil”.
Ela ressalta que uma das sugestões que os juízes têm apresentado para melhorar o cadastro é a possibilidade de inclusão de crianças cujos pais foram apenas suspensos do poder familiar, na hipótese em que elas forem encaminhadas para adoção com risco jurídico e ainda o cadastramento paralelo de pretendentes estrangeiros habilitados em cada Estado, a fim de que sejam consultados quando esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família substituta brasileira.
Outro ponto que a magistrada levanta é a falta de adesão de todos os tribunais de justiça na alimentação do cadastro, pois ainda há muitos estados que não migraram os dados de seus cadastros locais para o CNA ou fizeram-no de forma incompleta, prejudicando assim as pesquisas.
Dados - A exemplo de como funciona, números do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), de março de 2013, apontam que existem mais de 29 mil pretendentes à adoção no país para 5.464 crianças e adolescentes aptos a serem adotados. Destes 33% são da raça branca; 75% possuem irmãos e 21% possuem problemas de saúde. Cerca de 91% dos pretendentes desejam crianças brancas, 81% quer adotar somente uma criança e 32% só aceita a adoção se a criança for do sexo feminino.
Em Mato Grosso do Sul são 144 crianças inscritas no CNA, sendo 28 de Campo Grande e, ao todo, são 411 pretendentes à adoção. Os dados são do início do mês de abril.
Inscrições – O interessado em adotar, como dispõe o CNJ, somente pode ser inserido no sistema pela comarca de seu domicílio, nos moldes do artigo 50 da Lei Federal nº 8.069/90.
Primeiramente, deve habilitar-se na Vara da Infância e da Juventude de sua comarca ou, inexistindo nela Vara Especializada, na Vara competente para o processo de adoção. O próprio juiz ou seu auxiliar realiza o cadastro no sistema.
As inscrições no CNA são válidas por cinco anos, prazo que pode ser reduzido a critério do juízo da habilitação, se entender pela reavaliação do pretendente. Com a inserção dos dados no CNA, todos os juízes, de todo o país, têm acesso à relação dos pretendentes à adoção.
O cruzamento dos dados é realizado com base nas informações apresentadas pelo próprio pretendente em seu processo. O sistema apresenta a listagem de pretendentes para aquele perfil, caso exista mais de um interessado nas mesmas características de criança/adolescente. Nesse caso, cabe ao juiz definir os critérios de preferência.
http://abraminj.org.br/noticia.php?id=546
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segunda-feira, 29 de abril de 2013
Jovens adotados em Bagé reencontram irmã biológica
Cidade | |||||||||
por:
Maritza Costa Coitinho
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[21h:59min] 29/04/2013 - CIDADE | |||||||||
Familiares querem incentivar a relação de verdade entre pais e filhos adotivos | |||||||||
Se ao sentar na frente da televisão no horário nobre o telespectador se depara com a história de uma menina adotada que corre atrás de sua família biológica, na vida real muitos casos parecidos acontecem. Um exemplo disso é a história de vida de Renata Pacheco, de 20 anos, nascida em Lages, Santa Catarina, e adotada, com poucos dias de vida, por uma família bajeense. A mãe, Rejane Marques Pacheco, psicóloga de 55 anos, nunca escondeu de Renata e de seu irmão, Renê, que eram adotados. “Sempre dizia que eles eram filhos do coração”, explica, contando que, desta forma, o processo de aceitação se deu de forma natural. Quando Renata, que hoje é estudante de marketing, tinha cerca de três anos, Rejane e o esposo, o engenheiro civil Sidnei Gomes Pacheco, 57 anos, souberam que sua mãe biológica estava grávida novamente. Adotaram também o irmão e, assim, completou-se a família e o desejo inicial de ter mais de um filho. Todo o processo legal da adoção foi realizado, incluindo entrevistas e análises sociais. Mas, além de Renata e Renê, hoje com 16 anos, a mãe biológica de Lages teve outra filha. Os jovens criados em Bagé sempre souberam, mas nunca tinham despertado a vontade de procurar a irmã. Mas, com a abrangência do site de relacionamentos Facebook bastou um clic para que os jovens encontrassem Carolina Thomazi de Lima, que continua morando em Lages com a família que a adotou. Carolina, que tem 15 anos, sabia que era adotada, mas não tinha conhecimento de que havia outros irmãos. “Por isso adicionei ela, comecei uma conversa sobre adoção e só depois da afirmação dela de que gostaria de conhecer irmãos, se tivesse, revelei tudo. A reação dela foi a melhor possível. Estamos todos muito felizes. A família aumentou”, resumiu Renata, demonstrando a emoção vista na rede social por todos os amigos e contatos. Os jovens de Bagé tiveram a confirmação do laço fraterno por intermédio de uma amiga em comum da família biológica e da adotiva, que sabia do paradeiro da terceira irmã. O encontro aconteceu no domingo de Páscoa, em Porto Alegre. A semelhança física das duas irmãs e a personalidade parecida chamou atenção. “Agora são duas para eu aguentar”, brincou Renê. No início, o jovem resistiu à ideia de conhecer a nova irmã e confessa que gera uma certa estranheza ter um parentesco tão próximo com alguém com quem não conviveu. “Ainda não caiu a ficha, mas estamos felizes”, disse. A mãe, Rejane, diz que não gosta muito da exposição, mas acredita que a divulgação da história possa encorajar pais a contarem sobre a adoção para seus filhos. Ela ressalta que sempre deu liberdade aos filhos para tratarem a questão como achassem melhor e, por isso, respeitou a decisão deles de procurar a irmã biológica. No momento da entrevista, na casa da família Pacheco, Renata não parava de trocar mensagens com Carolina, mostrando que a afinidade inicial deve durar. “Nos falamos toda hora”, conta. Os quase 900 quilômetros de distância não serão empecilho, já que novos encontros estão marcados. “Queremos nos ver pelo menos uma vez por mês”, diz Renata. Embora a experiência de conhecer a irmã biológica tenha sido positiva, Renata e Renê não querem conhecer os pais de sangue. “Já somos uma família”, garante a jovem. |
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"Já quiseram me transformar numa outra pessoa", diz Vanessa da Mata
- Folha.com - SP
- 29.04.2013 - 20:26hs
Da Redação
Vanessa da Mata, 37, comentou que sua beleza nem sempre foi aceita antes de se tornar famosa."Já quiseram me transformar numa outra pessoa, que não sou eu, muitas vezes", afirmou à revista "29 Horas".
