sábado, 6 de abril de 2013

CASA DA CRIANÇA CONTA COM AMPLO APOIO DA COMUNIDADE



05.04.2013
Jornal Panorama

Acolhendo atualmente 20 crianças e adolescentes, a Casa da Criança é mantida pela Secretaria Municipal de Assistência Social desde novembro de 2011. Os funcionários e educadores do abrigo, localizado no bairro Funil, foram contratados pela administração municipal. Eles contam que o local está recebendo, atualmente, somente crianças de Parobé, que sofrem com a negligência, abusos e maus tratos por parte de familiares.
A diretora Franciele de Fátima Brizolla observou que a entidade vem contando com apoio efetivo da comunidade, que sempre procura colaborar doando alimentos, roupas, sapatos e brinquedos. “A Secretaria de Assistência Social ajuda com a obtenção de remédios e materiais didáticos. Clubes de serviços como o Rotary, Lions e Interact sempre estão realizando campanhas em prol da Casa da Criança. Também recebemos cestas básicas de diversas empresas do município, além de frutas, verduras e caixas de leite. A comunidade parobeense é muito engajada”, observou.
De acordo com a diretora, no feriadão de Páscoa a Casa da Criança programou uma atividade especial os menores, que participaram de uma viagem ao Zoológico de Sapucaia do Sul. “As crianças aproveitaram para passear e conhecer os animais, além de ganharem diversos ovos de Páscoa. O passeio foi realizado com a verba de R$ 4 mil repassada pela administração municipal através de recursos obtidos com a realização da última Feira da Melancia”, explicou.
Conhecendo a realidade dos abrigados, Franciele, que atua como professora durante o período noturno e reside em Parobé há quatro anos, disse que é muito fácil julgar uma situação sem ter conhecimento de causa. “Cresci e me criei no Lar Padilha. Trabalhei lá como educadora dos 16 aos 28 anos. Em 2005, estive entre o grupo que teve a oportunidade de conhecer a agência que apoiava o Lar Padilha, na Noruega”, comentou.

ESTRUTURA CONTA COM BERÇÁRIOS E SALAS PARA A REALIZAÇÃO DE DIVERSAS ATIVIDADES
Com dormitórios separados para meninos e meninas, a Casa da Criança possui, ainda, um amplo espaço coberto para as crianças brincarem, sala de informática, que em breve contará com oficinas, capela, biblioteca e refeitório, além de um berçário, já que o abrigo conta com crianças de zero aos 18 anos. Uma adolescente que tem um filho de dois anos conta com um quarto separado dos demais. Nos finais de semana, as crianças costumam receber visitas de pais e responsáveis. Dois educadores cuidam das crianças 24 horas por dia. Ao todo, 17 profissionais colaboram no funcionamento da instituição, entre educadores, psicólogos e demais funcionários.
Segundo a diretora, algumas vezes as crianças voltam para casa e a situação em que se encontravam não havia mudado. Os pais ou um responsável são convidados a vir até o abrigo falar com a psicóloga para, juntos, encontrarem uma solução para o impasse. Mesmo com sua experiência no Lar Padilha, a diretora se surpreende em casos como o de uma adolescente que pediu para se acolher no abrigo, pois sua situação em casa estava insustentável, e outra que fugiu para retornar em seguida. “Eles sempre retornam”, ressaltou.
“Procuro conversar muito com as crianças, que costumam fazer perguntas sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Como vivenciei o antes e o depois do Estatuto, procuro mostrar para eles algumas diferenças, como cursos profissionalizantes e o direito de inserção na sociedade”, descreveu Francieli. A diretora salientou ainda que aguarda uma decisão judicial para que alguns adolescentes possam trabalhar meio turno. De acordo com ela, muitos demonstraram interesse em praticar algum curso profissionalizante ou mesmo trabalhar no período em que não estão estudando.
De acordo com a diretora, no período da noite, duas enfermeiras são responsáveis pela administração de medicamentos especiais que algumas crianças necessitam. Ao final de cada turno, as educadoras preenchem um diário com as principais atividades, para que a sua sucessora tenha conhecimento de tudo que ocorreu no turno anterior. A cada semana, uma coordenadora pedagógica avalia o diário e, se precisar, colabora com algumas dicas na atuação das educadoras.
http://www.jornalpanorama.com.br/?p=64430

Nenhum comentário: