Atualmente 70 pessoas aguardam na fila de espera para adotar uma criança no Amazonas. As informações são do Tribunal de Justiça do Estado
Tornar
a vida de uma criança mais feliz, com um futuro promissor e longe de
todas as mazelas que rondam as ruas. Esse é o desejo de aproximadamente
70 famílias que estão na fila de espera para adotar uma criança ou um
adolescente.
De acordo com
informações da psicóloga Iracy Rocha, que preside o Grupo de Apoio a
Pais Adotivos do Amazonas (Gapam), instituição sem fins lucrativos e que
tem por finalidade orientar e apoiar famílias adotivas e pretensos
adotantes, a acolhida de uma criança ou um adolescente é quase sempre
uma situação difícil tanto para os pais como para os filhos.
Iracy
disse que a maioria dos casais que aguardam na fila de adoção no
Amazonas, manifestam preferência por ter filhos adotivos de cor clara.
“Eles preferem crianças branquinhas e que estejam com boa saúde e de boa
aparência”, comentou.
Ela ressaltou
que muitas vezes, a própria pessoa percebe que a adoção pode não ser o
que ela quer de verdade. Iracy conta que em muitos casos os pais não
estão preparados para assumir a responsabilidade. Atualmente, 30
crianças e adolescentes aguardam para serem adotadas. Todas são pardas
com idade entre 10 a 16 anos.
Mais interessados
A
juíza titular da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do
Amazonas (TJ-AM), Rebeca de Mendonça Lima, ressaltou que, a cada ano,
cresce a demanda de pessoas interessada em adotar uma criança.
Esse
fator é decorrente, segundo a magistrada, das prioridades dos processos
para que tão logo as crianças tenham um convívio em seio familiar.
“Mas, para isso, temos que ter bastante cautela. Por isso, determinamos
um prazo para o estágio de convivência de 2 meses para o vínculo da
criança com a família”, disse. Rebeca destacou que dificilmente aparecem
casos de devolução da criança em razão das atividades preliminares que
são feitas com elas.
A funcionária
pública, Socorro Oliveira, 38, que chegou a fazer três inseminações
artificiais em vão, destaca que o caminho da adoção foi um alternativa
positiva. “É muito fácil ser mãe do filho de seu próprio ventre, agora,
amar uma pessoa sabendo que ela não veio de você, é totalmente
diferente, é um gesto de amor”, comentou.
Oliveira
lembrou que teve que esperar por nove meses para ter Guilherme, hoje,
com 3 anos, em seus braços. “Após o tempo na fila de espera e cuidando
do processo burocrático, tivemos que aguardar por três meses ele deixar a
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em razão da saúde frágil. Ele tinha
nascido com 1,1 quilo. Isso aconteceu às vésperas do Natal. O “Gui” foi o
meu presente”, completou Socorro Oliveira.
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