"Existe um marketing de estética que tenta padronizar pessoas, transformando pessoas de traços negros em brancos, o padrão de estética dito como arrumadinho", avaliou.
"Acho que é preciso cuidado, pois quando você não enxerga a própria beleza começa a ter uma vontade de ser belo como o outro", disse. "E aí acontecem problemas como a inveja, a infelicidade, a insatisfação."
Discreta, a cantora também falou sobre os três filhos, dois meninos e uma menina adotados há três anos.
A adoção, afirmou, teve inspiração na experiência de sua avó, mãe de sete filhos biológicos e 20 adotados.
"Minha avó, poeta, benzedeira, digna, fortíssima, educou toda essa grande família com pouquíssimas posses e muita dignidade e amor", contou.
A cantora disse ainda que seu sexto CD já está pronto e será o melhor de sua carreira até o momento.
http://www.interjornal.com.br/noticia.kmf?canal=126&cod=20359482
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Adoção de crianças é o tema da vez nas novelas
Não apenas em nome do “merchandising social”, mas
principalmente pelo potencial dramatúrgico, a adoção de crianças é um
dos temas mais frequentes da teledramaturgia brasileira.
Seja qual for a história em que se insere, é algo capaz de emocionar e fazer pensar, como acontece agora com o drama de Berna (Zezé Polessa) e Aisha (Dani Moreno) em Salve Jorge (Globo, 21h), e, a partir de hoje, com a estreia Sangue Bom, a nova novela das 7 de Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari.
O assunto será, ainda, um dos pilares de Amor à Vida, que estreia no dia 20 na faixa das 9.
Entre as tantas vezes que o tema foi usado, algumas delas pela própria Glória Perez, o caso das personagens à sombra do tráfico de crianças é uma das melhores abordagens sobre o assunto em novelas. O resultado só não foi melhor porque a trama particular das personagens pareceu estar até agora em compasso de espera e, somente perto do fim da novela, Aisha encontrará a mãe biológica no Morro do Alemão. A patricinha turca, que ironia, é filha da barraqueira Delzuite (Solange Badim) e irmã da periguete Lurdinha (Bruna Marquezine) – e de quebra, tem um padrasto chamado Pescoço (Nando Cunha).
Mas mais empolgante do que o choque cultural e social entre Aisha e Delzuite deve ser a revelação de como aconteceu o processo de adoção irregular. Primeiro, a autora fez crer que a Berna, desesperada para ter um filho, caiu ingenuamente na conversa da traficante Wanda (Totia Meirelles). Sua aflição crescente, já mostrou que há algo mais – é capaz que ela não seja tão inocente assim e que tenha participado pessoalmente do roubo do bebê.
É interessante que a mulher de Mustafá (Antonio Calloni), elegante, mãe zelosa e, sem dúvida, uma das personagens “do bem”, seja também uma mentirosa capaz de arrancar o filho de outra mulher. É diferente, por exemplo, de uma Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) que, em outro registro, tirou Isabel (Carolina Dieckmann) de Maria do Carmo (Suzana Vieira) em Senhora do Destino (2007) por ser má – e “raposa loira e felpuda”, claro. É, por fim, mais que um roubo tresloucado para prender um homem, mas o espelho de um esquema, entre toda a carga de fantasia da novela, bastante próximo do real.
Berna fala com qualquer mulher mãe que esteja em frente à TV de muitas maneiras. Sua história é sobre alguém que quis muito um filho, com boas intenções. Mas também sobre quem pensou que, por ter dinheiro, poderia pular etapas do processo destinado à maioria dos mortais – e as consequências disso. Trata, ainda, da questão ética em torno da ideia que uma criança estará melhor se for criada por uma família de dinheiro.
De maneira distinta, e até com uma pitada de humor, a oposição entre o passado sem recursos e o presente confortável proporcionado por uma família adotiva está na espinha dorsal de Sangue Bom. Na novela das 7, Bárbara (Giulia Gam) é uma atriz decadente que, como algumas celebridades da vida real, adota crianças carentes – e usa isso para aparecer na imprensa. Numa de suas investidas pela fama, adotou a pequena Amora (Sophie Charlotte) e a transformou numa modernete à Paris Hilton. Entre o ser e o ter, o passado difícil da it girl, do qual ela ainda guarda a doce lembrança do amigo Bento (Marcos Pigossi), volta sempre para assombrá-la. Haverá, ainda, o núcleo do lar de adoção onde viveu o casal de mocinhos quando criança e ainda o vilão Fabinho (Humberto Carrão), comandado por Gilson (Daniel Dantas) e Salma (Louise Cardoso).
