segunda-feira, 8 de abril de 2013

Cresce o número de famílias que querem adotar no Amazonas



Atualmente 70 pessoas aguardam na fila de espera para adotar uma criança no Amazonas. As informações são do Tribunal de Justiça do Estado

A funcionária pública Socorro Oliveira e a foto do filho adotivo, Guilherme, hoje com 3 anos
A funcionária pública Socorro Oliveira e a foto do filho adotivo, Guilherme, hoje com 3 anos (Bruno Kelly)
Tornar a vida de uma criança mais feliz, com um futuro promissor e longe de todas as mazelas que rondam as ruas. Esse é o desejo de aproximadamente 70 famílias que estão na fila de espera para adotar uma criança ou um adolescente.
De acordo com informações da psicóloga Iracy Rocha, que preside o Grupo de Apoio a Pais Adotivos do Amazonas (Gapam), instituição sem fins lucrativos e que tem por finalidade orientar e apoiar famílias adotivas e pretensos adotantes, a acolhida de uma criança ou um adolescente é quase sempre uma situação difícil tanto para os pais como para os filhos.
Iracy disse que a maioria dos casais que aguardam na fila de adoção no Amazonas, manifestam preferência por ter filhos adotivos de cor clara. “Eles preferem crianças branquinhas e que estejam com boa saúde e de boa aparência”, comentou.
Ela ressaltou que muitas vezes, a própria pessoa percebe que a adoção pode não ser o que ela quer de verdade. Iracy conta que em muitos casos os pais não estão preparados para assumir a responsabilidade. Atualmente, 30 crianças e adolescentes aguardam para serem adotadas. Todas são pardas com idade entre 10 a 16 anos.
Mais interessados
A juíza titular da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Rebeca de Mendonça Lima, ressaltou que, a cada ano, cresce a demanda de pessoas interessada em adotar uma criança.
Esse fator é decorrente, segundo a magistrada, das prioridades dos processos para que tão logo as crianças tenham um convívio em seio familiar. “Mas, para isso, temos que ter bastante cautela. Por isso, determinamos um prazo para o estágio de convivência de 2 meses para o vínculo da criança com a família”, disse. Rebeca destacou que dificilmente aparecem casos de devolução da criança em razão das atividades preliminares que são feitas com elas.
A funcionária pública, Socorro Oliveira, 38, que chegou a fazer três inseminações artificiais em vão, destaca que o caminho da adoção foi um alternativa positiva.  “É muito fácil ser mãe do filho de seu próprio ventre, agora, amar uma pessoa sabendo que ela não veio de você, é totalmente diferente, é um gesto de amor”, comentou.
Oliveira lembrou que teve que esperar por nove meses para ter Guilherme, hoje, com 3 anos, em seus braços. “Após o tempo na fila de espera e cuidando do processo burocrático, tivemos que aguardar por três meses ele deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em razão da saúde frágil. Ele tinha nascido com 1,1 quilo. Isso aconteceu às vésperas do Natal. O “Gui” foi o meu presente”, completou Socorro Oliveira.


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