Em Amor à Vida, o autor Walcyr Carrasco também dará grande destaque ao tema, mas com outras nuances. A heroína Paloma (Paolla Oliveira) sofre um golpe do irmão, vilão Félix (Mateus Solano), e é separada da filha Paulinha (Klara Castanho), que acaba sendo adotada por Bruno (Malvino Salvador). No desenrolar da história, a mãe biológica e o pai de coração vão se apaixonar – isso é que é família moderna.
http://www.tribunahoje.com/noticia/62057/entretenimento/2013/04/29/adoco-de-criancas-e-o-tema-da-vez-nas-novelas.html
Seja qual for a história em que se insere, é algo capaz de emocionar e fazer pensar, como acontece agora com o drama de Berna (Zezé Polessa) e Aisha (Dani Moreno) em Salve Jorge (Globo, 21h), e, a partir de hoje, com a estreia Sangue Bom, a nova novela das 7 de Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari.
O assunto será, ainda, um dos pilares de Amor à Vida, que estreia no dia 20 na faixa das 9.
Entre as tantas vezes que o tema foi usado, algumas delas pela própria Glória Perez, o caso das personagens à sombra do tráfico de crianças é uma das melhores abordagens sobre o assunto em novelas. O resultado só não foi melhor porque a trama particular das personagens pareceu estar até agora em compasso de espera e, somente perto do fim da novela, Aisha encontrará a mãe biológica no Morro do Alemão. A patricinha turca, que ironia, é filha da barraqueira Delzuite (Solange Badim) e irmã da periguete Lurdinha (Bruna Marquezine) – e de quebra, tem um padrasto chamado Pescoço (Nando Cunha).
Mas mais empolgante do que o choque cultural e social entre Aisha e Delzuite deve ser a revelação de como aconteceu o processo de adoção irregular. Primeiro, a autora fez crer que a Berna, desesperada para ter um filho, caiu ingenuamente na conversa da traficante Wanda (Totia Meirelles). Sua aflição crescente, já mostrou que há algo mais – é capaz que ela não seja tão inocente assim e que tenha participado pessoalmente do roubo do bebê.
É interessante que a mulher de Mustafá (Antonio Calloni), elegante, mãe zelosa e, sem dúvida, uma das personagens “do bem”, seja também uma mentirosa capaz de arrancar o filho de outra mulher. É diferente, por exemplo, de uma Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) que, em outro registro, tirou Isabel (Carolina Dieckmann) de Maria do Carmo (Suzana Vieira) em Senhora do Destino (2007) por ser má – e “raposa loira e felpuda”, claro. É, por fim, mais que um roubo tresloucado para prender um homem, mas o espelho de um esquema, entre toda a carga de fantasia da novela, bastante próximo do real.
Berna fala com qualquer mulher mãe que esteja em frente à TV de muitas maneiras. Sua história é sobre alguém que quis muito um filho, com boas intenções. Mas também sobre quem pensou que, por ter dinheiro, poderia pular etapas do processo destinado à maioria dos mortais – e as consequências disso. Trata, ainda, da questão ética em torno da ideia que uma criança estará melhor se for criada por uma família de dinheiro.
De maneira distinta, e até com uma pitada de humor, a oposição entre o passado sem recursos e o presente confortável proporcionado por uma família adotiva está na espinha dorsal de Sangue Bom. Na novela das 7, Bárbara (Giulia Gam) é uma atriz decadente que, como algumas celebridades da vida real, adota crianças carentes – e usa isso para aparecer na imprensa. Numa de suas investidas pela fama, adotou a pequena Amora (Sophie Charlotte) e a transformou numa modernete à Paris Hilton. Entre o ser e o ter, o passado difícil da it girl, do qual ela ainda guarda a doce lembrança do amigo Bento (Marcos Pigossi), volta sempre para assombrá-la. Haverá, ainda, o núcleo do lar de adoção onde viveu o casal de mocinhos quando criança e ainda o vilão Fabinho (Humberto Carrão), comandado por Gilson (Daniel Dantas) e Salma (Louise Cardoso).
Em Amor à Vida, o autor Walcyr Carrasco também dará grande destaque ao tema, mas com outras nuances. A heroína Paloma (Paolla Oliveira) sofre um golpe do irmão, vilão Félix (Mateus Solano), e é separada da filha Paulinha (Klara Castanho), que acaba sendo adotada por Bruno (Malvino Salvador). No desenrolar da história, a mãe biológica e o pai de coração vão se apaixonar – isso é que é família moderna.
http://www.tribunahoje.com/noticia/62057/entretenimento/2013/04/29/adoco-de-criancas-e-o-tema-da-vez-nas-novelas.html
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Silvana do Monte Moreira
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CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO COMPLETA 5 ANOS
29/04/2013
TJ Mato Grosso do Sul
O Cadastro Nacional de Adoção (CNA), ferramenta que auxilia os juízes
das Varas da Infância e da Juventude na condução dos procedimentos de
adoção, diminuindo a burocracia do processo, completa cinco anos de
vigência nesta segunda-feira (29). O banco de dados foi desenvolvido
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Antes do lançamento do CNA,
já existiam, em caráter local ou regional, sistemas de informação
reunindo dados tanto dos pretendentes à adoção quanto das crianças e
adolescentes em condições de adoção.
Com o Cadastro Nacional de
Adoção foi possível uniformizar todos os bancos de dados sobre crianças e
adolescentes aptos à adoção no país e pretendentes; racionalizar a fase
de habilitação, pois o pretendente fica apto para adotar em qualquer
comarca ou Estado da Federação, com uma única inscrição feita na
localidade onde reside.
Em Mato Grosso do Sul, o Código de Normas
da Corregedoria-Geral de Justiça dispõe que o juiz com jurisdição em
matéria da Infância e da Juventude deve manter cadastro de pretendentes
nacionais ou estrangeiros residentes no país, com ânimo definitivo,
interessados em adoção de crianças e adolescentes cadastrados, em
condições de serem adotados.
Atualmente, de acordo com a titular da
Vara da Infância, Juventude e do Idoso, a juíza Katy Braun do Prado, o
CNA cumpre o papel do cadastros dos interessados na adoção, sendo que
para o cadastro dos pretendentes estrangeiros, habilitados para adotar, o
gerenciamento dos dados é feito pela Comissão Estadual Judiciária de
Adoção (CEJA/MS).
Assim, a consulta aos pretendentes brasileiros
cadastrados ganhou amplitude, garantindo que somente quando as chances
de adoção nacional forem esgotadas, os casos sejam encaminhados para a
modalidade internacional.
A magistrada conta que o CNA tem como
benefício o fato de que os nomes dos pretendentes ficaram disponíveis
para os juízes de todas as comarcas com uma única habilitação, que deve
ser realizada em seu local de domicílio - antes os pretendentes
habilitavam-se em suas respectivas comarcas e saíam ?peregrinando? pelo
país, buscando as varas da infância que julgassem mais promissoras para
também nelas registrarem suas habilitações.
Com o CNA eles também
estão seguros de que serão consultados de acordo com a ordem cronológica
das habilitações?, explica Katy Braun.
Para as crianças e
adolescentes, o maior benefício foi a ampliação das oportunidades, pois
pretendentes de todo o país se tornam conhecidos do juiz que está em
busca de uma família substituta para elas. ?Isso não só aumenta a chance
de se encontrar uma família, mas também de que essa família seja
nacional?, ressalta a juíza.
Outra facilidade oferecida pelo
Cadastro é a orientação para o planejamento e formulação de políticas
públicas voltadas para as crianças e adolescentes em situação de
acolhimento que ainda esperam pela oportunidade da convivência familiar.
Os juízes da Infância e da Juventude podem cadastrar e alterar os dados
dos pretendentes e das crianças e adolescentes, que estão dentro de sua
competência, além de consultar todos os registros e cruzar dados
referentes à adoção.
Além dos juízes das Varas da Infância e da
Juventude, são também usuários do CNA promotores de justiça com
atribuição nessas varas e as Comissões Estaduais Judiciárias de Adoção
(CEJAs).O acesso aos dados contidos no CNA é permitido apenas aos órgãos
autorizados.
Na avaliação da juíza Katy Braun, o CNA é importante,
mas ainda caminha para ser uma ferramenta totalmente eficaz. ?Tornou a
busca mais transparente ao impor que os pretendentes sejam consultados
na ordem cronológica de suas inscrições. O sistema, em si, tem muitas
limitações técnicas e merece aperfeiçoamento pelo CNJ para que torne o
trabalho dos operadores mais ágil?.
Ela ressalta que uma das
sugestões que os juízes têm apresentado para melhorar o cadastro é a
possibilidade de inclusão de crianças cujos pais foram apenas suspensos
do poder familiar, na hipótese em que elas forem encaminhadas para
adoção com risco jurídico e ainda o cadastramento paralelo de
pretendentes estrangeiros habilitados em cada Estado, a fim de que sejam
consultados quando esgotadas todas as possibilidades de colocação da
criança ou adolescente em família substituta brasileira.
Outro ponto
que a magistrada levanta é a falta de adesão de todos os tribunais de
justiça na alimentação do cadastro, pois ainda há muitos estados que não
migraram os dados de seus cadastros locais para o CNA ou fizeram-no de
forma incompleta, prejudicando assim as pesquisas.
Dados - A exemplo
de como funciona, números do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), de
março de 2013, apontam que existem mais de 29 mil pretendentes à adoção
no país para 5.464 crianças e adolescentes aptos a serem adotados.
Destes 33% são da raça branca; 75% possuem irmãos e 21% possuem
problemas de saúde. Cerca de 91% dos pretendentes desejam crianças
brancas, 81% quer adotar somente uma criança e 32% só aceita a adoção se
a criança for do sexo feminino.
Em Mato Grosso do Sul são 144
crianças inscritas no CNA, sendo 28 de Campo Grande e, ao todo, são 411
pretendentes à adoção. Os dados são do início do mês de abril.
Inscrições ? O interessado em adotar, como dispõe o CNJ, somente pode
ser inserido no sistema pela comarca de seu domicílio, nos moldes do
artigo 50 da Lei Federal nº 8.069/90.
Primeiramente, deve
habilitar-se na Vara da Infância e da Juventude de sua comarca ou,
inexistindo nela Vara Especializada, na Vara competente para o processo
de adoção. O próprio juiz ou seu auxiliar realiza o cadastro no sistema.
As inscrições no CNA são válidas por cinco anos, prazo que pode
ser reduzido a critério do juízo da habilitação, se entender pela
reavaliação do pretendente. Com a inserção dos dados no CNA, todos os
juízes, de todo o país, têm acesso à relação dos pretendentes à adoção.
O cruzamento dos dados é realizado com base nas informações
apresentadas pelo próprio pretendente em seu processo. O sistema
apresenta a listagem de pretendentes para aquele perfil, caso exista
mais de um interessado nas mesmas características de
criança/adolescente. Nesse caso, cabe ao juiz definir os critérios de
preferência.
http://noticias.promad.adv.br/ tj-ms/113254/ cadastro-nacional-de-adocao-com pleta-5-anos
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Silvana do Monte Moreira
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'Na minha família tem vários casos de adoção', diz Sophie Charlotte
30.03.2013 às 23h00 > Atualizado em 30.03.2013 às 12h59
POR Flavia Muniz
Atriz tem vários casos de adoção na família | Foto: Divulgação
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Silvana do Monte Moreira
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Papai e Papia
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Sem categoria | 07:00
http://colunistas.ig.com.br/mae-pela-igualdade/
Estou há 3 dias enrolando para escrever, muito pelo carinho imenso que sinto pelos envolvidos, muito por ter nas mãos muitos estigmas quebrados e por querer usá-los da melhor forma possível…enfim.
Leia a entrevista com André e Angelo e conheça mais sobre a história da família Nunes
Resolvi relaxar e fazer o que o iG me pediu: escrever com o coração. Esse Marco Feliciano não nos trouxe só desgosto, muito pelo contrario. Graças a ele, vimos a opinião pública se levantar em prol da causa LGBTT, vimos a comunidade LGBTT, sempre tão dispersa e fraccionada, se unir de forma coesa, e vimos muitos e tantos abrindo suas vidas, seus armários e seus closets, se rasgando publicamente em um ato político em prol de uma causa humana e urgente. E eu, pessoalmente, ganhei de presente esses 4: Angelo, André, Jonathan e Valentina.
Em meio a um mar de protestos virtuais e presenciais, ele veio primeiro: Angelo, tão parecido comigo. Nos alinhamos na fileira dos geniosos, inconformados , sem muita paciência para diplomacia, numa sociedade sedenta por justiça, laicidade e transparência. Angelo me trouxe o seu André, doce, carinhoso, pausado, controlado, tão parecido com o meu André. Durante dias e noites me remoí com a possibilidade de entrevistá-los, temendo ser invasiva. Contei para o meu André, que imediatamente aderiu à ideia, se colocou a disposição para me ajudar e me ofereceu as fotos. Com essa força extra, resolvi convidá-los. Para minha surpresa, não houve um segundo de suspense, não houve espaço para dúvidas, não existiu a pergunta: “Podemos pensar?” Imediatamente o casal, Angelo Nunes, 40 anos, agente de modelos e André Nunes, 38 anos, produtor de vídeo, juntos há 9 anos, colocaram a disposição minha, do meu André, do iG e de todos vocês, suas vidas, sua família, sua história, sua intimidade.
Curta a página do iGay no Facebook
Eu e André chegamos àquele sobrado amplo na zona sul de São Paulo no começo da noite de uma quinta-feira. Angelo havia acabado de chegar do trabalho e estava tomando banho, André colocava a mesa para o lanche com o qual nos receberam. As crianças ainda não haviam chegado da escola. Foi o tempo de entrarmos e nos acomodarmos na sala grande. Angelo desceu e a perua escolar buzinou. Estava ansiosa. Primeiro veio Angelo com Jonathan, 4 anos e 3 meses, envergonhado num primeiro momento, agarrado ao pescoço do pai, cochichando segredos só dos dois, numa cumplicidade tão típica entre pais e filhos. Em seguida entra André com Valentina, 2 anos e seis meses, e sua gargalhada solta e timidez nenhuma. Um minuto de brincadeiras foram suficientes para que pulasse do colo do seu Papia para o colo do meu André, encantada com o IPhone. Jonathan, vendo a reação da irmã, deixou também a timidez de lado e começou a interagir conosco. Um deles, não me lembro qual, já trocava os uniformes dos dois por roupinhas confortáveis enquanto começávamos a entrevista.
A família é linda, e não entendam lindo como substituto de legal, apesar de que também são legais. Estou falando que são lindos ao pé da letra, os 4. São esteticamente pessoas bonitas e, talvez pela convivência, já podemos ver muita semelhança entre os pais e os filhos, no jeito de andar ou na forma de rir. André acha Jonathan a cara do Angelo e me trás um porta retrato com uma foto do Angelo criança para que não restassem dúvidas. Aliás, porta-retratos não faltam naquela casa tão típica de qualquer família, que poderia ser a minha ou a sua. Cada espaço da casa foi pensado em função do conforto das crianças. No andar de baixo, a sala de jantar ao lado do home theater espaçoso, confortável, sem mesas ou os perigosos móveis com quinas, separados apenas por um arco de uma sala de brinquedos com tudo aquilo que crianças amam: lousa, triciclos, carrinhos, bonecas, barraca, casinha, e, na parede, uma arvore enorme em que as frutas são personagens da Disney. Esse formato facilita a total interação entre os pais e os filhos.
Jonathan assiste desenhos e brinca com carrinhos em cima do sofá enquanto os pais dão a entrevista para o meu André. Valentina, animadíssima, brinca com meu colar e a fivela do meu cabelo. Percebo que suas gargalhadas atrapalham a gravação, saio da sala de jantar e vou com ela para junto de Jonathan, entre o home theater e a sala de brinquedos. Valentina não para um segundo, pula e dá risada o tempo todo. Jonathan assiste aos desenhos animados superconcentrado. Ali de longe, escuto e me emociono com a história da adoção. Toda ansiedade de um processo longo, todo amor represado por meses, a decisão de ficar com as duas crianças para não separar os irmãos, a espera interminável até a juíza mandar que entregassem as crianças aos dois com quem estão há quase 2 anos. O começo da vida juntos, o aprendizado, a relação com a família, escola, sociedade e a vontade de ainda aumentar essa família com mais uma menininha. Fim da entrevista, hora das fotos. Pudemos conhecer o quartinho com os dois bercinhos brancos comprados no começo do processo judicial e que ficaram 10 longos meses esperando pelas crianças.
Estão lá agora os berços, um ao lado do outro junto a um sofá grande lotado de bichos de pelúcia coloridos. Interligado ao quarto das crianças, um terraço fechado com plantas, almofadas espalhadas pelo chão e uma rede onde, nos contam os pais, as crianças gostam de adormecer ouvindo Sigur Rós bem baixinho. A casa tem cara de família: o baleiro cheio de balas coloridas na bancada da cozinha; no fogão, os bolinhos de chuva que o André acabou de fazer, um casaquinho esquecido nas costas de uma cadeira, a churrasqueira coberta, a mesa grande e convidativa, um brinquedo esquecido no quintal, os 3 Schnauzers : Frida, Clara e Jöga, 5 peixes e 2 tartarugas. A casa tem cheiro de criança e som de gargalhada. Tem jardim, árvores, quintal, cozinha e varal. Presto atenção quando os dois contam como Jonathan resolveu sozinho o problema de ter dois pais, chamando Angelo de papai e André de papia, e tive a certeza que terá esse jogo de cintura para questões futuras. Me surpreende o cuidado com a alimentação dos dois. Suco natural feito na hora, comidinha fresquinha e balanceada… Morri de vergonha de lembrar quanto cachorro quente, macarrão na manteiga e Coca Cola dei para meus filhos quando chegava exausta do trabalho. Dei muita risada quando eles contam da primeira vez que deram comida para os dois logo que saíram do fórum e de como saíram todos sujos da praça de alimentação do Shopping, onde haviam parado para comprar roupas e brinquedos. E me emocionam quando contam que, quando as crianças chegaram, quiseram ficar sozinhos, os 4, durante uma semana, antes de apresenta-los à família.
Queriam passar amor, segurança e aconchego às crianças antes de mostrá-las ao mundo. Não me surpreendi nada quando contam em meio a gargalhadas que as avós não se contiveram e apareceram antes do combinado, porque acho que eu faria exatamente a mesma coisa. Nos falam da saga da escolha da escola, do quanto Angelo, todo detalhista, estudou todos os métodos de ensino, e dos seis meses que André parou a vida para ficar 24 horas com as crianças.
Adoro quando Angelo conta que nunca sofreram preconceito na escola e que, muito pelo contrário, sempre foram acolhidos super bem pelos outros pais, crianças e professores. A reação dos pais é: “Nossa, que bacana que meu filho estuda em uma escola de pessoas de mente aberta”. André, Angelo, Jonathan e Valentina são totalmente inseridos nas duas famílias; e a festa de ano novo, que junta a todos; avós, tios, primos e amigos, é por conta dos quatro. André, uma hora me diz: “Nós somos uma família normal, temos dias chatos e outros legais, mas quando estamos com as crianças é sempre uma festa.” Eu ODEIO aquele discurso que fazem por aí: “Deixa os gays adotarem… melhor que ficar no orfanato à custa do governo.” Eu diria para essas pessoas que gays tem que ter direito de adotar sim, não para resolver um problema social que não foram eles que criaram, mas por serem cidadãos contribuintes tanto quanto vocês, e capazes de amar, sustentar, educar, e proteger uma criança.
Eu vou falar pelo viés da mãe, que vocês, André e Angelo, Papia e Papai, me fizeram ter muita saudade dos meus filhos pequenos, da minha casa cheia de brinquedos espalhados, mamadeiras na pia, desenhos na TV, aconchego, ternura, pipoca, groselha, gelatina, da buzina da perua escolar, dos sonhos no fogão, das lancheiras. Mas me fizeram também olhar para frente e desejar ter um neto que tenha tudo isso que seus filhos têm e que um dia ofereci aos meus e que meus pais um dia me ofereceram. Tenho a certeza absoluta de que crianças infelizes não são capazes do riso solto dos seus filhos e do abraço apertado e espontâneo que dão em vocês quando chegam em casa. Crianças infelizes não têm o brilho nos olhos e a sagacidade da Valentina nem a ternura tímida e vivacidade do Jonathan.
Quando, na semana passada, vi a avó Márcia, mãe do Angelo, dizer: “Minha Valentina tem o nome certo, Valentina de valente”, eu me emocionei e pensei: valente e sortuda por ter encontrado essa família e por ser tão amada. Só pessoas sem a menor sensibilidade poderiam ser contra esse encontro de vocês quatro. Dias entediantes, dias corridos e às vezes irritantes, dias frios e quentes, de chuva e de sol, dias festa, de ver TV, de brincar juntos, de fazer um rocambole de doce de leite, de tomar banho numa banheira cheia de espuma e brinquedos, dia de Natal, de aniversário e de carnaval, fim de semana, feriados e férias, dias em que tudo dá certo, dias em que tudo dá errado, mas que não faz mal, porque amanhã nasce um novo dia. Dias de sorriso e dias de lágrimas… isso é sim André, uma FAMÍLIA, e a de vocês é linda e abençoada.
Obrigado Angelo, André, Jonathan e Valentina, pela noite incrível, pelo lanche maravilhoso e pela lição de vida e amor. Eu fico feliz e orgulhosa por ter vocês na minha vida. Que o mundo tenha muitos Andrés e muitos Angelos para que se faça melhor e que seus filhos sejam muito felizes e tenham diante de todos os problemas a mesma desenvoltura que tiveram para resolver que vocês eram PAPAI E PAPIA.
Aqui vai um carinho do meu filho André para vocês 4. Ele me pediu que colocasse o poema “O TEMPO” de Mario Quintana na matéria como homenagem à vocês :
“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.”
ATENÇÃO: Comentários agressivos e ofensivos não serão publicados
Autor: Maju Giorgi
Tags: adoção, família, gay, iGayResolvi relaxar e fazer o que o iG me pediu: escrever com o coração. Esse Marco Feliciano não nos trouxe só desgosto, muito pelo contrario. Graças a ele, vimos a opinião pública se levantar em prol da causa LGBTT, vimos a comunidade LGBTT, sempre tão dispersa e fraccionada, se unir de forma coesa, e vimos muitos e tantos abrindo suas vidas, seus armários e seus closets, se rasgando publicamente em um ato político em prol de uma causa humana e urgente. E eu, pessoalmente, ganhei de presente esses 4: Angelo, André, Jonathan e Valentina.
Em meio a um mar de protestos virtuais e presenciais, ele veio primeiro: Angelo, tão parecido comigo. Nos alinhamos na fileira dos geniosos, inconformados , sem muita paciência para diplomacia, numa sociedade sedenta por justiça, laicidade e transparência. Angelo me trouxe o seu André, doce, carinhoso, pausado, controlado, tão parecido com o meu André. Durante dias e noites me remoí com a possibilidade de entrevistá-los, temendo ser invasiva. Contei para o meu André, que imediatamente aderiu à ideia, se colocou a disposição para me ajudar e me ofereceu as fotos. Com essa força extra, resolvi convidá-los. Para minha surpresa, não houve um segundo de suspense, não houve espaço para dúvidas, não existiu a pergunta: “Podemos pensar?” Imediatamente o casal, Angelo Nunes, 40 anos, agente de modelos e André Nunes, 38 anos, produtor de vídeo, juntos há 9 anos, colocaram a disposição minha, do meu André, do iG e de todos vocês, suas vidas, sua família, sua história, sua intimidade.
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Eu e André chegamos àquele sobrado amplo na zona sul de São Paulo no começo da noite de uma quinta-feira. Angelo havia acabado de chegar do trabalho e estava tomando banho, André colocava a mesa para o lanche com o qual nos receberam. As crianças ainda não haviam chegado da escola. Foi o tempo de entrarmos e nos acomodarmos na sala grande. Angelo desceu e a perua escolar buzinou. Estava ansiosa. Primeiro veio Angelo com Jonathan, 4 anos e 3 meses, envergonhado num primeiro momento, agarrado ao pescoço do pai, cochichando segredos só dos dois, numa cumplicidade tão típica entre pais e filhos. Em seguida entra André com Valentina, 2 anos e seis meses, e sua gargalhada solta e timidez nenhuma. Um minuto de brincadeiras foram suficientes para que pulasse do colo do seu Papia para o colo do meu André, encantada com o IPhone. Jonathan, vendo a reação da irmã, deixou também a timidez de lado e começou a interagir conosco. Um deles, não me lembro qual, já trocava os uniformes dos dois por roupinhas confortáveis enquanto começávamos a entrevista.
A família é linda, e não entendam lindo como substituto de legal, apesar de que também são legais. Estou falando que são lindos ao pé da letra, os 4. São esteticamente pessoas bonitas e, talvez pela convivência, já podemos ver muita semelhança entre os pais e os filhos, no jeito de andar ou na forma de rir. André acha Jonathan a cara do Angelo e me trás um porta retrato com uma foto do Angelo criança para que não restassem dúvidas. Aliás, porta-retratos não faltam naquela casa tão típica de qualquer família, que poderia ser a minha ou a sua. Cada espaço da casa foi pensado em função do conforto das crianças. No andar de baixo, a sala de jantar ao lado do home theater espaçoso, confortável, sem mesas ou os perigosos móveis com quinas, separados apenas por um arco de uma sala de brinquedos com tudo aquilo que crianças amam: lousa, triciclos, carrinhos, bonecas, barraca, casinha, e, na parede, uma arvore enorme em que as frutas são personagens da Disney. Esse formato facilita a total interação entre os pais e os filhos.
Jonathan assiste desenhos e brinca com carrinhos em cima do sofá enquanto os pais dão a entrevista para o meu André. Valentina, animadíssima, brinca com meu colar e a fivela do meu cabelo. Percebo que suas gargalhadas atrapalham a gravação, saio da sala de jantar e vou com ela para junto de Jonathan, entre o home theater e a sala de brinquedos. Valentina não para um segundo, pula e dá risada o tempo todo. Jonathan assiste aos desenhos animados superconcentrado. Ali de longe, escuto e me emociono com a história da adoção. Toda ansiedade de um processo longo, todo amor represado por meses, a decisão de ficar com as duas crianças para não separar os irmãos, a espera interminável até a juíza mandar que entregassem as crianças aos dois com quem estão há quase 2 anos. O começo da vida juntos, o aprendizado, a relação com a família, escola, sociedade e a vontade de ainda aumentar essa família com mais uma menininha. Fim da entrevista, hora das fotos. Pudemos conhecer o quartinho com os dois bercinhos brancos comprados no começo do processo judicial e que ficaram 10 longos meses esperando pelas crianças.
Estão lá agora os berços, um ao lado do outro junto a um sofá grande lotado de bichos de pelúcia coloridos. Interligado ao quarto das crianças, um terraço fechado com plantas, almofadas espalhadas pelo chão e uma rede onde, nos contam os pais, as crianças gostam de adormecer ouvindo Sigur Rós bem baixinho. A casa tem cara de família: o baleiro cheio de balas coloridas na bancada da cozinha; no fogão, os bolinhos de chuva que o André acabou de fazer, um casaquinho esquecido nas costas de uma cadeira, a churrasqueira coberta, a mesa grande e convidativa, um brinquedo esquecido no quintal, os 3 Schnauzers : Frida, Clara e Jöga, 5 peixes e 2 tartarugas. A casa tem cheiro de criança e som de gargalhada. Tem jardim, árvores, quintal, cozinha e varal. Presto atenção quando os dois contam como Jonathan resolveu sozinho o problema de ter dois pais, chamando Angelo de papai e André de papia, e tive a certeza que terá esse jogo de cintura para questões futuras. Me surpreende o cuidado com a alimentação dos dois. Suco natural feito na hora, comidinha fresquinha e balanceada… Morri de vergonha de lembrar quanto cachorro quente, macarrão na manteiga e Coca Cola dei para meus filhos quando chegava exausta do trabalho. Dei muita risada quando eles contam da primeira vez que deram comida para os dois logo que saíram do fórum e de como saíram todos sujos da praça de alimentação do Shopping, onde haviam parado para comprar roupas e brinquedos. E me emocionam quando contam que, quando as crianças chegaram, quiseram ficar sozinhos, os 4, durante uma semana, antes de apresenta-los à família.
Queriam passar amor, segurança e aconchego às crianças antes de mostrá-las ao mundo. Não me surpreendi nada quando contam em meio a gargalhadas que as avós não se contiveram e apareceram antes do combinado, porque acho que eu faria exatamente a mesma coisa. Nos falam da saga da escolha da escola, do quanto Angelo, todo detalhista, estudou todos os métodos de ensino, e dos seis meses que André parou a vida para ficar 24 horas com as crianças.
Adoro quando Angelo conta que nunca sofreram preconceito na escola e que, muito pelo contrário, sempre foram acolhidos super bem pelos outros pais, crianças e professores. A reação dos pais é: “Nossa, que bacana que meu filho estuda em uma escola de pessoas de mente aberta”. André, Angelo, Jonathan e Valentina são totalmente inseridos nas duas famílias; e a festa de ano novo, que junta a todos; avós, tios, primos e amigos, é por conta dos quatro. André, uma hora me diz: “Nós somos uma família normal, temos dias chatos e outros legais, mas quando estamos com as crianças é sempre uma festa.” Eu ODEIO aquele discurso que fazem por aí: “Deixa os gays adotarem… melhor que ficar no orfanato à custa do governo.” Eu diria para essas pessoas que gays tem que ter direito de adotar sim, não para resolver um problema social que não foram eles que criaram, mas por serem cidadãos contribuintes tanto quanto vocês, e capazes de amar, sustentar, educar, e proteger uma criança.
Eu vou falar pelo viés da mãe, que vocês, André e Angelo, Papia e Papai, me fizeram ter muita saudade dos meus filhos pequenos, da minha casa cheia de brinquedos espalhados, mamadeiras na pia, desenhos na TV, aconchego, ternura, pipoca, groselha, gelatina, da buzina da perua escolar, dos sonhos no fogão, das lancheiras. Mas me fizeram também olhar para frente e desejar ter um neto que tenha tudo isso que seus filhos têm e que um dia ofereci aos meus e que meus pais um dia me ofereceram. Tenho a certeza absoluta de que crianças infelizes não são capazes do riso solto dos seus filhos e do abraço apertado e espontâneo que dão em vocês quando chegam em casa. Crianças infelizes não têm o brilho nos olhos e a sagacidade da Valentina nem a ternura tímida e vivacidade do Jonathan.
Quando, na semana passada, vi a avó Márcia, mãe do Angelo, dizer: “Minha Valentina tem o nome certo, Valentina de valente”, eu me emocionei e pensei: valente e sortuda por ter encontrado essa família e por ser tão amada. Só pessoas sem a menor sensibilidade poderiam ser contra esse encontro de vocês quatro. Dias entediantes, dias corridos e às vezes irritantes, dias frios e quentes, de chuva e de sol, dias festa, de ver TV, de brincar juntos, de fazer um rocambole de doce de leite, de tomar banho numa banheira cheia de espuma e brinquedos, dia de Natal, de aniversário e de carnaval, fim de semana, feriados e férias, dias em que tudo dá certo, dias em que tudo dá errado, mas que não faz mal, porque amanhã nasce um novo dia. Dias de sorriso e dias de lágrimas… isso é sim André, uma FAMÍLIA, e a de vocês é linda e abençoada.
Obrigado Angelo, André, Jonathan e Valentina, pela noite incrível, pelo lanche maravilhoso e pela lição de vida e amor. Eu fico feliz e orgulhosa por ter vocês na minha vida. Que o mundo tenha muitos Andrés e muitos Angelos para que se faça melhor e que seus filhos sejam muito felizes e tenham diante de todos os problemas a mesma desenvoltura que tiveram para resolver que vocês eram PAPAI E PAPIA.
Aqui vai um carinho do meu filho André para vocês 4. Ele me pediu que colocasse o poema “O TEMPO” de Mario Quintana na matéria como homenagem à vocês :
“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.”
ATENÇÃO: Comentários agressivos e ofensivos não serão publicados
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Postado por
Silvana do Monte Moreira
às
16:06
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